sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ortostatismo passivo com auxílio da prancha ortostática em paciente criticamente enfermo

Ortostatismo passivo com auxílio da prancha ortostática em paciente criticamente enfermo



Diante dos consideráveis avanços técnicos relacionados aos cuidados prestados aos pacientes criticamente enfermos internados na unidade de tratamento intensivo, juntamente com o grau de especialização e capacitação requerido dos profissionais que lidam diretamente com esta classe de pacientes, observamos ganhos relevantes na busca incessante pela excelência na prestação de serviços em saúde34.
Com uma maior capacitação profissional, o fisioterapeuta intensivista, dispõe atualmente de uma gama de possibilidades terapêuticas pouco exploradas e estudadas. Inúmeras técnicas e intervenções são rotineiramente incluídas, substituídas ou abandonadas conforme a verificação baseada em evidências clínicas15.
Dentre as práticas recomendadas ao doente crítico, a utilização da prancha ortostática (PO) para promover os benefícios do ortostatismo assistido tem sido, sistematicamente, recomendada pelas diretrizes de cuidados críticos6.
Entretanto, diferente de outros países como a Austrália, onde foi verificado que 67,4% dos fisioterapeutas utilizavam esse equipamento como parte de sua terapia,6 no Brasil a frequência do uso desta ferramenta não é conhecida e existem poucos trabalhos científicos que contemplam a utilização desta  na unidade de tratamento intensivo5.
 Em um estudo realizado recentemente, cujo objetivo fora investigar a frequência do uso da prancha ortostática nas unidades de terapia intensiva (UTI) da cidade de São Paulo, observou-se que o uso desta ferramenta terapêutica não é frequente, onde de 15 hospitais selecionados, apenas três possuíam a prancha ortostática e somente um a utilizava na UTI, mesmo apesar dos profissionais fisioterapeutas envolvidos no estudo reconhecerem a importância desta intervenção fisioterapêutica sobre a mecânica respiratória, a diminuição dos efeitos deletérios do imobilismo e no auxílio da descarga de peso21.    
Mesmo diante da falta de ensaios clínicos, avaliando o impacto no prognóstico dos pacientes críticos, a posição ortostática foi incluída como modalidade de tratamento em recente consenso de fisioterapeutas ingleses1 e segundo o III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2007), o ortostatismo é considerado um recurso terapêutico utilizado para a estimulação motora, melhora da troca gasosa e do estado de alerta 31,32.
A adoção da postura ortostática com assistência da prancha é recomendada para readaptar os pacientes a posição vertical6. Seus benefícios incluem melhora no controle autonômico do sistema cardiovascular, facilitação da ventilação e troca gasosa, facilitação do estado de alerta, estimulação vestibular e facilitação da resposta postural antigravitacional1.
Ainda sobre os efeitos benéficos do uso da PO incluem o deslocamento do paciente, ganho de força em membros inferiores, melhora do nível de consciência no coma, prevenção de atrofia muscular, facilitação no transcorrer do desmame ventilatório, melhora da oxigenação e da ventilação alveolar6.
Durante a aplicação de um protocolo de reabilitação baseado na utilização da PO em pacientes internados na UTI adulto do Hospital das clinicas/UNICAMP em São PAULO (2010), ratificaram o beneficio do emprego desta terapêutica em pacientes críticos ao concluírem que efetivamente houve um incremento sobre a mecânica pulmonar (Complacência e Volume corrente) e sobre a força muscular mensurada via manovacuometria que refletem diretamente sobre a ventilação de pacientes submetidos à ventilação mecânica, além de ser demonstrada a segurança ao evidenciarem redução da pressão arterial média (PAM).


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