Ortostatismo passivo com auxílio da prancha ortostática em paciente criticamente enfermo
Autor: Daniel Xavier
Diante
dos consideráveis avanços técnicos relacionados aos cuidados prestados aos
pacientes criticamente enfermos internados na unidade de tratamento intensivo,
juntamente com o grau de especialização e capacitação requerido dos
profissionais que lidam diretamente com esta classe de pacientes, observamos
ganhos relevantes na busca incessante pela excelência na prestação de serviços
em saúde34.
Com uma maior capacitação profissional, o fisioterapeuta intensivista,
dispõe atualmente de uma gama de possibilidades terapêuticas pouco exploradas e
estudadas. Inúmeras técnicas e intervenções são rotineiramente
incluídas, substituídas ou abandonadas conforme a verificação baseada em
evidências clínicas15.
Dentre
as práticas recomendadas ao doente crítico, a utilização da prancha ortostática
(PO) para promover os benefícios do ortostatismo assistido tem sido,
sistematicamente, recomendada pelas diretrizes de cuidados críticos6.
Entretanto,
diferente de outros países como a Austrália, onde foi verificado que 67,4% dos
fisioterapeutas utilizavam esse equipamento como parte de sua terapia,6
no Brasil a frequência do uso desta ferramenta não é conhecida e existem poucos
trabalhos científicos que contemplam a utilização desta na unidade de tratamento intensivo5.
Em um estudo realizado recentemente, cujo
objetivo fora investigar a frequência do uso da prancha ortostática nas
unidades de terapia intensiva (UTI) da cidade de São Paulo, observou-se que o
uso desta ferramenta terapêutica não é frequente, onde de 15 hospitais
selecionados, apenas três possuíam a prancha ortostática e somente um a utilizava
na UTI, mesmo apesar dos profissionais fisioterapeutas envolvidos no estudo
reconhecerem a importância desta intervenção fisioterapêutica sobre a mecânica
respiratória, a diminuição dos efeitos deletérios do imobilismo e no auxílio da
descarga de peso21.
Mesmo
diante da falta de ensaios clínicos, avaliando o impacto no prognóstico dos
pacientes críticos, a posição ortostática foi incluída como modalidade de
tratamento em recente consenso de fisioterapeutas ingleses1 e
segundo o III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2007), o ortostatismo
é considerado um recurso terapêutico utilizado para a estimulação motora, melhora
da troca gasosa e do estado de alerta 31,32.
A
adoção da postura ortostática com assistência da prancha é recomendada para
readaptar os pacientes a posição vertical6. Seus benefícios incluem
melhora no controle autonômico do sistema cardiovascular, facilitação da
ventilação e troca gasosa, facilitação do estado de alerta, estimulação
vestibular e facilitação da resposta postural antigravitacional1.
Ainda
sobre os efeitos benéficos do uso da PO incluem o deslocamento do paciente,
ganho de força em membros inferiores, melhora do nível de consciência no coma,
prevenção de atrofia muscular, facilitação no transcorrer do desmame ventilatório,
melhora da oxigenação e da ventilação alveolar6.
Durante
a aplicação de um protocolo de reabilitação baseado na utilização da PO em
pacientes internados na UTI adulto do Hospital das clinicas/UNICAMP em São PAULO (2010),
ratificaram o beneficio do emprego desta terapêutica em pacientes críticos ao
concluírem que efetivamente houve um incremento sobre a mecânica pulmonar (Complacência
e Volume corrente) e sobre a força muscular mensurada via manovacuometria que
refletem diretamente sobre a ventilação de pacientes submetidos à ventilação
mecânica, além de ser demonstrada a segurança ao evidenciarem redução da
pressão arterial média (PAM).
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