quarta-feira, 20 de julho de 2016

A Fisioterapia em oncologia: O Nascimento de uma nova especialidade

A Fisioterapia em oncologia: O Nascimento de uma nova especialidade


O ano de 2009 com o reconhecimento da fisioterapia onco-funcional como especialidade fisioterapêutica coroou a luta incessante de todas as organizações e entidades que agiam em prol de uma melhor prestação de serviços fisioterapêuticos, contemplando o profissional habilitado para lidar com as nuances e especificidades inerentes tão somente ao paciente oncológico.

Conforme a resolução nº. 364/2009 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), de 20 de Maio de 2009 e publicado no DOU nº. 112, Seção 1, em 16/6/2009, página 42, Reconhece a Fisioterapia Onco-Funcional como especialidade do profissional Fisioterapeuta e dá outras providências:

“… Considerando a necessidade de prover, por meio de uma assistência profissional adequada e específica, as exigências clínico-cinesiológico-funcionais dos indivíduos portadores de débitos funcionais, decorrentes de doenças oncológicas.”

O fisioterapeuta, assim como os demais profissionais da área da saúde, estão sujeitos a presenciarem frequentemente situações de óbito, devendo este estar preparado para tais ocorrências. No entanto, durante os cursos de formação profissional, primou-se pela qualidade técnico-científica, subvalorizando os aspectos humanistas. Os cursos de fisioterapia raramente abordam as necessidades dos pacientes terminais e tampouco o tema morte, resultando em profissionais que se baseiam somente em conceitos técnicos e dão pouco crédito aos relatos do paciente (MARCUCCI, 2005).

Quando o profissional está apto a prever as possíveis complicações consequentemente estará mais bem preparado para o caso destas ocorrerem. A ocorrência de úlceras de decúbito, infecções, dispneia ou parada cardiorrespiratória, são alguns exemplos de complicações que se forem deixados para terem seus cuidados decididos na hora em que acontecem podem levar a tomada de decisões equivocadas ou errôneas, além de causar um custo adicional ao tratamento desta complicação (PESSINI, 2003). 

Ainda citando PESSINI, 2003 a terapia física a seleção de técnicas deve respeitar sua utilidade e os resultados esperados. Implementar técnicas fisioterapêuticas sem estabelecer objetivos claros gera insegurança para o profissional e diminuem a confiança do paciente. O benefício a ser buscado é preservar a vida e aliviar os sintomas, dando oportunidade, sempre que possível, para a independência funcional do paciente.

A fisioterapia onco-funcional é uma especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico (INCA, 2001).

O fisioterapeuta onco-funcional deve estar apto para desenvolver suas atividades com pacientes infantis, adolescentes, adultos jovens e idosos, em situações que vão desde a cura aos casos em que ela é irreversível, e desenvolver seus programas de tratamento dentro deste contexto. O profissional dessa área deve saber lidar com as sequelas próprias do tratamento oncológico, atuando de forma preventiva para minimizá-las (MARCUCCI, 2005).

A existência de poucos trabalhos que contemplam a fisioterapia onco-funcional reflete a contextualização de uma das mais recentes especialidades do fisioterapeuta. Imperioso, portanto, que as instituições, bem como os profissionais que desenvolvem seu trabalho com este grupo específico de pacientes, procurarem e disponibilizarem cursos de aprimoramento profissional e que sejam ofertados maiores possibilidades de especializações nesta área única da atuação fisioterapêutica (XAVIER, 2010).

Entrementes, é necessário também que as Instituições de ensino superior (IES), reformulem as suas grades curriculares de forma a oferecerem para seus graduandos à possibilidade de vivenciarem em caráter teórico-prático a área da oncologia. Fundamentando, portanto, a formação integral do futuro profissional com experiência e vivência em todas as especialidades que contemplam a fisioterapia atualmente (XAVIER, 2010).

Autor: Daniel Xavier
@intensivistaxavier

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