quarta-feira, 19 de julho de 2017

FCecon recebe aparelhos de baixo custo para reabilitação de pacientes

FCecon recebe aparelhos de baixo custo para reabilitação de pacientes

A instituição será a primeira do SUS a implantar esse tipo de programa no Norte do País

@intensivistaxavier

Confira  a matéria na íntegra:


Em Manaus, um projeto que usa aparelhos funcionais de baixo custo na recuperação de pacientes com câncer tem surpreendido fisioterapeutas pelos resultados positivos. A iniciativa está em andamento há algumas semanas na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon). Os pacientes beneficiados são portadores de câncer em recuperação pós-cirúrgica – na maioria dos casos – internados na unidade hospitalar.

Segundo o diretor-presidente da FCecon, Marco Antônio Ricci, a instituição é a primeira do Sistema Único de Saúde (SUS) a implantar esse tipo de programa na Região Norte do Brasil. O objetivo é reduzir a morbidade e a mortalidade de pacientes que se recuperam de cirurgias oncológicas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os resultados têm surpreendido especialistas da área com mais qualidade de vida no período pós-alta hospitalar dos pacientes.

Ricci explica que a confecção dos utensílios ficou a cargo de um grupo de alunos de pós-graduação em Fisioterapia Intensiva do Instituto de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes), sob a orientação do coordenador do Serviço de Fisioterapia da UTI da FCecon e do Iapes-Manaus, Daniel Xavier.




Foto: Divulgação


De acordo com Xavier, os aparelhos foram doados à unidade hospitalar. A maior parte deles, foi produzida com materiais recicláveis, como PVC e garrafas PET. Através dos aparelhos, os pacientes acamados, que têm a mobilidade reduzida, podem se movimentar com mais facilidade, com o apoio dos fisioterapeutas.

“O método auxilia na recuperação dos pacientes, já que ajuda a preservar e restaurar a integridade, melhora a funcionalidade e previne certos distúrbios e complicações, como as musculares, respiratórias, motoras e circulatórias”, destacou Xavier.

A iniciativa faz parte do projeto EMOBIL (Early Mobilization), sem fins lucrativos. A ideia, de acordo com ele, é que, futuramente, esse tipo de assistência seja estendida para enfermarias, ambulatório e home care (atendimento domiciliar).


Mais sobre o projeto


Os projetos construídos até o presente momento têm acrescentado benefícios diretos aos pacientes, dentre ele estão o ANDA (Aparato Neurodinâmico para Deambulação Assistida), invenção do Fisioterapeuta Dr. Tom Carvalho em parceria com os integrantes do projeto EMOBIL de autoria do Prof.Dr.Daniel Xavier. O ciclo ergômetro de PVC e o andador de PVC foram projetados pelo Fisioterapeuta e aluno da IAPES Rodrigo Augusto Braga.

Daniel Xavier destaca que as órteses de membros inferiores, feitas com garrafas plásticas e EVA (espuma venílica acetinada) foram idealizadas pela fisioterapeuta e também pós-graduanda da IAPES, Lidiane Rabelo, todos profissionais da cidade de Manaus. O uso da DASBEL (Dispositivo Auxiliar de Sedestação Beira Leito) também está presente nas confecções do EMOBIL, ideia inovadora de um grupo de Fisioterapeutas da cidade de São Paulo.

“A expansão deste conceito torna-se de fundamental importância para o aprimoramento de técnicas e atendimentos, uma vez que o principal favorecido será o paciente. A facilidade na execução destes artefatos, gera verdadeira mobilização entre os profissionais, ampliando a visão de suas terapêuticas e, consequentemente, sua criatividade”, concluiu.

terça-feira, 18 de julho de 2017

PBE em fisioterapia em terapia intensiva - European task Force,2008

Recomendações Do European Respiratory Sociedade e sociedade europeia De Medicina de Terapia Intensiva Task Force on Physiotherapy.

A Task Force revisou e discutiu a literatura disponível sobre a eficácia de fisioterapia para pacientes adultos criticamente doentes na fase aguda ou cronica. A evidência de ensaios aleatório controlados ou meta-análises foram limitados e a maioria das recomendações foram de nível C (evidência de ensaios não controlados ou não aleatorizados) ou de estudos observacionais) e D (opinião de especialistas). 

No entanto, seguindo alvos baseados em evidências para a fisioterapia foram identificados: Descontaminação, distúrbios da via aérea, atelectasia, intubação evasão e falha de desmame. Discrepâncias e falta de dados sobre a eficácia da fisioterapia em ensaios clínicos apontam a necessidade de identificar diretrizes para avaliações fisioterapeuticas, em particular para identificar características do paciente que permitam a prescrição e modificação de  tratamentos individualmente.

Existe a necessidade de padronizar caminhos para a tomada de decisões clínicas e educação, para definir o perfil profissional dos fisioterapeutas, e aumentar a consciência do benefícios de prevenção e tratamento de imobilidade e desconexão para pacientes adultos criticamente doentes.

A doença crítica pode durar de horas até meses, dependendo da fisiopatologia subjacente e resposta ao tratamento. Ela tem alta morbidade e de mortalidade, e os cuidados associados são um determinante importante dos custos de saúde. Em vista do alto custos associados à UTI, cada tentativa deve ser feita para evitar complicações e tratar adequadamente o subjacente primário fisiopatologia minimizado assim o tempo de permanência na UTI. São comuns complicações particularmente associadas a uma estadia prolongada de UTI incluindo o descondicionamento muscular, fraqueza, dispnéia, depressão, ansiedade, redução da saúde e qualidade de vida. A Doença crítica crônica está associada a imobilidade prolongada na (UTI) representando 5-10% das estadias na UTI, uma proporção que parece esta aumentando. Gerando seqüelas prejudiciais de longo prazo de descanso em cama, existe uma necessidade de reabilitação durante todo o período crítico, doença e posteriormente , para abordar estes efeitos. A quantidade de reabilitação realizada em UTI é freqüentemente inadequada e, como regra, é melhor organizado no desmame.

Fisioterapia na gestão de pacientes com doença crítica

Fisioterapeutas estão envolvidos na gestão de pacientes com condições respiratórias aguda, subagudo e crônico e na prevenção e tratamento das seqüelas de imobilidade e decúbito. Deles o papel varia em unidades, hospitais e países, para fazer recomendações para avaliação e monitoramento e melhores práticas em três áreas clínicas relevantes:

• Descondicionamento  relacionado a complicações

• Condições respiratórias (secreções retida nas vias aéreas, atelectasias, pneumonia, lesão pulmonar aguda lesão por inalação, pós-operatório complicações pulmonares, cofre trauma, prevenção de intubação e falha de desmame)

• Problemas emocionais e comunicação

Os membros da Task Force se reuniram duas vezes frente a frente e concordou com a áreas identificadas e os procedimentos de trabalho (ver detalhes no ESM). Detalhes da eficácia da fisioterapia em condições pulmonares específicas, implicações para pessoal e sugestões para futuras pesquisas são discutidas em o ESM.

Intervenções fisioterapeuticas 

Avaliação e monitoramento: A nível fisiológico e nível funcional. Isto leva a identificação de problemas e prescrição de uma ou mais intervenções fisioterapeuticas, devem ser capazes priorizar e identificar objetivos e parâmetros de tratamentos, garantindo que ambos são terapêuticos e seguro através de um monitoramento adequado funções vitais

Bem-estar geral, fornecendo apoio emocional e aprimorando a comunicação. Mas os fisioterapeutas podem revelar não terem detectados lesões. Descrições detalhadas de a avaliação é dada em outro lugar.

Descondicionamento físico relacionado a complicações 

Devido à natureza da doença crítica e as modalidades usadas para gerenciá-lo, descanso em cama prolongado, com bem conhecida efeitos fisiológicos adversos, parece para ser a regra na UTI. A mobilização precoce foi mostrada há 30 anos para reduzir o tempo de desmame da ventilação mecânica e é a base para recuperação funcional . Recentemente, mais atenção foi dado a atividade física (cedo) como uma intervenção segura e viável após o tratamento cardiorrespiratório e estabilização neurológica. 

O risco de mover um paciente gravemente enfermo deve ser pesado contra os riscos decorrente da imobilidade e da decadência. Sem efeitos adversos de atividade física sobre o estado inflamatório de pacientes criticamente doentes foram demonstrados. O posicionamento pode ser usado para aumentar estresse gravitacional e associado mudanças de fluido, através da inclinação da cabeça e outras posições que se aproximam da posição vertical. A posição vertical aumenta o volume pulmonar e o gás troca, estimula autonômica atividade, e pode reduzir o estresse cardíaco da compressão.

Mobilização faz parte da fisioterapia e gestão de pacientes agudamente doentes por várias décadas. Mobilização refere-se a atividade física suficiente para provocar efeitos fisiológicos agudos que melhoram a ventilação, central e perfusão periférica, circulação, metabolismo muscular e alerta e são contramedidas para trombose venosa profunda. Estratégias - em ordem aproximada de intensidade - incluem treino passivo e girando e se movendo na cama, exercício assistido ativo e ativo assistido de pedais de ciclismo na cama, sentado sobre a borda da cama, de pé, pisando no lugar, transferindo de a cadeira de cama ou cadeira, exercícios de cadeira e andando. Essas atividades são seguras e viáveis na fase inicial de admissão na UTI.

Andando e auxiliares de suporte (por exemplo, caminhadas modificadas quadros, mesas de inclinação) são seguras e viáveis ​​para facilitar a mobilização de pacientes criticamente doentes. Treino aeróbico e músculo fortalecimento, além da rotina mobilização, curta distância a pé melhor do que mobilização sozinha em pacientes ventilados com doença crítica. Em pacientes recentemente desmamados da ventilação mecânica, a adição do exercício dos membros superiores melhorou o efeitos da fisioterapia torácica em resistência ao exercício e dispnéia. A neuroestimulação elétrica muscular (NMES) é utilizada para evitar o desuso do muscular. Em pacientes da UTI, NMES de o quadríceps, além de ativar a mobilização de membros, teve ganho da força muscular  e acelerou independente transferência de cama para cadeira.

O alongamento passivo pode ter um papel particularmente importante na gestão de pacientes que não conseguem mover-se espontaneamente. O movimento passivo demonstrou melhorar ventilação em pacientes neurológicos em unidades de alta dependência. Evidência o uso de alongamento dinâmico contínuo baseia-se na observação, em outros grupos de pacientes, esse movimento passivo contínuo (CPM) impede a contratação e promove a função. O CPM foi avaliada em pacientes com doença crítica submetida a inatividade prolongada. Três horas de CPM por dia reduziu a atrofia das fibras e perda de proteína, em comparação com alongamento passivo por 5 min duas vezes diariamente. 
Condições respiratórias 
A disfunção respiratória é uma das as causas mais comuns de crítica doença que requer admissão na UTI. Falha de qualquer um dos dois componentes primários do aparelho respiratório (isto é, a membrana de troca de gás e a bomba ventilatória).O objetivos da fisioterapia é melhorar a ventilação regional e do pulmão, para reduzir a resistência das vias aéreas e o trabalho de respiração, e para limpar as secreções das vias aéreas. Posicionamento e mobilização são potentes opções de tratamento que pode otimizar a oxigenação, melhorando a ventilação, combinando V / Q, usando a dependência da gravidade para aumentar o recrutamento alveolar e pulmão perfusão.

Secreções de via aérea 

Como diferentes mecanismos podem ser responsável pela redução da depuração das vias aéreas, é importante primeiro identificar oproblema e depois selecionar a  intervenção que pode ser apropriada
Intervenções destinadas a fluxo expiratório crescente inclui expirações forçadas (ativas e passiva). Ativamente, estes podem ser com uma glote aberta (um huff), ou com uma glote fechada (tosse). Manualmente tosse assistida, com uso torácico ou compressão abdominal, pode ser indicado para pacientes com fraqueza muscular expiratória ou fadiga (por exemplo, condições neuromusculares). Todos técnicas expiradoras forçadas confiam em um volume inspiratório adequado e pode precisar ser acompanhado por intervenções para aumentar a inspiração volume, se o volume inspiratório reduzido está contribuindo para uma ineficaz tosse. O mecânico em exsufflador pode ser usado para oferecer um inspiratório pressão seguida por um alto negativo força expiratória, através de um porta-voz ou facemask. Isso aumenta a maré volume e aumenta expiratório fluxo e, portanto, é indicado quando o paciente não consegue limpar as secreções.

Pacientes intubados e ventilados

Posicionamento e mobilização do corpo pode otimizar a depuração da secreção das vias aéreas e a oxigenação, melhorando ventilação, recrutamento alveolar e correspondência V / Q. Hiperinflação manual (MHI) ou hiperinflação do ventilador, pressão expiratória final positiva (PEEP). Os objetivos do MHI são para prevenir a atelectasia pulmonar, reexpandir alvéolos colapsados, eu sou provar oxigenação, melhorar o pulmão conformidade e facilitar o movimento das secreções das vias aéreas para as vias aéreas centrais.

O MHI envolve uma inspiração profunda e lenta com saco de ressuscitador manual, uma inspiração segure e, em seguida, um lançamento rápido do saco para aumentar o fluxo expiratório e imita uma expiração forçada. 

A sucção das vias aéreas pode tem efeitos colaterais prejudiciais apesar de reafirmação, sedação e a pré-oxigenação do paciente pode minimize esses efeitos. Sucção pode ser executado através de uma linha sistema de sucção fechado ou aberto sistema. O sistema em linha não parece diminuir a incidência de pneumonia associada ao ventilador (VAP) ou a duração de ventilação mecânica, comprimento da UTI permanece ou mortalidade, mas sim aumentar os custos. A sucção fechada pode seja menos eficaz do que a sucção aberta para a depuração da secreção durante ventilação por suporte de pressão.

A instilação de rotina do normal solução salina durante a sucção das vias aéreas potenciais efeitos adversos sobre o oxigênio saturação e estabilidade cardiovascular, e resultados variáveis ​​em termos de aumento do rendimento de escarro. Peito a compressão da parede antes da sucção endotraqueal não melhorou remoção da secreção das vias aéreas, oxygenação ou ventilação após endotraqueal sucção em uma população não selecionada de ventilação mecanicamente pacientes.


Insuficiência respiratória - intubação

Complicações de intubação endotraqueal e ventilação mecânica são comuns e se desmame da ventilação mecânica pode ser desafiador, portanto, deve ser realizado quando apropriado e possível, a fisioterapia visa evitando a intubação. De primordial a importância é se a insuficiência respiratória é devida a insuficiência pulmonar, falha da bomba, ou ambas, como os problemas e as estratégias variam em conformidade.

Desequilíbrio entre músculo respiratório (Bomba) carga de trabalho e músculo (bomba) capacidade pode resultar em Insuficiência respiratória e é importante causa da necessidade de suporte ventilatório. A fisioterapia pode ajudar a diminuir carga ventilatória, por exemplo, reduzindo Atelectasias ou remoção de secreções das vias aéreas. O posicionamento pode reduzir o Trabalho de respiração e melhora a eficiência da ventilação. Para pacientes com doença pulmonar unilateral quando estão posicionados com o pulmão afetado mais alto do seu lado. Na insuficiência pulmonar, a CPAP produziu Resultados favoráveis ​​em adultos com SDRA e em pacientes com pneumonia por Pneumocystis carinii, E pode impedir a reintubação. A VNI foi utilizada para pós-operatório suporte e para pacientes com DPOC Com CAP, bem como em alguns pacientes com lesão pulmonar aguda, para evitar intubação. Quando a disfunção da bomba está presente, a VNI pode reduzir falta de ar, reduz as taxas de intubação, reduzir a mortalidade de exacerbações da DPOC, e é custo efetivo. Tanto CPAP quanto a VNI pode reduzir a necessidade de intubação no edema agudo de pulmão

Falha de desmame


 Apenas uma pequena proporção de pacientes não se desmamam de ventilação mecânica, mas eles exigem uma quantidade desproporcional de recursos. Protocolo dirigido por terapeutas (TDP) Foi mostrado para reduzir a duração de ventilação mecânica e UTI Custo. No entanto, um recente estudo mostrou que protocolo dirigido o desmame pode ser desnecessário em um UTI com pessoal médico generoso e rodadas estruturadas. Um teste de respiração espontânea (SBT) pode ser usado para avaliar a prontidão para a extubação com a performance de série medidas, tais como o volume corrente, taxa respiratória, pressão inspiratória máxima das vias aéreas e índice de respiração superficial. Detecção precoce de piora clínica sinais como angústia, obstrução das vias aéreas e parede torácica paradoxal.

Potência das vias aéreas e proteção (isto é, uma tosse efetiva mecanismo) deve ser avaliado antes ao início do desmame. Pico de fluxo de tosse é um parâmetro útil para prever o desmame bem sucedido em pacientes com doença neuromuscular. A VNI é efetiva na prevenção da pós-extubação falha em pacientes em risco. A fraqueza muscular respiratória é frequentemente observado em pacientes com insuficiência de desmame. Desde inatividade ("disfunção do diafragma induzida pelo ventilador", VDI) é sugerida como causa importante de músculo respiratório falha e carregamento intermitente Dos músculos respiratórios foi mostrou atenuar o descondicionamento muscular respiratório, inspiratório o treinamento muscular pode ser benéfico em pacientes com falha de desmame. Ensaios não controlados e um RCT observaram uma melhora na função muscular inspiratória e redução da duração da ventilação mecânica e do tempo de desmame com músculo inspiratório intermitente treinamento. Finalmente, o biofeedback para exibir o padrão de respiração foi mostrado para melhorar o desmame. Voz e toque podem ser usados ​​para aumentar o sucesso de desmame, quer por estimulação melhorar a ventilação, Conduzir ou reduzir a ansiedade. Influências ambientais, como ambulatório com um ventilador portátil, demonstraram beneficiar atitudes e perspectivas a longo prazo pacientes dependentes do ventilador.
Problemas emocionais e de comunicação
Pacientes criticamente doentes podem experimentar sentimentos de ansiedade e alienação, particularmente se alimentados em UTI ou unidade de alta dependência. aqueles em ventilação mecânica podem experiênciar de sofrimento adicional o tubo endotraqueal. Estas emoções podem levar a problemas pós-traumáticos distúrbio do estresse em alguns pacientes após a descarga. Ansiedade também prejudica a recuperação se não avaliado e tratado. Promover um ambiente repousante propício para relaxar e dormir é diariamente é um  desafio em cuidados críticos.

Os fisioterapeutas podem fazer uma valiosa contribuição para o psicológico bem-estar e educação do paciente gravemente enfermo. Relaxamento é uma das intervenções que podem reduzir a ansiedade e pânico, promova o sono e, em geral, reduza a gravidade da dor e dispnéia. posicionamento corporal e o reposicionamento são meios úteis de alcançar relaxamento e reduzir sintomas. Foi relatado um toque terapêutico para promover relaxamento e conforto em pacientes criticamente doentes, Fisioterapeutas têm uma oportunidade para fornecer esse toque terapêutico. A massagem pode ser útil para melhorar relaxamento, redução da ansiedade e dor em aguda e crítica. A comunicação é central para satisfação do paciente e bem-estar emocional.O desenvolvimento do pós-traumático o distúrbio do estresse foi associado com a incapacidade de comunicar efetivamente. O consentimento informado é um meio de capacitar o paciente quando altamente vulnerável. A educação é projetada para ajudar o paciente compreender sua condição e cuidar de apreciar seu próprio papel no controle da dor, por exemplo, controlado pelo paciente analgesia, suporte de ferida durante movimentação ou remoção de via aérea, e estratégias como o posicionamento do corpo para o conforto.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

MANOBRAS DE HIGIENE BRÔNQUICA E REEXPANSÃO PULMONAR

MANOBRAS DE HIGIENE BRÔNQUICA E REEXPANSÃO PULMONAR

Graziela Ribeiro Carneiro
Coordenador Pós graduação: Daniel Xavier @intensivistaxavier



      A mucosa respiratória produz uma camada de secreção que a recobre e que de forma contínua, move-se através da atividade ciliar até a faringe, onde é deglutida sem que o indivíduo perceba. Quando a quantidade de secreção aumenta, como em pacientes com doença pulmonar caracterizada por hipersecreção de muco, a tosse torna-se um mecanismo adicional para a clearance mucociliar. Normalmente a expectoração é contaminada com células da orofaringe, bactérias, alimentos e saliva. Se a quantidade de muco torna-se muito grande para estes dois mecanismos, especialmente nas vias aéreas de pequeno calibre onde a tosse é menos efetiva, o resultado é o acúmulo de secreções, onde os volumes e as capacidades pulmonares podem ser afetados, também, pela diminuição da complacência pulmonar, e podem levar à ocorrência de hipoventilação pulmonar, atelectasia. Essas secreções aumentam a resistência ao fluxo aéreo, dificultam as trocas gasosas e tornam excessivo o trabalho dos músculos respiratórios.

      O colapso pulmonar ocorre com frequência em pacientes com doenças respiratórias e neuromusculares, pacientes acamados por longos períodos, pacientes entubados sob ventilação mecânica e em diversos tipos de pós-operatórios.

      A fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das pneumopatias utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva com o objetivo de estabelecer ou restabelecer um padrão respiratório funcional, no intuito de reduzir os gastos energéticos durante a respiração, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades de vida diária sem promover grandes transtornos e repercussões negativas em seu organismo. Para que isto ocorra é necessário melhorar o clearance mucociliar, a ventilação, e prevenir ou eliminar o acúmulo de secreções, favorecendo assim, as trocas gasosas, além de manter ou melhorar a mobilidade da caixatorácica.

      É importante ressaltar que para se atingir resultados positivos faz-se primordial um amplo estudo do quadro patológico apresentado pelo paciente, além de uma criteriosa avaliação das condições clínicas desse indivíduo e do traçado de um plano de tratamento condizente com suas necessidades atuais.
Objetivos:
Deslocamento de secreção brônquica para segmentos de maior calibre;
Manter a integridade das trocas gasosas;
Mobilizar caixa torácica;
Favorecer a mobilidade diafragmática;
Recuperar volumes e capacidades pulmonares;
Prevenir ou reexpandir áreas colapsadas
Indicações:
Pacientes com produção excessiva de secreção;
Pacientes com insuficiência respiratória aguda e que apresentam sinais clínicos de acumulo de secreção;
Pacientes que apresentam atelectasias;
Anormalidades na relação ventilação/perfusão;
Tosse ineficaz;
Queda da saturação de oxigênio ou taquidispneia.

Terapia de Higiene Brônquica

      Utiliza-se de técnicas que visam auxiliar a mobilização e a eliminação de secreções, melhorando as trocas gasosas e evitando as complicações de um quadro de pneumonia previamente instalado, e consiste de manobras invasivas e não invasivas. As manobras não são utilizadas de maneira isolada, mas sim associada não só entre si, como também a outras modalidades dentro da fisioterapia respiratória.

Manobras não invasivas: 

Drenagem Postural
      A drenagem postural utiliza-se da ação da gravidade para auxiliar a movimentação das secreções no trato respiratório, direcionando-as para as vias aéreas centrais onde poderão ser removidas através da tosse. O uso do posicionamento para drenar secreções baseia-se na anatomia da árvore brônquica e, considerando que há uma tendência em acumular muco nas vias mais distais pelo próprio efeito gravitacional, a drenagem emprega o posicionamento invertido com o objetivo de encaminhar a secreção para uma porção mais superior da árvore brônquica. Além de auxiliar a mobilizar as secreções, a drenagem postural também promove a melhora da relação ventilação/perfusão.
      Baseado em uma avaliação preliminar cuidadosa, a posição de drenagem deve ser escolhida. Antes de posicionar o paciente, o procedimento deve ser explicado. Além disso, é importante inspecionar possíveis aparelhos conectados ao paciente e até mesmo ajustá-los para assegurar o seu funcionamento durante a drenagem postural.

      Uma contínua monitoração dos sinais vitais se faz necessária durante a técnica, principalmente em relação à saturação de oxigênio, uma vez que o posicionamento predispõe os pacientes à dessaturação arterial.

      Existem controvérsias sobre o tempo de aplicação do método, mas muitos autores defendem a permanência por 15 a 30 minutos em cada posição com o limite de 60 minutos no total.

      Sempre que aplicada, o terapeuta deve certificar-se que o paciente realizou a última refeição a pelo menos uma e meia a duas horas antes do início da técnica para evitar refluxo gastroesofágico.
     Normalmente associada a manobra de vibração.

Percussões pulmonares manuais

      Qualquer manobra realizada com as mãos sobre a superfície externa do tórax do paciente proporcionando vibrações mecânicas. Entre as mais utilizadas, destacam-se a tapotagem e percussão cubital.

      A percussão, durante a expiração, 5 Hz de frequência, promovendo ondas de energia cinética, transmitidas através das vias respiratórias, deslocam as secreções da árvore brônquica e as mobilizam das regiões periféricas para as centrais. Há controversa na aplicação das técnicas, segundo a sua frequência de execução e a sua associação a outras técnicas o tempo estimado é de (240 ciclos/minuto) sendo continuo. A tapotagem consiste em percutir com as mãos em concha ou em ventosa, as regiões torácicas relacionadas com as áreas pulmonares em que haja secreção, respeitando as regiões dolorosas.

      É contra indicada a aplicação direto na pele, paciente apresentando ruídos sibilares exacerbados, dispneia, crise asmática, edema agudo do pulmão, pós-cirúrgicos em menos de uma hora de refeição fraturas de costelas, cardiopatas graves

      Com os mesmos objetivos da tapotagem, a percussão cubital consiste em percutir o tórax mediante o movimento de desvio ulnar com uma das mãos semifechadas, mais precisamente com o lado hipotênar sobre a outra mão ou os dedos da outra mão, que esta em concha e permanentemente acoplada ao tórax do paciente, neste caso a percussão cubital será indireta, podendo também ser realizada diretamente sobre o tórax do paciente, esta ultima é menos empregada pelo desconforto do paciente.

      A principal diferença entre a percussão cubital e a tapotagem é que o movimento de “resvalo torácico” na pressão cubital é menos vibrátil, podendo ser mais bem empregada nos casos em que a tapotagem causa dor. Por outro lado, a percussão cubital embora menos vibrátil, por tratar-se de um movimento brusco proporciona maior estimulo a tosse.

Vibrocompressão Torácica

      São contrações isométricas repetidas realizadas sobre a parede do tórax do paciente, durante a fase expiratória do ciclo respiratório, em uma frequência de 12 a 16 Hz associação das manobras de vibração torácica no sentido anatômico dos arcos costais, de forma constante, lenta e moderada. Realizada com as mãos espalmadas, acopladas e com certa pressão no tórax do paciente, o punho e o cotovelo de quem aplica deverão permanecer imóveis impulsionando os movimentos vibratórios ( tremor energético) com um trabalho mecânico proveniente da musculatura do braço e do ombro, deixando os demais grupos musculares do membro superiores contraídos isometricamente e as articulações do punho e do cotovelo imóveis, promovendo fluidificação e deslocamento de secreções pulmonares para as vias aéreas de maior calibre, para posteriormente ser eliminadas pela tosse ou aspiração.

Pressão Expiratória

      Consiste em deprimir de maneira passiva, o gradil costal do paciente, durante o período expiratório, com a finalidade de aumentar a ventilação. Quando aplicada após a vibração ou percussão, tem o papel de conduzir secreções para os brônquios de maior calibre, facilitando a eliminação pela tosse ou aspiração.

Tosse


      É um mecanismo de defesa para a remoção de secreções brônquicas e de corpos estranhos das vias aéreas. Pode ser dirigida ou provocada. A dirigida trata-se de um esforço de tosse voluntaria que o fisioterapeuta obtém quando solicitado ao paciente colaborativo. Já a provocada trata-se de uma tose reflexa aplicada no paciente incapaz de cooperar, e, portanto, de realizar a tosse ativa, então faz-se a indução através de estímulos dos receptores mecânicos na parede da traqueia extratorácica, obtida com a realização de um movimento lateral da traqueia durante a fase inspiratória.

      A tosse assistida consiste na aplicação de uma pressão externa sobre a caixa torácica ou sobre a região epigástrica, fornecendo assim um auxilio ao ato de tossir.

Aceleração do Fluxo Expiratório (AFEA)


      Consiste em um movimento tóracoabdominal sincronizado, gerado pelas mãos do fisioterapeuta sobre tórax entre a fúrcula external e a linha intermamária, e a outra sobre o abdome, em cima do umbigo, fazendo um movimento sincrônico, aproximado às duas mãos do inicio ao fim da expiração sem ultrapassar os limites fisiológicos expiratórios do paciente. Dessa maneira promove-se um esvaziamento passivo do ar presente nos pulmões, facilitando o deslocamento das secreções.

      A técnica pode ser passiva, ativa-assistida com a colaboração parcial através da realização da expiração com a glote aberta, ou ainda ativa com a colaboração total do paciente para execução da técnica.

Drenagem Autógena (DA)


     Utiliza inspirações e expirações lentas, de forma ativa, controladas pelo paciente, iniciando no volume de reserva expiratório ate o volume de reserva inspiratório. A manobra visa maximizar o fluxo de ar nas vias aéreas para melhorar a eliminação do muco e da ventilação pulmonar. Mobilizando inicialmente as secreções de vias aeras distais, posteriormente proximais. Para o uso desta técnica, o paciente precisa ser colaborativo.
Técnica de Expiração Forçada (TEF) ou Huffing
      A técnica de expiração forçada consiste de um ou dois huffis (expirações forçadas, de volume pulmonar médio a baixo, seguidas de um período de respiração diafragmática controlada e relaxada). As secreções brônquicas mobilizadas para as vias aéreas superiores, são, então expectoradas, e o processo é repetido até que se obtenha limpeza brônquica máxima. O paciente pode reforçar a expiração forçada pela auto compressão da parede torácica com um rápido movimento de adução dos braços e com a glote aberta, aumentando assim o fluxo expiratório, favorecendo a tosse.


Ciclo Ativo da Respiração (CAR)


      É uma combinação e técnicas de expiração forcada, controle da respiração, exercícios de expansão torácica.

      O primeiro passo envolve o controle respiratório através de respirações relaxadas com volume corrente e predominantemente diafragmáticas, objetivando a prevenção do broncoespasmo. Já os exercícios de expansão envolvem inspirações profundas com expirações tranquilas, podendo estar acompanhadas por técnicas de vibração e percussão. Devem ser em número de 6 a 8 exercícios com a finalidade de remover secreções, melhorar a ventilação e trabalhar um volume de ar adequado para execução da técnica de expiração forçada. Esses exercícios devem ser divididos em duas etapas de 3 a 4 atividades cada, intercaladas por um período de relaxamento e controle respiratório. Por fim, executa-se a TEF para deslocar as secreções em direção às vias aéreas centrais. 

      O ciclo ativo da respiração pode ser realizado com o paciente na posição sentada ou ainda em associação com a terapia de drenagem postural. Essa combinação consegue minimizar a queda de saturação de oxigênio que é muito frequente quando aplicada somente a técnica de drenagem postural, sobretudo em pacientes com fibrose cística.

      A técnica exige a colaboração ativa do paciente.

Pressão Expiratória Positiva (EPAP)

      É uma técnica que consiste na aplicação de pressão positiva somente durante a fase expiratória do ciclo respiratório. O aparelho possui uma máscara facial e uma válvula com uma saída para que a resistência expiratória possa ser conectada. Um manômetro é inserido no sistema para monitorar a pressão. 
      A terapia com pressão expiratória positiva consiste em realizar uma expiração contra uma resistência ao fluxo compreendida entre 10 e 20 cmH2O. A PEP remove as secreções nas vias aéreas maiores através da chegada de ar a segmentos pouco ou não ventilados pela ventilação colateral e por prevenir o colapso das vias aéreas durante a expiração. Portanto, um aumento no volume pulmonar faz com que o ar localizado atrás das secreções, que obstruem as pequenas vias, ajude a removê-las.

      A duração e a frequência do tratamento dependem da reação de cada paciente à técnica, mas equivale, de maneira geral, a 15 minutos por sessão, 2 vezes ao dia, em pacientes com doença pulmonar estável, mas com traços de hipersecreção.

      A PEP está indicada quando o tratamento objetiva reduzir o aprisionamento de ar (asma e DPOC), mobilizar secreções (fibrose cística), prevenir ou reverter atelectasias ou ainda otimizar a eficácia da administração de broncodilatadores em usuários da aerossolterapia medicamentosa.
Terapia por Oscilação Oral de Alta Frequência

      Nessa técnica são utilizados instrumentos como o Flutter, Shaker e o Acapella. O Flutter e o Shaker são formados por um bocal, um cone, uma bola de acido inoxidável e uma tampa perfurada, onde o fisioterapeuta solicita uma inspiração seguida de expiração, durante a expiração a esfera vibra e produz uma pressão expiratória oscilatória positiva, com o objetivo de melhorar a depuração mucociliar e a função pulmonar. Há produção de frenagem do fluxo respiratório por produzir curtas e sucessivas interrupções a passagem do fluxo com pressão expiratória positiva, permitindo uma repercussão produzida pelo resistor do aparelho, que é transmitida à arvore brônquica. Tendo que ser realizado com o paciente sentado.

      O Acapella é diferente somente na forma como acontece à oscilação, realizada por um cone pivorante que possui uma válvula que regulará a resistência. O paciente pode executar em qualquer posição, com frequência ajustável ou mascara, e o pode ser associado com nebulização para medicamentos em aerossol. O paciente é instruído a inspirar lenta e profundamente com volumes pulmonares entre a capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total, e a expiração realizada a capacidade funcional.

      Todos os três instrumentos são indicados a pacientes ativos, que tenham bom nível de consciência e compreensão. 

Manobras invasivas: 

Aspiração Traqueobrônquica
      É um procedimento invasivo que consiste na retirada de secreções de vias aéreas inferiores com o objetivo de manter a permeabilidade, facilitar oxigenação e prevenção da broncoaspiração em pacientes com uso de TOT e TQT, ou em pacientes que não conseguem expectorar voluntariamente. Realizada com a desconexão do paciente do ventilador e com a introdução do cateter de sucção dentro do tubo endotraqueal (sistema aberto). 


Hiperinsuflação Manual com o Ambu ou Bag Squeezing (HM)


      É utilizada em pacientes que cursam com quadro de hipersecreção pulmonar e que estejam em uso de ventilação mecânica, utilizado associado às técnicas de vibração e compressão torácicas. Trata-se de uma serie de excursões respiratórias amplas, profundas, coma pausa inspiratória de 3 segundos, seguida de rápida expiração simulando a tosse. Deve ser realizada por 2 fisioterapeutas, com atuação conjunta, o primeiro administra o ambu fornecendo um volume maior que volume corrente utilizado pelo paciente e o segundo faz as técnicas de vibrocompressão após a hiperinsuflação, provocando aceleramento do fluxo expiratório que gera um fluxo turbulento, levando ao deslocamento da secreção impactadas na periferia pulmonar levando para as vias aéreas de maior calibre. Utilizado em pacientes entubados, sob ventilação mecânica ou traqueostomizados, para prevenir colapso pulmonar e retenção de secreções.

Manobra PEEP/ZEEP

      Nessa manobra eleva-se a PEEP, o gás é redistribuído através da ventilação colateral, alcançando os alvéolos adjacentes previamente colapsados por muco. Essa redistribuição propicia a reabertura de pequenas vias aéreas deslocando o muco aderido à sua parede. Posteriormente, ao diminuirmos para 0 cmH2O, modifica-se o padrão de fluxo expiratório auxiliando o transporte das secreções das vias aéreas de menor calibre para as centrais.

  Terapia de Reexpansão Pulmonar
      Utilizadas para prevenir ou tratar a redução do volume pulmonar e podem ser utilizada de forma mecânica e/ou de exercícios, e que atua em áreas pulmonares que não estão expandindo adequadamente. Os volumes e as capacidades pulmonares podem estar afetados, como pela diminuição da complacência pulmonar, como em doenças pulmonares e da caixa torácica, em alterações pulmonares decorrentes de processos cirúrgicos, disfunções neuromusculares e em processos infecciosos ou traumáticos. 
      O colapso alveolar causa a perda volumétrica com consequente redução na capacidade residual funcional, podendo levar a hipoxemia e aumento no risco de infecções e lesão pulmonar caso não seja revertido.
Exercícios Respiratórios
      Também conhecidos como exercícios de inspiração profunda e a espirometria de incentivo, estão indicados para pacientes colaborativos e capazes de gerar grandes volumes pulmonares. Capacidade vital forcada superior a 20ml/kg, com risco de complicações pulmonares decorrentes da hipoventilação. 
     A inspiração fracionada consiste em realizar inspirações nasais sucessivas e curtas com uma pausa (apneia) após cada inspiração curta, até atingir a capacidade pulmonar total e a seguir uma expiração bucal. 
     A inspiração sustentada máxima, consiste em o paciente realizar uma inspiração profunda até a capacidade inspiratória máxima seguida de uma pausa inspiratória, e em seguida, a expiração bucal. Podem ser associados a elevação de membros superiores.
Inspirometria de Incentivo
      Feito através da utilização de aparelhos que promovem o feedback de que foi alcançado o fluxo ou volume desejado. A sua utilização depende do nível de consciência, da compreensão e colaboração do paciente. Esses incentivadores tem como objetivo reexpansão pulmonar, aumento da permeabilidade das vias aéreas e fortalecimento dos músculos respiratórios. 
      Respiron e Voldayne são exemplos de aparelhos que oferecem o estimulo visual para o paciente para que ele consiga realizar uma inspiração máxima sustentada e alcançar a capacidade pulmonar total, feita com parte do volume residual seguido de uma inspiração máxima até atingir a capacidade pulmonar total e aplicada no incentivador por via oral, ativa e profunda, de inicio rápido e mantido no final.
      Existem 2 tipos de incentivadores: a fluxo e a volume, onde o a fluxo consiste em uma ou mais câmeras plásticas que abrigam esferas semelhantes a bolas de pingue-pongue que se elevam em fluxos altos e turbulentos, e o a volume consiste em uma sistema de pistão de embolo ou disco que deve ser elevado até atingir a capacidade inspiratória máxima ou nível predeterminado; este é o tipo mais fisiológico.
Técnicas com Pressão Positiva
      O uso de equipamentos que geram pressão positiva nas vias aéreas pode ser aplicado somente na inspiração, somente na expiração ou em ambas as fases da respiração.
      Dispositivos que oferecem RPPI (Respiração por pressão positiva intermitente):
- EPAP 
- CPAP
-BiPAP
      Ventilação mecânica não invasiva (CPAP) é obtida com gerador de fluxo podendo ser utilizada em pacientes em ventilação espontânea com ou sem vias aéreas artificiais e consiste na aplicação de um nível de PEEP associada a um fluxo inspiratório nas vias aéreas, onde recrutam alvéolos previamente colapsados.
      O Bilevel é um modo também não invasivo que tem como característica a utilização de dois níveis de pressão positiva, que são aplicadas na fase inspiratória e expiratória gerando aumento de volume pulmonar, esse recurso é sempre a primeira escolha devido a vantagem de fornecer dois níveis de pressão separadamente.

Técnicas Manuais 
      Consiste na compressão (na expiração) e descompressão torácica abrupta (na inspiração) permitindo assim restaurar a ventilação das unidades alveolares comprometidas. Pressionando manualmente a região torácica correspondente à área pulmonar comprometida durante a fase expiratória, que deve ser forcada e longa, na retirada abrupta na fase inspiratória, é direcionado o fluxo ventilatório para a região dependente e promove a expansibilidade da região a ser tratada.
Hiperinsuflação Manual e com o Ventilador Mecânico
      A hiperinsuflação manual (Bag Squeezing) consiste em inspirações lentas e profundas consecutivas, seguidas de pausa inspiratória e rápida liberação de pressão, associada ou não, à vibração torácica, promovendo o aumento do fluxo expiratório. 
      O uso do ventilador mecânico como recurso para expansão pulmonar é feito com o aumento da pressão de pico ou da PEEP em pacientes ventilados mecanicamente com objetivo de promover o recrutamento das áreas pulmonares colapsadas, sem repercussões hemodinâmicas. 
Técnicas de Fortalecimento Muscular Respiratório (TRM)
      Pode ser realizado através de um sistema de molas (threshold) ou orifícios ofertados por dispositivos que impõe uma carga resistiva contra a inspiração, iniciado com carga de 15 a 30% da PI máxima e evoluir para 60 a 70% de acordo com o objetivo do treinamento. A duração pode variar entre 15 a 30 min ou realizar series de 20 a 30 respirações, com uma frequência de duas vezes ao dia, durante 5 a 7 dias por semana.







Referência Bibliográfica

IRWIN, Scot. TECKILIN, J. Fisioterapia Cardiopulmonar. São Paulo: Manole. 2003.
AZEREDO Carlos. Fisioterapia Respiratória hospital geral. São Paulo: Manole.2000
CARVALHO Mercedes. Fisioterapia Respiratória. Rio de Janeiro: Revinter. 2001.
MARTINS, A. L. P., JAMAMI, M. e COSTA, D. Estudo das propriedades reológicas do muco brônquico em pacientes submetidos a técnicas de fisioterapia respiratórias. São Carlos: Rev. bras. fisioter. 2004.
http://fisioterapiaempneumologia.blogspot.com.br/2013/01/manobras-de-reexpansao-pulmonar-as.html

JULIANA B; SANDRO GROISMAN; MARCELO AZEVEDO et al. Técnicas de terapia manual torácica através do método Reequilíbrio-Tóraco-Abdominal (RTA) melhoram a ventilação pulmonar em pacientes ventilados mecanicamente. Ter Man. 2011; 9(42):102-107

Força Tarefa Sobre a Fisioterapia em Pacientes Críticos Adultos: Diretrizes da Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). França, Eduardo ET; Ferrari, Francimar R; Fernandes Patrícia V; Cavalcanti, Renata; Duarte, Antonio; Aquim, Esperidião E; Damasceno, M.C.P. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(1):6-22

RODRIGUES MACHADO, Maria da Glória. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Fraqueza Adquirida na Unidade de Terapia Intensiva – FAUTI



Fraqueza Adquirida na Unidade de Terapia Intensiva – FAUTI

Pós graduanda:Andreza Gomes
Coordenador: Daniel Xavier

Segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a definição para paciente crítico ou grave pode ser entendida como todo aquele que venha a possuir o comprometimento de um ou mais sistemas fisiológicos, associado à perda de suas funções, vindo a necessitar de uma assistência contínua. 

Seguindo esse limiar a doença crítica condiz a um estado de estresse catabólico, onde os pacientes habitualmente apresentarão uma resposta inflamatória sistêmica, que se associam às complicações que promoverão a disfunção de múltiplos órgãos, a hospitalização prolongada e o aumento da morbimortalidade. Pode-se entender que a  fase crítica de uma doença grave é caracterizada pelo consumo do músculo esquelético devido à incapacidade de se manter o equilíbrio entre a síntese e degradação de proteína. 

O aumento da degradação das proteínas musculares decorre pela atuação de vias de sinalização intracelular, tais como: o sistema ubiquitina- proteossomo que é considerado a principal via referente ao mecanismo de proteólise, onde as enzimas a atrogina-1 e a MuRF-11.7  estão ligadas ao processo de atrofia do músculo sendo ativadas quando ocorre inatividade ou um  processo inflamatório, sendo assim, tanto ao músculo quanto ao nervo ocorre redução da excitabilidade por falha de transmissão neuromuscular, devido a alteração da homeostase do cálcio e insuficiência bioenergética.  

As causas clínicas que submetem os pacientes críticos em unidades de terapia intensiva a adquirir a fraqueza muscular estão entre: VM prolongada, imobilismo, SIRS, Sepse, falência de múltiplos órgãos e falta de controle volêmico que irão refletir no comprometimento do sistema respiratório, como a insuficiência respiratória aguda, que seguem por acometimentos no sistema cardiovascular, alterações neurológicas e renais, onde os comprometimentos na região do trato gastrointestinal se encontram em menor proporção, quando comparados com as anteriores.

 Se deve ter em mente que a razão da fraqueza pode ir muito além das questões citadas anteriormente sendo considerada multifatorial então outras questões como a toxidade de algumas medicações em altas doses e por um tempo prolongado ou o uso de  sedativos que por sua vez agem como bloqueadores neuromusculares, já os corticoesteróides e os vasopressores que atuaram também como fatores de risco ao paciente. Ressalta-se a interação continua das condições de cada paciente como idade avançada associada a sarcopenia, gravidade da doença em questão e em alguns casos até o tratamento que está sendo realizado. Deve-se atentar para a retenção de líquidos devido ao balanço hídrico positivo e às alterações metabólicas como hipermetabolismo e hipercatabolismo relacionadas à imobilização e a um suporte nutricional inadequado.

Ao associar ao uso de VMI, a maioria dos pacientes têm como indicação médica a restrição dos  movimentos em uma fase inicial da doença crítica até que o mesmo apresente-se hemodinamicamente estável. Sendo assim tanto a redução ou anulação da carga imposta sob o sistema musculoesquelético durante o tempo de imobilismo no leito, somada ao uso de VMI por diversos dias, acaba resultando em um aumento significativo do tempo de internação na unidade de terapia intensiva que reflete em um prognóstico negativo para o paciente e contribui para o início de uma fraqueza adquirida na unidade de terapia intensiva.

Sendo assim a FAUTI (fraqueza adquirida na unidade de terapia intensiva) ou ICUAW( Intensive care unit acquired weakness) em inglês, pode ser definida  por perda da massa muscular, a atrofia de fibras musculares de contração rápida e fraqueza muscular extrema dos membros devido à miopatia do doente crítico, polineuropatia do doente crítico, polineuromiopatia do doente crítico, anormalidades neuromusculares do doente crítico  e paralisia do doente crítico,  as características clinicas por sua vez estão entre: fraqueza simétrica e flácida dos membros sendo mais evidente nos músculos proximais que os distais, ocorre variação desde paresia até tetraplegia, e os músculos faciais e oculares são geralmente poupados.

 O tempo irá refletir de forma positiva ou negativa na condição em que o paciente em questão se encontra, onde em uma semana de repouso no leito a força muscular periférica tende a diminuir cerca de 20%1.1. Em uma semana de VMI ocorre perdas de preensão palmar em pacientes com falência respiratória1.2. No caso dos pacientes com lesão pulmonar aguda, os mesmos apresentam uma redução de 3% a 11% da força muscular periférica1.3. E nos pacientes com sepse, em duas semanas de imobilidade prolongada no leito na unidade de terapia intensiva apresentaram redução da força de contração e força muscular esquelética em cerca de 30%1.4. Para aqueles pacientes com insuficiência de múltiplos órgãos, a perda de massa muscular no fim da primeira semana é maior devido ao fato da condição inflamatória que reduz a síntese de proteína muscular e consequentemente aumenta a sua degradação1.5, quando comparada com os pacientes que apresentam a mesma condição de insuficiência entretanto só há comprometimento de um órgão1.6. 

Para se diagnosticar a FAUTI, se usa como partida a exclusão de qualquer outra causa de fraqueza muscular, dentre elas pode-se citar: Guillian- Barré; Miastenia Gravis; Síndrome Lambert-Eaton; Doenças da Medula Espinhal e condições induzidas por drogas. Recorre-se aos testes eletrofisiológicos, a eletromiografia e estudos de condução nervosa. Porém esses recursos mais especificamente os testes eletrofisiológicos não estão disponíveis em toda unidade de terapia intensiva, são complicados, de alto custo e resultados demorados, um ponto positivo em sua precisão é a diferenciação de polineuropatia e miopatia do doente crítico. 

Outro método de mensuração de força muscular se chama Medical Resarch Council (MRC), que foi criado com intuito inicial para a avaliação de paciente com poliomielite e mais tarde foi modificado, trata-se de um teste de força simples adaptado para a avaliação da contração muscular em pacientes críticos. Nele deverão ser avaliados seis movimentos onde três pertencem aos membros superiores que são: abdução do ombro, flexão do cotovelo e extensão de punho e três para os membros inferiores que são: flexão de quadril, extensão de joelho e dorsoflexão de tornozelo. A graduação da força irá variar de 0 correspondendo à plegia e 5 indicando força normal, a soma funcional totaliza o valor máximo de 60 pontos (KLEYWEG, VAN DER MECHÉ & SCHMITZ, 1991)2. Para os pacientes com resultado igual ou inferior à 48, os mesmos são classificados com fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva (DE JONGHE et al., 2002)2.  Ressalta-se que para o  seu uso é necessário que o paciente se encontre colaborativo  e responda, há três, de um total de cinco comandos.

Outro meio seria a Dinamometria, onde o dinamômetro é um instrumento de fácil aplicação que é pouco utilizado para a avaliação de força muscular de pacientes críticos na unidade de terapia intensiva, uma vez que o paciente deve estar colaborativo. Mostra-se eficaz com aqueles pacientes pouco sedados ou sem sedação. Há uma versão digital, porém não possui devida validação.

 Referências 
Imobilismo e fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva - Thamara Márcia de J. C. Mesquita; Giulliano Gardenghi – Dezembro de 2016.
. Parry SM, Puthucheary ZA. The impact of extended bed rest on the musculoskeletal system in the critical care environment. Extrem Physiol Med. 2015; 4 (16):1-8.
Chlan LL, Tracy MF, Guttormson J, Savik K. Description of peripheral muscle strength measurement and correlates of muscle weakness in patients receiving prolonged mechanical ventilatory support. Am J Crit Care. 2015;  24 (6): e91–e98.
Fan E, Dowdy DW, Colantuoni E, Mendez-Tellez PA, Secransky JE, Shanholtz C et al. Physical complications in acute lung injury survivors: a two-year longitudinal prospective study. Crit care med. 2014; 42 (4): 849-59.
Eikermann M, Koch G, Gerwig M, Ochterbeck C, Beiderlinden M, Koeppen S et al. Muscle force and fatigue in patients with sepsis and multiorgan failure. Intensive Care Med. 2006;134: 251-59.
Gruther W, Benesch T, Zorn C, Paternostro-Sluga T, Quittan M, Fialka-Moser V et al. Muscle wasting in intensive care patients: ultrasound observation of the m. quadriceps femoris muscle layer. J Rehabil Med. 2008;40: 185-9.
Clavero GV, Naváis MS, Albuixech MM, Ansa LC, Estalella GM, Huidobro ADP. Evolución de la fuerza muscular em paciente críticos con ventilación mecánica invasiva. Enferm Intensiva. 2013;24(4):155-66.
Clavero GV, Naváis MS, Albuixech MM, Ansa LC, Estalella GM, Huidobro ADP. Evolución de la fuerza muscular em paciente críticos con ventilación mecánica invasiva. Enferm Intensiva. 2013;24 (4):155-66.

2. Fraqueza muscular adquirida na unidade de terapia intensiva - Isabelle Delaqua Rodrigues, Ludmila da Silva Barbosa,  José Antônio Manetta, Ricardo Teixeira Silvestre e Liria Yuri Yamauchi – 2010.

domingo, 2 de julho de 2017

MOBILIZAÇÃO PRECOCE

MOBILIZAÇÃO PRECOCE

Orientador: Daniel Xavier insta: @INTENSIVISTAXAVIER
Pós-Graduanda: Beatriz Silva de Freitas


Devido à alta concentração de pacientes críticos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), avanços tecnológicos e o progresso do conhecimento científico na área, possibilitou a compreensão de que a mobilização precoce deve ser adotada por profissionais fisioterapeutas. São muitos os efeitos adversos causados pelo repouso prolongado no leito, o que chamamos de síndrome do imobilismo, causando ao paciente consequentes disfunções do aparelho locomotor e funcionalidade como a fraqueza muscular adquirida na UTI(FAUTI),o mais comumente; déficit na mecânica respiratória, aparecimentos de pneumonias e atelectasias, úlceras de pressão, complicações hemodinâmicas, cardíacas e neurologias, e,como consequência disso, aumento do tempo de internação e redução da qualidade de vida do paciente após a alta hospitalar. Essas complicações estão associadas, podendo ainda ser agravadas pelo uso constante de sedativos e medicamentos, assim como, pela utilização de contenções mecânicas do paciente ao leito.

Advindo da descoberta aos efeitos deletérios da imobilização no leito, surge a mobilização precoce, com o intuito de prevenção ou amenização a esse quadro clinico, respeitando individualidade e condições clínicas apresentadas por cada paciente. Com base na literatura, o termo “precoce’’ se refere às atividades de mobilização que têm seu início logo após a estabilização do paciente. É importante atuar diretamente no tempo de imobilização no leito, que quando prolongada e associada a outros fatores, pode acarretar em polineuropatia do paciente crítico (PNPC) e síndrome do imobilismo.

Podemos dizer que mobilização precoce são atividades terapêuticas progressivas, baseando-se em: exercícios motores no leito, sedestação a beira leito, transferência para cadeira, ortostatismo e deambulação. O exercício/ mobilização precoce tem importante relação na melhora da capacidade funcional, qualidade de vida e funcionalidade.Como consequência, redução da mortalidade e morbidade. Apresenta resultados favoráveis na prevenção da fraqueza muscular generalizada, hipotrofia e a síndrome do imobilismo. A utilização de exercícios/mobilização precoce ativa parte do estado hemodinâmico, nível de consciência e grau de força muscular periférica que ele apresenta. Está relacionada naprogressão baseada na escala de RASS e no escore MRC.

A Escala de RASS(Richomond Agitacion-Sedation Scale): utilizada para avaliar o grau de sedação e agitação de um paciente que necessite de cuidados críticos ou esteja sob agitação psicomotora. Consiste passos claramente definidos que determinam uma pontuação que vai de -5 a +4.Com isso: +4: combativo, +3 muito agitado, +2: Agitado, +1: inquieto, 0 alerta e calmo; -1: sonolento, -2:sedação leve, -3: sedação moderada, -4: sedação intensa, -5: não desperta.

A Escala de MRC- Medical Research Coucil- Sum Score- grau de força muscular. 0: sem contração, 1: mínima contração sem movimento do segmento, 2: movimento ativo com eliminação de gravidade, 3: movimento ativo contra a gravidade, 4: movimento ativo contra a gravidade e resistência, 5: força normal.Consiste em 6 movimentos a serem avaliados bilateralmente:Abdução de ombro, Flexão de cotovelo, Extensão de punho, Flexão do quadril, Extensão de joelho. Dorsiflexão de tornozelo; e grau de força muscular para cada movimento entre 0(paralisia total), e 5 (força muscular normal). A pontuação total varia de 0(tetraparesia completa) a 60(força muscular total).

            A síndrome do imobilismotrata-se de alterações que ocorrem em indivíduos que permanecem acamados por um longo período. Podem afetar todos os sistemas do corpo e seus efeitos comprometem a funcionalidade do paciente. No Sistema Musculoesquelético ocorrem: diminuição da síntese de proteína muscular, atrofia muscular e diminuição da massa muscular magra, como consequência diminuição da força muscular e da capacidade ao exercício. No Sistema Respiratório podem ocorrer atelectasias, pneumonia, diminuição da Pimax e da CVF; no Sistema Cardiovascular: diminuição do débito cardíaco, do volume sistólico e da resistência vascular periférica, intolerância ortostática, função microvascular prejudicada;diminuição da resposta cardíaca a estimulação do seio carotídeo, e da complacência venosa; Sistema Endócrino e metabólico ocorrem diminuição da sensibilidade à insulina, da atividade da aldosterona e da renina; e aumento do peptídeo natriurético atrial.

            Não existe um protocolo universalde mobilização no atendimento aos pacientes, sempre existirá diferenças culturais, rotina de unidade e função da fisioterapia dentro da UTI. Não existem pesquisas comparando os diferentes protocolos, então não se sabe o melhor. Devemos adequar a realidade de cada unidade. É de suma importância, a monitorização dos parâmetros do paciente durante e após a realização dos exercícios terapêuticos, é obrigatório e recomenda-se: avaliar o padrão ventilatório do paciente e o conforto a ventilação mecânica (VM), mudanças excessivas na pressão arterial, frequência cardíaca, saturação periférica de oxigênio, arritmias no eletrocardiograma, além disso, observar o estado de consciência do paciente e verificar a dosagem de drogas vasoativas e sedativas. Pacientes com instabilidade hemodinâmica, que necessitam de suporte ventilatório não são recomendados a realizarem atividades de mobilização mais intensa e agressivas.

            Podemos dizer que existem fases de protocolos associados ao nível e estado do paciente. Podendo aplicar em prática acompanhado a rotina do estado hemodinâmico do paciente, nível de consciência e com isso deve-se determinar o tipo, a frequência, e a intensidade das atividades
Nível I: Pacientes sedados ou não responsivos: mobilização passiva, 10 repetições por articulação MMSS e MMII, repetir após 6 h se o paciente ainda estiver inconsciente, mudança de decúbito a cada 2h.

Nível II: Pacientes responsivos, sem controle de tronco: exercícios ativos ou assistidos, exercícios de mobilidade no leito, rolar, transferência deitado para sentado beira leito.

Nível III: pacientes responsivos, com controle de tronco; exercícios de controle de tronco sentado, treino de AVD’s. 

Nível IV: pacientes responsivos, com controle de tronco e força em MMII: transferências, sentados para de pé, leito para poltrona, descarga de peso, marcha estacionária, deambulação.

É importante salientar que o posicionamento adequado do paciente no leito,proporciona benefícios, fisiologicamente, facilitando um melhor transporte de oxigênio através do aumento da relação ventilação/ perfusão (V/Q), aumento dos volumes pulmonares, reduz o trabalho respiratório, diminui o trabalho cardíaco e aumenta o clearance mucociliar.

Segundo, Stiller e Phillips (2003) revisaram questões de segurança que consideradas quando pacientes com doença aguda forem mobilizados. Incluíram fatores intrínsecos e extrínsecos que devem ser abordados aos pacientes. Fatores intrínsecos: tais como antecedentes médicos, reserva cardíaca e respiratória; e fatores extrínsecos: como acessos vasculares no paciente, ambiente e equipe. Dentre outros, incluem também fatores neurológicos e hematológicos. Segundo os autores, inicialmente devem ser realizadas uma revisão prévia sobre a história passada de disfunções cardiovasculares e respiratórias, medicamentos que possam afetar a mobilização e o nível funcional dos pacientes antes da internação. Posteriormente, realiza-se uma investigação sobre a reserva cardiovascular, onde deve ser observada a frequência cardíaca (FC) de repouso menor que 50% da FC máxima predita para a idade, variação na pressão arterial menor que 20%, eletrocardiograma sem alterações e ausência de outras doenças cardíacas. Além dos critérios citados, destacam-se ainda outros fatores que devem ser observados antes de iniciar a mobilização, tais como exames complementares, dor, fadiga, estado de consciência, contraindicações ortopédicas (cirurgias de pelve, fêmur, abdômen aberto, tórax(esterno aberto), neurológica, obesidade, sangramento ativo, caindo HB, pacientes com balão intra aórtico não consegue ficar em pé. A partir dessa avaliação anterior, deve-se determinar o tipo, a frequência e a intensidade das atividades.

                        Com base em estudos na literatura, existem escalas desenvolvidas para UTI, que tem como objetivo principal avaliação do paciente à beira leito, servindo como marcadores e ferramentas para avaliação da funcionalidade do paciente crítico. São eles: Physical Function Intensive Care Teste( PFIT), Chealsea Critical Care Physical Assessment Tool (CPAx), Intensive Care Unit Mobility Scale (IMS), Functional Status Score (FSS), Perme intensive care unit mobility score (permescore), Surgical Optimal Mobilisation (SOMS), Manchester Mobility Score (MMS);

The Perme intensive care unit mobility score (perme score):  7 categorias: status mental, possíveis barreiras a mobilização, força, mobilidade no leito, transferências no leito, transferências, marcha e endurance. 15 itens a serem avaliados, com pontuação que varia de 0 a 32. Identificar e eleger os possíveis pacientes para a mobilização precoce. Em processo de adaptação e validação para o português-BR. É uma escala que mede, de forma objetiva, a condição de mobilidade do paciente internado na UTI. Nessa escala, uma pontuação elevada indica: alta mobilidade e menor necessidade de assistência. E uma baixa pontuação indica baixa mobilidade e maior necessidade de assistência.

Functional Status Score(FSS): escala de estado funcional para UTI. Domínios adaptados para UTI: baixos níveis de mobilidade, pacientes graves, barreiras ambientais, pontuação de 0 a 35. Os domínios avaliados: rolar no leito, transferência sentado para ortostatismo, sentado na beira leito e deambulação.

Manchester Mobility Score (MMS):avalia a mobilidade; simples e fácil; mapear e rastrear a evolução funcional.

Intensive Care Unit Mobility Scale (IMS): avalia o nível de mobilidade, simples, rápida e objetiva; apresenta 11 níveis de mobilidade com grau crescente de complexidade.  0: nenhuma (passivo); 1: sentado no leito (não sai do leito); 2: transferência passivo para a cadeira; 3: sentado beira leito; 4:ortostatismo; 5:transferência do leito p/ cadeira; 6:marcha estacionaria; 7:deambulação c/ auxílio de 2 ou mais pessoas; 8: deambulação c/ auxilio de 1 pessoa; 9: deambulação c/ dispositivo auxiliar; 10: deambulação independente;

Physical Function Intensive Care Test(PIFT):teste de função física em terapia intensiva. Útil tanto para avaliar quanto para prescrever a atividade física do paciente.

            Chealsea Critical Care Physcial Assessmente Tool (CPax): foi desenvolvida com a opinião de médicos, enfermeiros, e fisioterapeutas. Composto por 10 domínios pontuados de 0 (dependência total) a 5 (independência); Pontuação de 0 a 50 pontos; inclui avaliação de função e tosse, movimentação no leito, transferência supino para sentado, equilíbrio em pé, transferência sentado para em pé, transferência cama para cadeira, marcha, força de preensão manual.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Silva, Isnanda Tarciara, Oliveira, Alinne Alves: EFEITOS DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES CRÍTICOS INTERNADOS EM UTI. C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015.
Mota, Caroline Mascarenhas:A SEGURANÇA DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES CRÍTICOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente • Aracaju • V.01 • N.01 •  p. 83-91 • out. 2012

FERREIRA, Marília Dias; Giulliano Gardenghi: OS BENEFÍCIOS DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES CRÍTICOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI).


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