terça-feira, 15 de agosto de 2017

MODALIDADES VENTILATÓRIAS AVANÇADAS: PRVC e APRV.

MODALIDADES VENTILATÓRIAS AVANÇADAS: PRVC e APRV. 

Viviane Mikaela
Coordenador da pós graduação: Daniel Xavier

Com a introdução e a evolução dos microprocessadores nos ventiladores mecânicos, a possibilidade de sofisticar modos básicos de ventilação mecânica tornou-se enorme, permitindo que novos métodos fossem desenvolvidos baseados em reduzir as limitações presentes e associar métodos básicos de ventilação mecânica. Nem todos os incrementos nos modos ventilatórios são necessariamente avanços e ainda existe pouca evidência quanto à eficácia e segurança de alguns desses novos métodos.

A escolha do modo ventilatório deve ser baseada em função da gravidade do paciente. Para pacientes com insuficiência respiratória com assincronia, uma mudança de modo ventilatório pode ser uma alternativa. Nos últimos anos, houve um aumento significativo do numero e da complexidade dos modos ventilatórios. Apesar de sua crescente disponibilidade, o impacto clínico da utilização desses novos modos ainda é pouco estudado.

PRVC – VOLUME CONTROLADO COM PRESSÃO REGULADA (pressure – regulated volume – control).

É um modo ventilátorio ciclado a tempo e limitado à pressão que utiliza o volume corrente como feedback. A cada ciclo, o ventilador reajusta o limite de pressão, baseado no volume corrente prévio, até alcançar o volume corrente alvo ajustado pelo operador. 

 Nos próximos ciclos a ventilação é distribuída com limite de pressão (pressão de platô calculada na primeira ventilação) e ciclada a tempo. A cada ciclo o ventilador ajusta o limite de pressão (3 cmH2O para cima ou para baixo) conforme o volume corrente distribuído no ciclo prévio até alcançar o volume corrente indicado pelo operador. O limite de pressão máximo é 5 cmH2O abaixo do limite de pressão indicado pelo operador.

• Vantagens: permite os volumes minuto e corrente constantes com o controle da pressão, além de reduzir automaticamente o limite de pressão conforme a mecânica do sistema respiratório melhore ou o esforço do paciente aumente.

• Desvantagens: deve-se ter cuidado ao indicar o volume corrente, pois este será um dos responsáveis pelo pico de pressão alcançado pelo ventilador. Em modos assistidos, conforme aumente a demanda do paciente, a pressão pode se reduzir, reduzindo o suporte ao paciente. A redução da pressão também pode diminuir a pressão média de vias aéreas, reduzindo a oxigenação.

APRV – VENTILAÇÃO COM LIBERAÇÃO DE PRESSÃO NAS VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA BIFÁSICA (airway pressure – release ventilation).

O modo ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas é limitado à pressão e ciclado a tempo, sendo considerado um modo espontâneo.

O operador ajusta a pressão superior (PEEPhigh) e a inferior (PEEPlow) e a relação PEEPhigh: PEEPlow, bem como a freqüência de alternância entre os dois níveis de PEEP, sendo obrigatoriamente o tempo em PEEPhigh superior a de PEEPlow. O modo BIPAP também usa dois níveis de PEEP, porém com tempo de PEEPlow mais longo que o de PEEPhigh. 

O paciente consegue respirar espontaneamente em qualquer dos níveis de pressão. Pode-se adicionar pressão de suporte, cujo valor será somado ao valor de PEEPlow, sendo a pressão final nas vias aéreas (Paw) a soma de PSV+ PEEPlow. Se o valor de PEEPhigh for inferior ao valor de PSV + PEEPlow, durante a PEEPhigh, o ventilador apenas complementa o valor de PSV para atingir o mesmo valor de Paw medido durante a PEEPlow com PSV.

Utilizar o APRV quando houver necessidade de manutenção da ventilação espontânea, do recrutamento alveolar com potencial melhora das trocas gasosas e de redução do espaço morto e da assincronia. Pode ser usado em pacientes com SDRA como estratégia protetora, desde que gere baixos volumes correntes.

Cuidado com a regulagem da alternância entre os níveis de pressão, pois o volume – minuto nesse modo é a soma dos VC obtidos, quando alterna – se as pressões mais o VC do paciente (com ou sem pressão de suporte).




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