quarta-feira, 28 de junho de 2017

EXAMES LABORATORIAIS BÁSICO: O que o fisioterapeuta intensivista deve saber

EXAMES LABORATORIAIS

Autor:Mariana Conceição Cruz Pará
Coordenador do curso: Daniel Xavier

É o conjunto de exames testes realizados em laboratórios de análises clínicas, visando um diagnóstico, confirmação de uma patologia ou check-up.

Hemograma: É um exame de sangue para avaliar a saúde de maneira geral e identificar possíveis desordens, como anemias, infecções e leucemias. Usado também para checar:

Se o corpo está reagindo bem a um tratamento medicinal ou radiação;

Se os valores estão saudáveis antes de uma cirurgia ou procedimento;

Quantidade de sangue perdida em uma hemorragia.

Geralmente se avalia as Hemácias (série vermelha), os Leucócitos (série branca) e as Plaquetas.
Série vermelha: é a 1º do hemograma, é o estudo dos glóbulos vermelhos (hemácias).

Hemácias: Elemento presente em maior quantidade no sangue. Tem como componente principal a hemoglobina (valor de referência: 4.5 a 6)

Hemoglobina: Fica dentro da hemácia, é uma proteína que carrega O2 e pouco CO2 pelos diferentes tecidos (valor de referência: 13 a 16)

Hematócritos: Percentual de sangue que é ocupado pelas hemácias (valor de referência: 38 a 50)
Se por um lado a falta de hemácia prejudica o transporte de O2, por outro lado, células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de coágulos (efeito secundário das neoplasias)

Série branca: Leucograma: Parte do hemograma que avalia os Leucócitos (células de defesa) responsáveis por combater agentes invasores. São na verdade um grupo de diferentes funções no sistema imune. (valor de referência: 4.000 a 11.000)

Neutrófilos: Tipo mais comum, em torno de 45 a 75 % dos leucócitos circulantes. Especializados no combate a bactérias “infecção bacteriana”, quando temos um aumento do número de leucócitos total pela elevação dos neutrófilos, estamos provavelmente diante de um quadro infeccioso bacteriano (valor de referência: 40 a 80) 

Segmentados e Bastões: Os  bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos jovens recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar que essas células fiquem maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis. Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um percentual maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso. No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de “desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio para a esquerda no hemograma. Portanto, se você ouvir o termo desvio à esquerda, significa apenas que há um aumento da produção de neutrófilos jovens. Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células maduras.

Linfócitos: 2° amais comum, representam de 15 a 45% dos Leucócitos. São primeiras linhas de defesa contra infecções por VÍRUS e contra o surgimento de tumores. Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, as vezes ultrapassando o número de neutrófilos e tornado- se o Leucócito mais presente na circulação (valor de referência: 20 a 50)
Monócitos: representam de 3 a 10% dos Leucócitos, são ativados tanto em processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa transformando-se em MACRÓFAGOS (células capazes de “comer” microrganismos invasores) (valor de referência: 0 a 12) 

Eosinófilos: São os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da alergia. De 1 a 5% dos Leucócitos. O aumento ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em infecção intestinal por parasitas (valor de referência: 0 a 5) 

Basófilos: Menos comum, de 0a 2 dos leucócitos, sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e inflamações crônicas (valor de referência: 0 a 2)

P.S.: Quando notamos a diminuição ou o aumento dos valores dos leucócitos é importante ver qual das 6 linhagens é responsável por essa alteração. Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias. Enquanto num processo infeccioso podem elevar de 20 a 30.000 , enquanto nas leucemias esses valores ultrapassam 50.000

Plaquetas: Ajudam na coagulação do sangue, tem como função estancar/impedir hemorragias (valor de referência: 150.000 a 400.000) 

Creatinina e Uréia (Função Renal)

Creatinina: avalia o ritmo de filtração glomerular, sua concentração aumenta no sangue a medida que reduz a taxa de filtração renal. Tende aumentar mais lentamente que a uréia na doença renal, porém reduz mais lentamente com a hemodiálise. (valor de referência: 0,6 a 1,30)
 Uréia: mesmo a uréia não tendo a boa especificidade para diagnosticar mudanças da função renal geral, ela é mais sensível a alterações primárias das condições renais. (valor de referência: 10 a 40)

P.S.: É necessário a perda de função renal em pelo menos a 50% para que ocorra a elevação dos níveis de creatinina, desidratação e choque.

Glicemia: nome dado a quantidade de glicose existente no sangue, o resultado está relacionado a insulina produzida no pâncreas e a quantidade de carboidratos ingeridos. Dessa forma, o alto consumo de carboidratos provoca a elevação da glicemia. (valor de referência: Menor que 100mg/dL) 

TGO/ TGP (Função Hepática)

TGO: Presente no interior de diversas células do corpo (fígado, miocárdio, rins...)(valor de referência: 5 e 40) enquanto que a TGP é encontrada quase unicamente no fígado.(valor de referência: 7 e 56) As duas enzimas surgem em quantidades bastante semelhantes nas células 
do fígado, por isso as doenças hepáticas decorrem como aumento dos níveis tanto da TGO quanto da TGP.

PCR/LACTATO

PCR: Nos atesta que há uma infecção em curso no organismo, mas não nos diz onde ela está e nem porque ela ocorre. (valor de referência: 0.1)

Lactato: Importante indicador de hipoperfusão caracterizada por um desequilíbrio entre a oferta e o consumo de O2 pelos tecidos, o que proporciona uma falha em suprir as necessidades metabólicas (metabolismo anaeróbio, ou seja, o tecido exige O2 e
Não é ofertado pra ele) então ocorre o acúmulo do lactato e está associado a evolução séptica. (valor de referência: 2.0 a 2.5)

CPK: É uma enzima que atua principalmente nos tecidos musculares, cérebro e coração, por isso, seus valores altos podem indicar que estes tecidos foram danificados. Ajuda no diagnóstico de infarto, insuficiência renal ou pulmonar (valores de referência: Homens: 32 e 294/ Mulheres: 33 e 211U/L) É possível identificar essas alterações porque o exame é dividido em 3 tipos: 
CPK 1 ou BB: Danos no cérebro ou pulmões
CPK 2 ou MB: Danos no coração
CP3 ou MM: Danos nos músculos 

Macrominerais
 Existe uma grande variedade de minerais em nosso organismo. Representa 4 a 5% do peso corpóreo. 
Ca: atua na coagulação sanguínea, transmissão nervosa, contração muscular, auxilia na regulação dos batimentos cardíacos.
Fósforo: Participa de funções metabólicas, como metabolismo de nutrientes, absorção e reabsorção renal da glicose, manutenção do equilíbrio ácido básico.
Magnésio: Atua no controle do metabolismo celular, construção proteica de nossos tecidos, exerce papel antagônico do Ca. ( Ca -> contração muscular e Mag-> participa do relaxamento muscular) 
Sódio: Participa do equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. Transmissão de impulsos nervosos e ação muscular. A deficiência causa fraqueza, taquicardia, hipotensão...
Potássio: Equilíbrio hídrico e pressão osmótica. Com o Ca participa na atividade muscular, regula a estimulação neuromuscular.
Proteínas Totais
A medida reflete o estado nutricional, pode ser usada na triagem e diagnostico de doenças renais, hepáticas e outros. Quando anormal é necessário realizar outros exames para saber as proteínas alteradas. Medida aproximada de todas as proteínas presentes na parte líquida do sangue, especificamente a Albumina (60%)  e Globulinas (40%) (proteínas mais importantes) (valores de referência: Albumina: 3.2 a 5.0/ Globulina2.0 a 3.9 Relação A/G: > ou igual a 1) 

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