FISIOTERAPIA NA NEOPLASIA DE PULMÃO
Graziela Ribeiro Carneiro
Coordenador: Daniel Xavier
@intensivistaxavier
O câncer de pulmão é o
terceiro mais comum no mundo, depois do câncer de mama e do câncer de próstata.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, mais de um milhão e meio
de casos novos são diagnosticados anualmente em todo o planeta. Diagnosticado
depois dos cinquenta anos de idade em 90% dos casos, sendo a faixa etária de 60
anos a 70 anos a mais frequentemente comprometida. Além de ser muito frequente, o câncer de
pulmão representa a principal causa de morte por câncer em todo o mundo,
causando cerca de 1.700.000 mortes todos os anos.
Apesar de ser um tipo frequente de câncer e de causar muitas mortes, o câncer de pulmão é uma doença potencialmente evitável. O consumo de tabaco está estritamente associado ao desenvolvimento desse câncer e é a causa de cerca de 90% de todos os casos.
Apesar de ser um tipo frequente de câncer e de causar muitas mortes, o câncer de pulmão é uma doença potencialmente evitável. O consumo de tabaco está estritamente associado ao desenvolvimento desse câncer e é a causa de cerca de 90% de todos os casos.
Geralmente os sintomas decorrentes do
câncer de pulmão aparecem apenas quando a doença já está avançada. Por este
motivo a minoria dos casos é identificada em fase inicial, a grande maioria dos
casos é descoberta tardiamente, somente menos de 20% dos casos são
diagnosticados em fases iniciais.
Existem vários tipos diferentes de
câncer de pulmão. Dividimos em dois grandes grupos:
·
Câncer de células não-pequenas: são os
mais comuns e constituídos por três subtipos: carcinomas de células escamosas,
adenocarcinomas e carcinomas de células grandes.
·
Câncer de células pequenas: são mais
raros e têm comportamento mais agressivo.
Depois
de definido o tipo de câncer de pulmão, é necessário determinar a extensão do
tumor, chamado de estadiamento. Conforme o estádio, o câncer de pulmão pode ser
classificado em I, II, III ou IV. Onde o estádio I representa os tumores mais
iniciais, II os tumores pouco maiores, mas restritos aos pulmões, III os
tumores avançados dentro do tórax, e IV são os tumores que já se disseminaram
pelo organismo, sendo I representa tumores muito pequenos (menores que 2 cm) e
restritos ao pulmão, e vai-se aumentando progressivamente a extensão da doença,
até se chegar ao estádio IV, que são tumores avançados caracterizados pela
presença de metástases (comprometimento de outros órgãos a partir do tumor do
pulmão).
As complicações possíveis decorrem do
tamanho, local da lesão e eventualmente de substâncias produzidas pelo tumor e
liberadas na corrente sanguínea. O seu crescimento pode afetar por invasão,
obstrução ou compressão de estruturas respiratórias, vasculares ou nervosas. Há
sempre o potencial de hemorragia, e sintomas podem ocorrer em decorrência de
elementos secretados pelo tumor ou dos locais das metástases.
Se o câncer de pulmão avançar pelo
órgão, pode surgir um líquido na cavidade pleural, ocupando o pulmão inteiro e
causando uma insuficiência respiratória. Se avançar para cima do coração, pode
diminuir a funcionalidade deste, bem como causar insuficiência hepática se
chegar ao fígado. O tumor também pode avançar para o sistema nervoso central ou
coluna, podendo causar paralisia, lesões e deficiência de movimento.
Outras complicações incluem derrame
pleural, fístula aérea, embolia pulmonar, ou até mesmo Síndrome da Angústia
Respiratória do Adulto (SDRA) que é caracterizada por uma lesão alveolar difusa
e irregular que acarreta uma insuficiência respiratória grave. As complicações
cardíacas podem incluir arritmia cardíaca ou infarto agudo do miocárdio.
Os sinais e sintomas do câncer pulmonar
são causados pelo crescimento local do tumor, invasão ou obstrução das
estruturas adjacentes, disseminação linfática e hematogênica e efeitos remotos
dos produtos tumorais.
As manifestações observadas com maior frequência são: tosse, falta de ar, chiado, presença de sangue no catarro e dor no peito. Diminuição do apetite e perda rápida de peso também são sinais que devem chamar a atenção para a possibilidade de câncer
As manifestações observadas com maior frequência são: tosse, falta de ar, chiado, presença de sangue no catarro e dor no peito. Diminuição do apetite e perda rápida de peso também são sinais que devem chamar a atenção para a possibilidade de câncer
Existem três tipos de tratamento:
cirurgia, radioterapia e quimioterapia. No estágio I, o câncer está restrito
somente em uma parte do pulmão e deve ser operado e removido, com chance de
cura de até 75%; no estágio II, o tumor se disseminou para os gânglios
linfáticos ou tecidos próximos; no estágio III houve uma disseminação mais
extensa dentro do tórax; no estágio IV o câncer se disseminou para outras
partes do corpo, órgãos e/ou estruturas. Nos estágios, II e III, a
quimioterapia e a radioterapia devem ser associadas, com uma chance de cura de
30%. No estágio IV a quimioterapia é o tratamento de escolha, entretanto as
chances de cura são bastante reduzidas.
O tratamento fisioterapêutico se inicia
desde a fase de internação hospitalar (UTI e enfermaria), e se estende até a
fase ambulatorial.
Complicações pulmonares pós-operatórias
aumentam, de forma significante, o tempo de permanência hospitalar e, consequentemente,
os custos globais com serviços de saúde. Alguns estudos têm sugerido
identificar e tratar, no período pré-operatório, pacientes com risco de
complicações pulmonares pós-operatórias.
As técnicas mais eficazes são a
espirometria de incentivo (EI), a ventilação não invasiva com pressão positiva
(VNIPP), a higiene broncopulmonar (HB) e o treinamento muscular inspiratório
(TMI). A ventilação não invasiva com pressão positiva (porexemplo, BILEVEL ou
CPAP) é fornecida por equipamentos de ventilação mecânica que geram pressão
positiva intratorácica por meio de uma máscara facial ou nasal , que pode abrir
ou manter as vias aéreas abertas durante todo o ciclo respiratório. Ela evita o
colapso o alveolar e ajuda a redistribuir o líquido intra-alveolar, melhorando
a complacência pulmonar e reduzindo o esforço inspiratório; além disso, melhora
a gasometria pós-operatória e a função de troca gasosa.
Entre as condutas de tratamento, estão
empregados também exercícios cinésiorrespiratórios, que visam a melhora da
ventilação e expansão pulmonar e alívio da dispneia, manobras respiratórias,
terapia manual, exercícios de fortalecimento para membros inferiores e
superiores, visto que a maioria dos pacientes com doenças pulmonares apresentam
encurtamento da musculatura de membros superiores por utilizarem como auxílio
na mecânica respiratória. O treinamento dos membros inferiores, promovem o
aumento da tolerância ao exercício, redução da ventilação durante a atividade e
da acidose láctica, além do aumento da capacidade oxidativa dos músculos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LISBOA,S.;PECCIN,M.S. Intervenção
fisioterapêutica pré-operatória para pacientes submetidos à ressecção pulmonar
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CECCATO
R.B.; ALMEIDA E.M.P.; SAUL M.; Brito C.M.M.; Andrade R.G; IMAMURA M.; ROSA
C.D.P.; BERNARDO W.M.; BATTISTELLA L.R. Câncer de
Pulmão: Reabilitação. Associação Brasileira de Medicina Física e
Reabilitação.
21 de junho de
2013.
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