domingo, 29 de maio de 2016

Vivendo com o imperador de todos os males: Minha história contra o câncer.



O câncer
       O Câncer é uma doença solitária! segrega seu portador, de forma tão indelével que é , de fato, um divisor intransponível na vida do ser humano. Existe o indivíduo antes e o depois do câncer. Independente da forma com o qual é encarado, seja como uma experiência positiva, seja negativa, sua marca transpassa a carne! Ele fere a alma.
       Solitária mas libertadora, o câncer torna as grandes questões que permeiam o dia a dia das pessoas muito mais claras, pois pela primeira vez, efetivamente, experimenta-se a certeza de que a vida é efêmera e de que o amanhã pode não chegar. E isso de fato, é libertador! vive-se como se não houvesse o amanhã. Pode parecer piegas e um dito popular, mas as correntes são quebradas e se percebe quão mesquinhos foram nossos embates, sejam eles internos ou externos; quão desprezível foram nossas preocupações e quão irrelevante nossos problemas.
       Perto do final, alguns descobrem que nunca houvera, de fato,  uma força superior que julgasse nossas atitudes. Que nos tornamos apenas produto daquilo que escolhemos e do que plantamos; que a lei da ação e da reação é muito mais factível do que a existência de algo ou alguém, sentado do outro lado do tabuleiro a espera de um movimento da nossa parte, a fim de nos punir ou premiar. Na vida não há prêmios ou castigos! há apenas consequências. A vida é impessoal! nada contra você, pois, não é tão relevante assim, se mudarmos a escala de percepção, somos irrelevantes frente a imensidão do universo observável.
       No final só nós mesmos poderemos nos proteger de nossas próprias obsessões. Só nós decidiremos se pagaremos um preço alto demais por nossas escolhas. Acreditamos sermos redentores, vingadores, salvadores; Guerreamos contra àqueles que nos opõe e eles por sua vez, guerreiam contra nós. Sonhamos em deixar nossa marca no mundo. Enquanto damos nossas vidas em um evento que não será registrado em nenhum livro de história, tudo o que fazemos, tudo o que somos, começa e termina em nós mesmos
       O mais importante é encarar que o câncer, de forma alguma, é uma maldição ou um castigo, pois não é. Se assim fosse o que falar das crianças imaculadas que já na terna idade são assoladas por tal imperador? ou daqueles que de nenhuma maneira factível se expuseram aos riscos ambientais, químicos ou de qualquer outra espécie? Entretanto, aos que se expuseram de forma consciente ou não, aos males que podem desencadear o processo patológico, nem aí se trataria de maldição ou castigo; seria sim, consequência.

       Mas o paciente oncológico é estigmatizado e por vezes desprezados pela sociedade. Somos forjados por uma concepção de entes fortes, saudáveis e produtivos. Há algum tempo atrás, seríamos simplesmente abandonados a própria sorte em uma caverna qualquer. Evoluímos tanto desde aquelas remotas eras! ...
Autor: Daniel Xavier

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