quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

FISIOTERAPIA INTENSIVA APLICADA À ATELECTASIA

FISIOTERAPIA INTENSIVA APLICADA À ATELECTASIA

Juliana Neves Ribeirom
Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva
Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES
Coordenador: Daniel Xavier
www.fisioterapiamanaus.com.br

    Classificada como uma doença pulmonar restritiva, a Atelectasia segundo PRESTO, 2010. É caracterizada pelo colapso parcial ou total do pulmão, ocasionando perda de volume pulmonar. Esta pode afetar qualquer área das Vias Aéreas (VA) desde brônquios principais até as menores unidades do parênquima pulmonar, os alvéolos.

    Sua etiologia é ampla, uma vez que, vários fatores podem levar a atelectasias, dentre eles estão: Imobilidade no leito, administração excessiva de oxigênio, compressão tumoral, derrame pleural, pneumotórax, acúmulo de secreções espessas (rolhas), aspiração de corpos estranhos (principalmente em crianças), pós-operatório torácico ou abdômen superior (presença de dor, ou insegurança do paciente em respirar).

    Em casos de obstrução súbita de VA ou restrições pulmonares, por qualquer um dos itens citados acima, os alvéolos apresentação maior dificuldade em ser ventilado o que ocasionará a retração do pulmão, fato que pode ocorrer em poucas horas, agravando-se na presença de inflamação, sendo assim o processo patológico interfere diretamente na complacência pulmonar, alterando a mecânica respiratória do paciente. Em, alguns casos o pulmão não afetado realiza da tentativa de compensação parcial do volume corrente, porém em casos graves o colapso pode tornar-se extenso e alterar fisiologicamente o diafragma, realizando a elevação da hemicúpula diafragmática do lado comprometido, outras alterações também poderão ser notadas através de exames de imagem como o raio-X, por exemplo: o desvio do mediastino ipsilateral.
   
  

    A atelectasia pode ser subdividida em:

Atelectasia por Obstrução: à obstrução da passagem do fluxo na VA, pode ser ocasionada por: tumores, secreção, corpo estranho, ou qualquer outra causa que dificulte ou interrompa a entrada do ar, o gás presente nos alvéolos abaixo do local obstruído se difundirão para os capilares por diferença pressórica e em seguida entrarão em colapso (atelectasia);

Atelectasia de Absorção: à administração excessiva de O2 (acima de 50%) aumenta a chance de anormalidades no pulmão pela aceleração da difusão dos gases, a junção de uma obstrução da VA, redução de volume corrente e altas ofertas de O2 aceleram o mecanismo de atelectasia por absorção;

Atelectasia Passiva: possui estreita relação com a produção de surfactante, com a diminuição da tensão superficial alveolar, a capacidade residual funcional será consequentemente afetada o que pode culminar em quadros de atelectasia passiva, alguns fatores podem contribuir para este quadro: restrição ao leito, utilização de sedativos, SDRA, dor torácica e abdominal;

Atelectasia compressiva: ocorre o aumento da pressão pleural o que tende a gerar a redução do volume e o comprometimento da VA, algumas patologias colaboram para este mecanismo como: derrame pleural e pneumotórax.

A identificação do tipo de atelectasia e o tamanho da área comprometida são importantes, já que, em casos de grande extensão o paciente apresentará ausência total de ventilação que podem resultar em hipoxemia grave, esta ocorre pelo desequilíbrio da relação V/Q e pelo shunt. Como consequência a atelectasia pode gerar a instalação de Insuficiência Respiratória Aguda (IrespA) do tipo I (hipoxêmica), e podem ser refratárias ao uso de O2 como na SDRA.

    O tratamento fisioterapêutico deve ser especifico para cada tipo de atelectasia, traçando objetivos e condutas de acordo com a sintomatologia clinica apresentada pelo paciente, técnicas de Expansão pulmonar e higiene brônquica são comuns na maioria dos procedimentos adotados, a aplicação de pressão positiva através da ventilação mecânica invasiva possui grau de recomendação B, sendo comumente adotada principalmente em UTI. A ventilação mecânica não invasiva atua também no fornecimento de pressão positiva nas VA, através de modalidades como o CPAP e o BIPAP. Exercícios respiratórios ativos são extremamente benéficos, principalmente na fase inicial, como: sustentação inspiratória máxima, estímulos de tosse, entre outros.

É fundamental que o quadro clínico do paciente não seja agravado por negligência profissional, a avaliação do paciente deve ser minuciosa com o intuito de diagnosticar e reverter a patologia o mais breve possível, ter conhecimento de técnicas e ventilação mecânica fazem a diferença no sucesso do tratamento.

Referências:
CUNHA, C.S. TOLEDO, R.V. Atuação da fisioterapia na reversão de atelectasias: Um relato de caso na unidade de terapia intensiva. Cadernos UniFOA. 2007.
JERRE. G. et al. Fisioterapia no paciente sob ventilação mecânica. J. Bras. Pneumol. Vol. 33, São Paulo, 2007.
ABCMED, 2013. Atelectasia pulmonar: o que é isso?. Disponível em: . Acesso em: 24 nov. 2016.
;Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica. AMIB e SBPT, 2013.
PRESTO, B. Fisioterapia Respiratória. Rio de Janeiro:

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