Câncer
Gástrico
Priscila de Oliveira
Paiva
Pós Graduação em
Fisioterapia Intensiva
Instituto Amazonense de
Aprimoramento e ensino em saúde-IAPES
Preceptor e coordenador do curso Daniel Xavier @intensivistaxavier
O
câncer Gástrico ou de estomago é
a neoplasia
maligna mais comum no mundo. No Brasil, a grande dificuldade é na detecção da
neoplasia gástrica em seu estágio inicial. Isso se deve na maioria das vezesao
sistema único de saúde(SUS), possuir ações desestruturadas e que visem sempre o
baixo custo, prejudicando o desenvolvimento de umprograma de detecção adequado e que requer um custo mais elevado.
Além da falta de Profissionais qualificados que também se torna um dado
estatísticoe equipamentos sofisticados que requerem manutenção constante e por
falta delas também acaba por reduzir a vida útil desses equipamentos.
A
Neoplasia Gástrica surge a partir de danos causados à mucosa gástrica por uma
dieta rica em sal, nitratos, nitritos e, talvez, carboidratos. (ABREU, L.1997).
O
crescimento de células anormais pode ocorrer em qualquer local de sua extensão.
Grande parte desse tipo de tumor ocorre na camada mucosa (a camada de
revestimento interna). Surge na forma de pequenas lesões com ulcerações
(rompimento do tecido mucoso) - características de Tumores malignos.
Com
a evolução do câncer, essas células anormais vão gradualmente substituindo o
tecido normal do órgão, propagando-se para outras camadas do estômago e podendo
acometer órgãos vizinhos (metástase).
Segundos Dados do Instituto Nacional do Câncer
(INCA) A Neoplasia Gástrico é o quarto tipo de câncer mais comum no homem,
ficando atrás da próstata, pulmão, colón/reto. Na mulher, é o quinto mais
incidente, ficando atrás da mama, colo de útero, reto e pulmão;
Apresentam
se predominantemente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma
(responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos
casos, e leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos
ossos(INCA 2016).
Tipos
de Neoplasias Gástricas
1.
Adenocarcinoma:Responsável por 95% dos
Tumores. É um tipo de câncer maligno de características secretórias. Se origina
em tecidoglandulares. É o 3° tumor maligno mais frequente depois do câncer de
pulmão e da mama;
Subdivide-se
em dois tipos:
1.1
Intestinal:
que é comum em pessoas mais velhas, negras e maior incidência no sexo
masculino, com idade média aos 50 anos.
1.2
Difuso: geralmente afeta
pessoas mais jovens, e tem relação genética, sem distinção entre os sexos, apresentando
pior prognóstico. Em relação a
localização anatômica;
2.
Leiomiosarcoma
Iniciado em tecidos que dão origem aos
músculos e aos ossos. É um dos tumores benignos da musculatura lisa do
estômago, geralmente localizados em qualquer órgão também. Sua incidência é
baixa.
3. Linfoma
3. Linfoma
Tem
origem nos linfonodos (gânglios) por todo o corpo, principalmente no timo,
baço, amídalas, medula óssea e tecidos linfáticos no intestino. Apresenta baixa
incidência, em média 3% dos cânceres de estômago.
São divididos
em subtipos complexos entre Linfoma de Hodgdkin e Linfoma Não Hodgkin.
O linfoma do estômago pode ser dividido em dois tipos:
Linfoma
gástrico MALT É um tipo de linfoma associado a mucosa
constituída por células pequenas e com baixo grau de malignidade.
Linfoma de células grandescom alto grau de malignidade e de incidência rara (quando comparada com o Linfoma Gástrico MALT).
Linfoma de células grandescom alto grau de malignidade e de incidência rara (quando comparada com o Linfoma Gástrico MALT).
A
alta taxa de mortalidade do Câncer Gástrico (mais de 80%) se deve ao fato de
grande parte dos casos serem diagnosticados em fase tardia, quando a chance de
cura é pequena;
De acordo com a Agência
Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), classifica as Nitrosaminas
como sendo a substância de efeito carcinogênico para as quais há suficiente evidências
através de estudos feitos em espécies de animais e que demonstram similaridades
no metabolismo de humanos e roedores.
Segundo
Dutra et al (2007), A formação das Nitrosaminas pode ocorrer como consequência
de alguns hábitos, tais como fumar e mascar tabaco. Ingesta de água não
tratada, artigos de borracha, cosméticos, agrotóxicos e outros. Mas sua maior
incidência está no preparo da alimentação, o processamento dos alimentos
influenciam na quantidade de nitrosaminas formadas.
A
Bactéria Helicobacter pylori (H Pylori) também é indicada por alguns estudos
como um elemento de risco bem estabelecido, mas não é causa suficiente para a
propagação do câncer;
Segundo
a Associação Brasileira de Câncer Gástrico, A H Pylori possui capacidade de
sobreviver em um dos ambientes mais inóspitos do nosso organismo, o estômago,
que apresenta um meio extremamente ácido, com um pH inferior a 4. A acidez do
estômago é um dos mecanismos de defesa do nosso organismo contra as bactérias
que são ingeridas junto aos alimentos;
A
bactéria produz substâncias que neutralizam os ácidos, formando uma espécie de
nuvem protetora ao seu redor, permitindo que a mesma se locomova dentro do
estômago até encontrar um ponto para se fixar.
O H.pylori consegue
ultrapassar a barreira de muco que o estômago possui para se proteger da
própria acidez, aderindo-se à mucosa, onde a acidez é bem menos intensa.
Portanto, além de produzir substâncias contra a acidez, o H.pylori consegue
penetrar no estômago até locais onde o ambiente é menos agressivo. Causandolesões
no estômago e no duodeno.
Sistema
de estadiamento do Câncer Gástrico
É um método utilizado para detectar o nível de
comprometimento e o avanço do câncer. Chamado de sistema TNM da American Joint
Committee on Cancer;
O
sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer: o próprio
tumor, os linfonodos regionais ao redor do tumor, e se o tumor se espalhou para
outras partes do corpo.
TNM
é abreviatura de tumor (T), linfonodo (N) e metástase (M):
Tumor
(T) -
acompanhado de um número (0 a 4) é usado para descrever o tumor primário,
particularmente o seu tamanho.
Linfonodo
(N) -
representa os linfonodos regionais, e também é atribuído a ele um número (0 a
3), que indica se a doença disseminou para os gânglios linfáticos.
Metástase
(M)- indica se a doença se espalhou para outras partes do corpo.
Tratamento
Cirurgico
Cirurgia é o tratamento mais comum para todos
os estágios do câncer de estômago.
Subdivide se em:
Gastrectomia
subtotal
Remoção de parte do estômago que contém o câncer, linfonodos próximos, tecidos ou órgãos que possam estar acometidos pelo tumor.
Gastrectomia total:
Remoção de todo o estômago, os linfonodos próximos, parte do esôfago, duodeno e outros tecidos próximos ao tumor. O baço pode ser removido.
Remoção de parte do estômago que contém o câncer, linfonodos próximos, tecidos ou órgãos que possam estar acometidos pelo tumor.
Gastrectomia total:
Remoção de todo o estômago, os linfonodos próximos, parte do esôfago, duodeno e outros tecidos próximos ao tumor. O baço pode ser removido.
O
esôfago é ligado ao intestino delgado para que o paciente possa continuar a
comer e engolir.
Se o tumor está obstruindo o estômago, mas o câncer não pode ser completamente removido por cirurgia, pode se realizar a colocação de uma prótese (um tubo fino e expansível), realizado através de endoscopia, a fim de manter uma passagem para o alimento.
Radioterapia
Se o tumor está obstruindo o estômago, mas o câncer não pode ser completamente removido por cirurgia, pode se realizar a colocação de uma prótese (um tubo fino e expansível), realizado através de endoscopia, a fim de manter uma passagem para o alimento.
Radioterapia
É
um tratamento que utiliza tipos de radiação para matar células cancerígenas ou
impedi-las de crescer. Existem dois tipos de radioterapia.
A terapia de radiação externa, a mais comum,
utiliza uma máquina para enviar radiação para o câncer.
Na terapia de radiação interna
(braquiterapia) a substância radioativa é colocada diretamente em contato com o
tecido tumoral.
Quimioterapia
Quimioterapia
Quimioterapia
Quimioterapia
É um tratamento de câncer que usa
medicamentos (remédios) para parar o crescimento das células cancerosas,
matá-las ou impedi-las de se dividir. Quando a quimioterapia é tomada via oral
ou injetada numa veia ou músculo, os fármacos entram na corrente sanguínea e
podem atingir as células cancerosas por todo o corpo (quimioterapia sistêmica).
Quando a quimioterapia é colocada diretamente
na coluna vertebral, um órgão ou uma cavidade do corpo, como o abdômen, as
drogas afetam principalmente as células do câncer nessas áreas (quimioterapia
regional). A forma como a quimioterapia é dada depende do tipo e estágio do
câncer a ser tratado.
Tratamento Fisioterapêutico
A assistência
fisioterapêutica ao paciente oncológico deve ter início tanto no Pré como no
Pós operatório Imediato a fim de reduzir complicações futuras e evitar
alterações decorrentes da Imobilização prolongada Durante o período de
internação;O enfoque é prevenir, minimizar e tratar complicações respiratórias,
motoras e circulatórias em todas as etapas da doença.
A Avaliação Neurológica, Cardíaca e Respiratória do Paciente Crítico é
primordial para que o Fisioterapeuta possa identificar possíveis complicações
músculo esquelética, Respiratória e alterações hemodinâmica e traçar a melhor
conduta e tratamento do paciente.
Indicação:
·
Recursos de Eletroterapia para alivio da dor
e analgesia;
·
Exercícios de Cinesioterapia motora é
indicado tanto no pré como no pós operatório (24h após p.o);
·
A Deambulação do Paciente Pós Neo Gástrica é
Indicada após 24h de Pós Operatório desde que o paciente não apresente
Intercorrências
Contra indicações
·
Destaca se aos Pacientes que se encontrem
Hemodinamicamente instável;
·
Paciente neurológico;
·
Referindo dor ou Pouco colaborativo
Referências
ABREU, E. A Prevenção primária e a detecção
do câncer de estômago. Cadernos de saúde pública, v.13. Rio de Janeiro. 1997;
Associação brasileira de câncer gástrico: www.abcg.org.br
acesso em: 20.08.2016;
Câncer de Estômago: Hospital de Câncer de
Barretos. www.hcancerbarretos.com.br/cancer-de-estomago Acesso em: 20.08.2016;
Câncer gástrico do estomago.www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/gastrico-do-estomago:
acesso em 21.08.2016;
DUTRA, C. Nitrosaminas Voláteis em Alimentos:
Alimentos e Nutrição Araraquara. Vol. 18. N 1. 2007;
Instituto Nacional do Câncer José Alencar
Gomes da Silva: www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/estomago/definição
acesso em: 20.08.16;
SANTOS, J. Et al. Nutrição
no Câncer: Câncer Gástrico. Revista 2015.
THOMAZINI, C. Et al. Infecção por Helicobacter Pylori e
Câncer Gástrico: Frequência de cepas patogênicas cagA e vacA em pacientes com
câncer gástrico. J Bras.Patol.Med. Lab. V. 42. N 1. Rio de Janeiro. 2006.
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