segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Câncer de intestino delgado.

Câncer de intestino delgado.

Resenha: Josiane Pereira - Pós graduanda em fisioterapia em Terapia Intensiva IapesCoordenador: Daniel Xavier @intensivistaxavier



As neoplasias malignas do intestino delgado são extremamente raras e representam, em média, aproximadamente 2 a 3% das neoplasias gastrintestinais.
Sua incidência aumentou nas últimas décadas e, em cerca de um terço dos casos, esteja associada a outro tumor do trato gastrintestinal. Mais de 40 diferentes tipos histopatológicos de neoplasia ocorrem no intestino delgado, porém mais de 95% dos casos malignos são adenocarcinomas, tumores estromais gastrintestinais (GIST - gastrointestinal stromal tumors), carcinoides ou linfomas. O diagnóstico desses tumores muitas vezes é tardio, devido a sintomas inespecíficos, ocorrendo normalmente em uma complicação aguda da doença. Em um estágio sintomático, mais de 50% dos casos apresentam doença metastática. Conhecendo a não especificidade do quadro clínico, somente um alto índice de suspeita pode oferecer diagnóstico e tratamento precoces. A taxa relatada de sobrevida global em 5 anos foi de 83% para os carcinoides, 25% para os adenocarcinomas, 62% para os linfomas e 45% para os tumores estromais. No entanto, a sobrevida global combinada em 5 anos melhorou entre 1975 e 2006, subindo de 32,5 para 66,9%.De todos os tumores periampulares, os adenocarcinomas duodenais têm o melhor prognóstico, com sobrevida em 5 anos de 32,8%, quando comparados aos adenocarcinomas da cabeça do pâncreas, que têm uma sobrevida em 5 anos de apenas 6,5%. De forma geral, o adenocarcinoma avançado do intestino delgado teve um prognóstico pior do que a neoplasia colorretal, mas melhor do que os tumores gástricos ou pancreáticos.
As neoplasias malignas primárias do intestino delgado são geralmente diagnosticadas em estágio avançado e reveladas por uma complicação local do tumor. Sua abordagem cirúrgica na situação de emergência traz uma morbidade específica e uma mortalidade significativa, mas somente uma ressecção R0 radical padrão, com dissecção de linfonodos regionais pode oferecer aos pacientes a melhor chance de cura.
Os sinais e sintomas dos tumores do intestino delgado são muitas vezes incertos. Os sintomas mais comuns incluem: Dor no abdome, perda de peso e Fadiga. Muitas vezes, o primeiro sintoma é dor na região do estômago, que pode começar ou piorar após a pessoa comer. O aumento do tumor pode bloquear parcialmente a passagem do alimento digerido, o que pode levar a uma dor mais intensa eduradoura. O crescimento do tumor pode causar uma obstrução, bloqueando completamente o intestino. Isto leva à dor com náuseas e vômitos.
Raramente, o tumor provocará uma perfuração na parede do intestino, permitindo que o conteúdo do intestino vaze para dentro da cavidade abdominal. Os sintomas de perfuração incluem dor repentina, náuseas e vômitos.
Algumas vezes, o sintoma pode ser uma hemorragia intestinal, que se for discreta, pode levar a uma anemia. Os sintomas da anemia são fraqueza e fadiga. Se a hemorragia for severa, as fezes podem tornar-se escuras e o paciente pode sentir tonturas ou até desmaiar.
A fisioterapia em oncologia é uma especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico.
O fisioterapeuta oncológico deve estar apto para desenvolver suas atividades com pacientes infantis, adolescentes, adultos jovens e idosos, em situações que vão desde a cura aos casos em que ela é irreversível, e desenvolver seus programas de tratamento dentro deste contexto. O profissional dessa área deve saber lidar com as sequelas próprias do tratamento oncológico, atuando de forma preventiva para minimizá- las.
A reabilitação deve iniciar-se tão logo o câncer seja diagnosticado, devendo ser planejada a cadaetapa do tratamento. É responsabilidade do fisioterapeuta diagnosticar as disfunções produzidas pela doença e pelo tratamento, atualizar-se constantemente, escolher e adequar as técnicas individualizadas de tratamento e encaminhar adequadamente o paciente para outros profissionais quando for necessário. 
A fisioterapia atua no pré e pós operatório de cirurgias de mama, cabeça e pescoço, tumores ósseos e de partes moles, coluna, cirurgias pélvicas (uro e ginecológicas) e tóraco-abdominais. Também faz-se necessário durante o tratamento de radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Devem realizar tratamento fisioterapêutico pacientes com sintomas relacionados à doença e seus tipos de tratamento, onde é comum encontrar presença de dor persistente, fibroses, retrações e aderências cicatriciais, encurtamentos musculares, diminuição de amplitude do movimento das articulações e membros, osteoporose, neuropatias, presença de linfedema quando há esvaziamento ganglionar,alterações respiratórias, trismo, falta de controle motor, incoordenação, fraqueza muscular, cansaço, incontinência urinária ou fecal entre outros. Os sintomas variam de acordo com o tipo e localização do tumor. Os objetivos são manter os segmentos corporais bem alongados, com boa força muscular , controlar a dor, melhorar a função pulmonar, prevenir a presença de inchaços e evitar a inatividade no leito. 
Fazem parte do tratamento: mobilização precoce no leito; Estímulo à sedestação e deambulação; Prevenir complicações pulmonares ou auxiliar na resolução de patologias pulmonares já instaladas; Evitar complicações circulatórias; Reduzir dor; Manter força muscular; Manter amplitude de movimentos; Prevenir e tratar edemas;
Portanto, em se tratando de restaurar, desenvolver ou conservar a saúde física do paciente, o fisioterapeuta é o profissional habilitado para exercer tais atividades com total segurança. 
Dra. Josiane Pereira

Referências:
Most small bowel cancers are revealed by a complication. Ionut Negoi1; Sorin Paun; Sorin Hostiuc; Bodgan Stoica; Ioan Tanase; Ruxandra Irina Negoi; Mircea Beuran; Einstein. 2015;13(4):500-5

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