Câncer de intestino delgado.
Resenha: Josiane Pereira - Pós graduanda em fisioterapia em Terapia Intensiva IapesCoordenador: Daniel Xavier @intensivistaxavier
As
neoplasias malignas do intestino delgado são extremamente raras e representam,
em média, aproximadamente 2 a 3% das neoplasias gastrintestinais.
Sua
incidência aumentou nas últimas décadas e, em cerca de um terço dos casos,
esteja associada a outro tumor do trato gastrintestinal. Mais de 40 diferentes
tipos histopatológicos de neoplasia ocorrem no intestino delgado, porém mais de
95% dos casos malignos são adenocarcinomas, tumores estromais gastrintestinais
(GIST - gastrointestinal stromal tumors), carcinoides ou linfomas. O
diagnóstico desses tumores muitas vezes é tardio, devido a sintomas
inespecíficos, ocorrendo normalmente em uma complicação aguda da doença. Em um
estágio sintomático, mais de 50% dos casos apresentam doença metastática.
Conhecendo a não especificidade do quadro clínico, somente um alto índice de
suspeita pode oferecer diagnóstico e tratamento precoces. A taxa relatada de
sobrevida global em 5 anos foi de 83% para os carcinoides, 25% para os
adenocarcinomas, 62% para os linfomas e 45% para os tumores estromais. No
entanto, a sobrevida global combinada em 5 anos melhorou entre 1975 e 2006,
subindo de 32,5 para 66,9%.De todos os tumores periampulares, os
adenocarcinomas duodenais têm o melhor prognóstico, com sobrevida em 5 anos de
32,8%, quando comparados aos adenocarcinomas da cabeça do pâncreas, que têm uma
sobrevida em 5 anos de apenas 6,5%. De forma geral, o adenocarcinoma avançado
do intestino delgado teve um prognóstico pior do que a neoplasia colorretal,
mas melhor do que os tumores gástricos ou pancreáticos.
As
neoplasias malignas primárias do intestino delgado são geralmente
diagnosticadas em estágio avançado e reveladas por uma complicação local do
tumor. Sua abordagem cirúrgica na situação de emergência traz uma morbidade
específica e uma mortalidade significativa, mas somente uma ressecção R0
radical padrão, com dissecção de linfonodos regionais pode oferecer aos
pacientes a melhor chance de cura.
Os sinais
e sintomas dos tumores do intestino delgado são muitas vezes incertos. Os
sintomas mais comuns incluem: Dor no abdome, perda de peso e Fadiga. Muitas
vezes, o primeiro sintoma é dor na região do estômago, que pode começar ou
piorar após a pessoa comer. O aumento do tumor pode bloquear parcialmente a
passagem do alimento digerido, o que pode levar a uma dor mais intensa
eduradoura. O crescimento do tumor pode causar uma obstrução, bloqueando
completamente o intestino. Isto leva à dor com náuseas e vômitos.
Raramente, o tumor provocará uma
perfuração na parede do intestino, permitindo que o conteúdo do intestino vaze
para dentro da cavidade abdominal. Os sintomas de perfuração incluem dor
repentina, náuseas e vômitos.
Algumas vezes, o sintoma pode ser
uma hemorragia intestinal, que se for discreta, pode levar a uma anemia. Os
sintomas da anemia são fraqueza e fadiga. Se a hemorragia for severa, as fezes
podem tornar-se escuras e o paciente pode sentir tonturas ou até desmaiar.
A fisioterapia em oncologia é uma
especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e
restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente,
assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico.
O fisioterapeuta oncológico deve
estar apto para desenvolver suas atividades com pacientes infantis,
adolescentes, adultos jovens e idosos, em situações que vão desde a cura aos
casos em que ela é irreversível, e desenvolver seus programas de tratamento
dentro deste contexto. O profissional dessa área deve saber lidar com as sequelas
próprias do tratamento oncológico, atuando de forma preventiva para minimizá-
las.
A reabilitação deve
iniciar-se tão logo o câncer seja diagnosticado, devendo ser planejada a
cadaetapa do tratamento. É responsabilidade do fisioterapeuta diagnosticar as
disfunções produzidas pela doença e pelo tratamento, atualizar-se
constantemente, escolher e adequar as técnicas individualizadas de tratamento e
encaminhar adequadamente o paciente para outros profissionais quando for
necessário.
A fisioterapia atua no pré
e pós operatório de cirurgias de mama, cabeça e pescoço, tumores ósseos e de
partes moles, coluna, cirurgias pélvicas (uro e ginecológicas) e
tóraco-abdominais. Também faz-se necessário durante o tratamento de
radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Devem realizar tratamento
fisioterapêutico pacientes com sintomas relacionados à doença e seus tipos de
tratamento, onde é comum encontrar presença de dor persistente, fibroses,
retrações e aderências cicatriciais, encurtamentos musculares, diminuição de amplitude
do movimento das articulações e membros, osteoporose, neuropatias, presença de
linfedema quando há esvaziamento ganglionar,alterações
respiratórias, trismo, falta de controle motor, incoordenação, fraqueza
muscular, cansaço, incontinência urinária ou fecal entre outros. Os sintomas
variam de acordo com o tipo e localização do tumor. Os objetivos são manter os
segmentos corporais bem alongados, com boa força muscular , controlar a dor,
melhorar a função pulmonar, prevenir a presença de inchaços e evitar a
inatividade no leito.
Fazem parte do
tratamento: mobilização precoce no leito; Estímulo à sedestação e deambulação;
Prevenir complicações pulmonares ou auxiliar na resolução de patologias
pulmonares já instaladas; Evitar complicações circulatórias; Reduzir dor;
Manter força muscular; Manter amplitude de movimentos; Prevenir e tratar
edemas;
Portanto,
em se
tratando de restaurar, desenvolver ou conservar a saúde física do paciente, o
fisioterapeuta é o profissional habilitado para exercer tais atividades com
total segurança.
Referências:
Most
small bowel cancers are revealed by a complication. Ionut Negoi1; Sorin Paun;
Sorin Hostiuc; Bodgan Stoica; Ioan Tanase; Ruxandra Irina Negoi; Mircea Beuran;
Einstein. 2015;13(4):500-5
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