A Fisioterapia praticada com ética e responsabilidade garantindo dignidade e qualidade de vida ao paciente oncológico.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
A História e a Evolução da Fisioterapia Oncológica
Os avanços tecnológicos associado à melhor prestação de serviços em oncologia aumentaram significativamente as taxas de sobrevida de pacientes acometidos por esta terrível patologia.
Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção terapêutica necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional permanente ou a longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo à independência funcional e para melhorar a sua qualidade de vida.
Artigo na íntegra: http://www.webartigos.com/articles/17226/1/a-historia-e-a-evolucao-da-fisioterapia-oncologica/1.html
quarta-feira, 22 de abril de 2009
A terapia Gênica
A terapia gênica deverá ser indicada para
o tratamento de vários tipos de câncer: tumores cerebrais, câncer de mama, câncer colon-retal, melanoma malígno, neuroblastoma, câncer pulmonar, câncer de ovário, carcinoma de célula renal. A terapia gênica também deverá ser apropriada para a cura da diabetes e obesidade, produção de hormônios ,desenvolvimento de vacina contra o HIV e no tratamento de doenças neurológicas.
PERSPECTIVAS DA TERAPIA GENICA
As expectativas atuais indicam que a terapia gênica não se limitará somente a substituir ou corrigir genes defeituosos. Novas possibilidades terapêuticas dessa recente tecnologia estão sendo desenvolvidas, para permitir a liberação de proteínas que também controlem os níveis hormonais ou estimulem o sistema imunológico. A terapia gênica é a esperança de tratamento para um grande número de doenças até hoje consideradas incuráveis por métodos convencionais, que vão das hereditárias e degenerativas às diversas formas de câncer e doenças infecciosas.
O ano 2000 já começa com um marco histórico para a ciência. Foi apresentado a primeira versão do genoma humano _ um quebra-cabeça gigantesco, que vai identificar os 130 mil genes do nosso organismo e mostrar como estão combinadas as suas 3 bilhões de bases químicas. Sem sombra de dúvida, é um fecho de ouro para a ciência no século XX. Com esse verdadeiro manual do nosso código genético, fruto de anos e anos de pesquisa em genética e informática, poderemos começar a entender o que somos, por que cada um de nós é diferente de todos os outros e de que modo poderemos nos livrar de milhares de doenças genéticas, do câncer e de doenças infecciosas.
O genoma pronto abre um caminho novo e espetacular para a terapia gênica _ a pesquisa médica passa a ocorrer no nível das moléculas e genes. Computadores farão, com uma velocidade e precisão fantásticas, as análises, hoje impensáveis, dos genes e da estrutura de milhares de moléculas por eles codificadas. A terapia gênica será um recurso natural para curar muitas doenças, uma vez que os defeitos genéticos respondem por cerca de 20% da mortalidade infantil, 50% dos abortos e 80% dos casos de problemas mentais.
Não demorará muito tempo, para que cerca de 20 a 30 doenças hereditárias sejam decifradas pelo uso das informações do projeto genoma e muitas delas possam ser curadas pela terapia gênica. Essa lista deverá incluir diabete, hemofilia, mal de Alzheimer, fibrose cística, distrofia muscular, mal de Huntington, certas formas de anemia, obesidade hereditária, alguns tipos de câncer e parte dos distúrbios cardiovasculares. Além disso, certos tumores malígnos poderão ser controlados num estágio inicial, permitindo ao seu portador levar uma vida praticamente normal.
Texto retirado do ensaio de
Texto retirado do ensaio de Rafael Raiter
Site: http://www.ufv.br/dbg/BIO240/TG110.htm
sábado, 18 de abril de 2009
A Radioterapia
A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de
radiaçõess ionizantes. Uma dose pré-ca1culada de radiação é aplicada, em um
determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar
todas as células tumorais, com o menor dano possivel as células normais circunvizinhas,
a custa das quais se fará a regeneragao da area irradiada.
Indicagoes da radioterapia
Como a radioterapia é um método de tratamerrto local e/ou regional, pode ser indicada
de forma exclusiva ou associada aos outros métodos teraêuticos. Em combinação com
a cirurgia, podera ser pré, peri ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes,
durante ou logo após a quimioterapia.
Fontes de energia e suas aplicações
Há aparelhos que geram radiação a partir da energia elétrica, liberando raios X e
elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de
cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas,
mantendo distâncias da pele que variam de 1 centimetro a 1 metro (teleterapia). Estas
técnicas constituem a radioterapia clínica e se prestam para tratamento de lesões
superliciais, semiprofundas ou profundas, dependendo da qualidade da radiação gerada
pelo equipamento. A Braquiterapia é uma técnica de tratamento em que uma pequena
fonte radiativa é colocada em contato com o tumor para um tratamento mais looalizado.
Trata-se de um procedimerrto cirurgico e deve ser feito em sala de cirurgia com
anestesia. Atualmente usam-se equipamentos ultramodernos e robotizados, que liberam
Alta Taxa de Dose (HDR — High Dose Rate) evitando que o paciente fique intenado no hospital.
Radiossensibilidade e radiocurabilidade
A maioria dos tumores radiossensiveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns se disseminam independentemente do controle local; outros apresentam sensibilidade tão
próxima a dos tecidos normais, que esta impede a aplicação da dose de erradicação. A
- curabilidade local so é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa a tolerância dos tecidos normais.
Efeitos adversos da radioterapia
Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados, desde que sejam respeitado:
os principios de dose total de tratamento e a aplicação fracionada. Os efeitos colaterais
podem ser classificados em imediatos e tardios. Os efeitos imediatos são observados nos
tecidos que apresentam maior capacidade proliferativa, como as gônadas, a epiderme, as
mucosas dos tratos digestivo, urinário e genital, e a medula éssea. Eles ocorrem
somente se estes tecidos estiverem incluidos no campo de irradiação e podem ser
potencializados pela administracão simultânea de quimioterápicos. Os efeitos tardios
são raros e ocorrem quando as doses de tolerância dos tecidos normais são
ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se por atrofias e fibroses. As alteracoes de
caréter genético e o desenvolvimento de outros tumores malignos são raramente
obsevados.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
O Câncer em crianças é detectado muito tarde
O diagnóstico tardio é o maior inimigo das crianças com câncer no Estado. Entre 60% e 70% dos meninos e meninas que chegam à Fundação Centro de Controle de Oncologia (FCecon) estão em estágio avançado da doença, o que diminui as chances de cura. Referência no tratamento de câncer, a FCecon recebe grande parte dos casos diagnosticados em outros hospitais.
No câncer infantil não existe prevenção porque, neste caso, a doença é essencialmente causada por características genéricas. Nos adultos, os fatores ambientais e comportamentais aumentam o risco da doença, se aliados à genética. Mas eles podem ser evitados. Se um adulto quer diminuir as chances de ter câncer de pulmão, por exemplo, pode manter-se longe dos cigarros. Uma criança não tem a mesma escolha. E é por essa razão que o diagnóstico precoce é fundamental.
A oncohematologista pediátrica Miyuki Guemba confirma o número de crianças que chegam à FCecon com câncer em estágio avançado. A especialista, que atua há cinco anos na fundação, faz um apelo para reverter a situação. "A gente pede que, quando um colega pegue uma criança com quadro diferente do que está acostumado, que pense na possibilidade de câncer e que encaminhe o mais breve possível, que entre em contato com a gente, que discuta o caso", diz.
De acordo com Miyuki, o câncer infantil tem 80% de chance de cura. Mas este índice está ligado diretamente proporcional ao diagnóstico precoce. "Ainda existe muito preconceito e muito medo quando se trata de câncer. Queremos receber crianças com diagnóstico mais precoce para aumentar a suas chances de cura", comenta a especialista.
A médica ressalta que já vai longe o tempo em que a pessoa com câncer estava condenado à morte. "Isso é de 60 anos atrás. A medicina avança todos os dias e já existem medicamentos mais modernos, como o Glivec, que cura leucemia mielóide crônica e está disponível em Manaus pelo SUS", esclarece.
O desconhecimento de alguns profissionais de saúde e a semelhança com outras doenças são obstáculos ao diagnóstico precoce.
Identificação
Diagnosticar câncer não é fácil. Os sintomas gerais se confundem com os de outras doenças normais na infância, como febre, perda de peso, íngua, dor nas pernas e manchas roxas no corpo. A diferença entre os sintomas de doenças corriqueiras e um câncer é o tempo de evolução, muito mais prolongado. No câncer, a perda de peso, por exemplo, pode se arrastar por meses e não será resolvida com tratamento comum.
"Ainda tem o desconhecimento, a dificuldade do colega (médico) raciocinar clinicamente em cima do caso e o medo. As pessoas têm medo de pronunciar a palavra câncer, assim como acontece com a aids", compara Miyuki.
Em Números
54.599 atendimentos foram registrados na FCecon no ano passado. Deste total, 787 eram crianças, o equivalente a 2% de todos os pacientes. 1.361 dos atendimentos tiveram o diagnóstico confirmado para câncer. Da totalidade dos novos diagnósticos, 21 eram de câncer infantil. 2 casos por semana é a média máxima de novos diagnóstico de câncer infantil. Isto equivale a 48 por ano.
Carência
A FCecon possui apenas três oncohematologistas pediátricos e o pequeno número de profissionais especializados na área é outro problema para as crianças com câncer. Além de Miyuki, as outras duas especialistas são Mariana Coelho e Jeanne Lee Coutinho. Na Fundação de hematologia e Hemoterapia do estado do Amazonas (Hemoam), que também trata de câncer infantil (mais precisamente de leucemia e linfoma), também há poucos especialistas na área de hematologia pediátrica.
Escassez de especialistas
No Amazonas há apenas três oncohematologistas pediátricas. Miyuki Guemba, Mariana-Coelho e Jeanne Lee Coutinho trabalham da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) e têm de lidar com uma grande demanda em busca de diagnóstico e tratamento. Além dos pacientes de Manaus, convertem para a fundação pessoas vindas outros Estados da Região e até de países vizinhos, como a Venezuela.
A explicação para o reduzido número de especialistas, dizem Miyuki e Mariana, pode estar na carência do Estado em relação a cursos de especialização na área de oncologia. "A formação ainda se concentra no Centro-Sul, Sul e Sudeste do País e as pessoas ainda têm muito preconceito com a nossa região. Alguns ainda vêem as regiões Norte e o Nordeste como a mesma coisa", comenta a oncohematologista pediátrica Miyuki.
O fato da formação concentrar-se nos grandes centros do País gera outro fator determinante para a falta de especialistas no Amazonas. Muitos médicos que buscam qualificação no Sul não retornam porque acabam encontrando toda uma estrutura que ainda não existe no Amazonas. Eles preferem estabilizar-se a retornar para um Estado onde terão que trabalhar duro e encampar lutas pela melhoria de estrutura. "Nós não temos medo. Mas muito têm. É por isso que a gente atua em uma área que todos consideram difícil", diz Mariana. A recompensa pelo esforço, acrescenta Miyuki, é ver a recuperação das crianças. "É gratificante tirar à dor de uma criança, de dar qualidade de vida a ela".
GEFIR (Grupo de Estudos em Fisioterapia Respiratória)
segunda-feira, 13 de abril de 2009
A Quimioterapia

A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou
quimioterapia antiblástica.
Mecanísmos de ação e classificação das drogas antineoplásicas.
Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais, devido às diferenças quantitativas entre os processos metabólicos dessas duas populações celulares. Classificaram os quimioterapicos conforme a sua atuação sobre o ciclo celular em:
• Cicloinespecificos Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada.
• Ciclo-específicos- Os quimioterapicos que atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida.
• Fase-específicos- Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular, como,
por exemplo, o metotrexato (fase S), o etoposideo (fase G2) e a vincristina (fase M).
Tipos e finalidades da quimioterapia
A quimioterapia pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos e pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a radioterapia. De acordo com as suas finalidades, a quimioterapia é classificada em;
Curativa ― quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle completo do tumor.
• Adjuvante ― quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de metástases à distância
• Neoadjuvante ou prévia quando indicada para se obter a redução parcial do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a cirurgia e/ ou radioterapia.
• Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de melhorar a qualidade da sobrevida do paciente.
Toxicidade dos quimioterápicos
Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de exposição e da concentração plasmática da droga. A toxicidade é variável para os diversos tecidos e depende da droga utilizada. Nem todos os quimioterápicos ocasionam efeitos indesejáveis tais como mielodepressão, alopecia e alterações gastrintestinais (náuseas, vômitos e diarréia).
Critérios para aplicação da quimioterapia
Esses critérios são variados e dependem das condições clinicas do paciente e das drogas selecionadas para o tratamento. (Condições gerais do paciente, Contagem das células do sangue e dosagem de hemoglobina serica).
Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer
Alquilantes - Apesar de efetivos como agentes isolados para inúmeras formas de câncer, eles raramente produzem efeito clínico ótimo sem a combinação com outros agentes.
Antimetabólitos - impedem a multiplicação e função normais da célula.
Antíbióticos Como todos os quimioterápicos, os antibióticos atuam tanto sobre as células normais como sobre as malignas.
Iníbídores mitóticos - interrupção da divisão celular.
domingo, 12 de abril de 2009
A Fisioterapia no câncer de mama

Durante a terapia adjuvante e no seguimento, deve-se priorizar a prevenção e minimização das complicações, sejam elas linfáticas, posturais, funcionais e/ou respiratórias. As recomendações para a prevenção, diagnósticas e tratamento do linfedema são apresentadas no documento de consenso abaixo relacionado.
Para o controle dos sintomas álgicos, as pacientes devem realizar exercícios domiciliares, manobras ativas de relaxamento muscular e auto-massagem no local cirúrgico. A atividade física deve ser recomendada, sendo contra-indicado o uso do braço em movimentos rápidos e de repetição, assim como atividades com carga.
A atuação do fisioterapeuta deve ser iniciada no pré-operatório, objetivando conhecer as alterações pré-existentes e identificar os possíveis fatores de risco para as complicações pós-operatórias, e quando necessário, deve ser instituído tratamento fisioterapêutico nesta etapa, visando minimizar e prevenir as possíveis seqüelas. No pós-operatório imediato, objetiva-se identificar alterações neurológicas ocorridas durante o ato operatório, presença de sintomatologias álgicas, edema linfático precoce, e alterações na dinâmica respiratória.
Os exercícios realizados nos programas de reabilitação física no pós operatório de câncer de mama não seguem um guideline. Muitas propostas de reabilitação foram desenvolvidas para minimizar as complicações pós-operatórias, como o volume de secreção drenada, a incidência de seroma, de deiscência da ferida cirúrgica e, a longo prazo, o desenvolvimento de linfedema crônico.
Alguns estudos discutem a associação entre a realização dos exercícios com as possíveis complicações do pós-operatório; entretanto na literatura há descrições sucintas e particularizadas sobre a maneira de realização dos exercícios.
A fisioterapia precoce tem como objetivos prevenir complicações, promover adequada recuperação funcional e, conseqüentemente, propiciar melhor qualidade de vida às mulheres submetidas à cirurgia para tratamento de câncer de mama. Entretanto, questiona-se qual a melhor maneira de realizar esses exercícios e qual a sua influência nas complicações pós-operatórias.
Os programas de reabilitação no pós-cirúrgico das pacientes submetidas à mastectomia ou a tratamento conservador com dissecção axilar são parcialmente descritos na literatura do ponto de vista da especificação dos exercícios realizados. Existem programas estruturados em contrações isométricas da musculatura do ombro, braço e mão, nos quais a paciente é instruída a levantar, com as mãos unidas, em flexão, abdução e rotação do ombro até o limite de dor; em outros em que a paciente é estimulada a realizar exercícios ativo-livres em todos os movimentos fisiológicos do ombro.
Há, também, terapias em que são indicados os exercícios como subir com os dedos pela parede até o limite máximo de flexão e abdução, pentear os cabelos, fazer roda de ombro e rotação do braço, entre outros. Existem propostas baseadas em alongamento e fortalecimento, com exercícios rítmicos de cabeça, pescoço, tronco, membros superiores e inferiores. Outros programas consistem de exercícios pendulares, exercícios de escalada do braço na parede e polias.
Wingate descreve o tratamento incluindo exercícios ativo-assistidos progredindo para exercícios ativo-resistidos, facilitação neuromuscular proprioceptiva e atividades funcionais, além de orientações para casa.
Molinaro et al. defendem um protocolo de exercício baseado em movimentos naturais, acompanhados de música, para desenvolver flexibilidade, coordenação e amplitude de movimento do ombro.
No tratamento de câncer de mama existe certo consenso no que diz respeito à cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia; no entanto, na reabilitação física não existem trials comparando e tentando padronizar os programas de exercícios. Diante de várias propostas, têm-se a necessidade de homogeneização dos protocolos, para que sua reprodutibilidade seja possível, dentro de um serviço com vários fisioterapeutas ou em outros serviços, para que o atendimento possa ser otimizado, além de permitir a comparação dos resultados obtidos.
Contudo, diversos autores enfatizam que os bons resultados dependem do bom treinamento e cuidado do terapeuta e da colaboração do paciente após a fase intensiva de tratamento. Pesquisadores descrevem o resultado de uma série de casos constituídos de 16 braços linfedematosos tratados com técnicas descritas anteriormente. Obtiveram uma redução média de 73% na fase intensiva, depois de um ano, apresentaram uma redução de 80% sem nenhum outro tratamento e ainda descrevem, os mesmos autores, outra série de 56 pacientes que obtiveram uma redução mediado edema de 63% na fase intensiva e, 3 anos após, a redução foi de 64%. Em outra série estudada pelos mesmos autores, a redução obtida com um mês de tratamento em 78 linfedemas unilateral de braços, foi de 64%. A redução dependeu do grau do linfedema e da colaboração do paciente. Após um ano, 44 pacientes foram reavaliados e não apresentaram redução significativa nesse tempo.
Estudos afirmam que o resultado do tratamento para o linfedema depende da colaboração da paciente, especialmente quanto ao uso de vestes compressivas; reforçam que essa colaboração está relacionada ao esclarecimento que a paciente deve receber quanto aos motivos do uso da braçadeira e da importância do ajuste da mesma ao braço. Sugerem ainda que a braçadeira deva ser substituída a cada 2-6 meses para se manter a compressão adequada.
O uso da braçadeira elástica nas pacientes com linfedema deve ser encorajado, contudo não há consenso se essas braçadeiras precisam ser feitas sob medidas ou podem ser compradas nos tamanhos padronizados, bem como sobre o tanto de pressão que deva exercer sobre o braço. A recomendação tem variado entre três classes de compressão: 20-30mmHg; 30-40mmHg, e 40-50mmHg.
A Guerra do século
No começo, o câncer é silencioso, furtivo. Uma célula do nosso organismo sofre uma mutação e passa a se proliferar desordenadamente, multiplicando seus clones em velocidade bem superior à das demais células do organismo. Assim, formam-se os tumores, que, quando são percebidos, muitas vezes já é tarde demais. O câncer é uma doença terrível, mortal em grande parte dos casos, assustadora para os pacientes e seus familiares. A boa notícia é que nunca antes o conhecimento sobre a doença, assim como seus tratamentos e diagnósticos, avançou tão rapidamente. A má notícia é que, apesar dos esforços, ainda há muito a aprender até que se possa dizer que o câncer está sob controle.
Nos últimos 25 anos, contam-se às centenas, ao pé da letra, as reportagens que SAÚDE! publicou sobre os avanços no combate a essas células afoitas. Nesse período, a humanidade viveu o auge da chamada "guerra contra o câncer", desencadeada pelo presidente americano Richard Nixon em 1971, que resultou na liberação de uma montanha de dinheiro para pesquisas. De lá para cá, só nos Estados Unidos, foram gastos 200 bilhões de dólares no financiamento de um sem-número de projetos científicos relacionados à busca da cura para o mal. "É uma guerra que apresenta resultados lentos, mas que está no caminho certo", afirma o oncologista Paulo Hoff, diretor geral do Instituto do Câncer de São Paulo. "Ganharemos, mas ainda vai demorar um pouco."
Os resultados mais animadores começaram a surgir justamente na década de 1980, modificando aos poucos a própria noção do câncer na sociedade. Há 25 anos, ter um tumor flagrado era o mesmo que receber um atestado de óbito. Pouquíssimos se salvavam. O mais comum era o paciente padecer após um tratamento agressivo e debilitante. Esse cenário mudou significativamente. É possível conviver com a doença, fazer os tratamentos e continuar levando uma vida normal ou muito próxima do normal. "Hoje, temos cada vez mais pacientes vivendo muito bem. E com câncer", avalia Hoff.
A história desse mal é traçada de modo diverso desde o diagnóstico. Equipamentos como a PET, ou tomografia por emissão de pósitrons, lançado em 2000 nos Estados Unidos e poucos anos depois no Brasil, escaneiam o corpo humano dos pés à cabeça, denunciando minúsculos aglomerados de células suspeitas, infinitamente menores do que os tumores que podiam ser avistados numa chapa de raio X, por exemplo — que, afinal, era um dos principais recursos para a detecção do câncer 25 anos atrás. E tamanho é documento quando se fala em tumor. Descobri-lo quando ainda é ínfimo diminui a agressão do tratamento. Um desafio para o futuro: tornar a PET acessível a boa parte da população. Por enquanto, o exame só existe em algumas capitais do país.
É a mesma dificuldade encontrada quando o assunto é radioterapia. "Os equipamentos modernos, que ainda não existem em todos os centros, têm um foco extremamente preciso. A radiação pode ser dirigida ao tumor para destruí-lo sem arrasar em seu trajeto o tecido sadio na vizinhança", conta o oncologista Sérgio Roithmann, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Mais do que evitar os temidos efeitos colaterais — os pacientes saem da seção para trabalhar normalmente ou até mesmo para ir ao shopping —, essa radioterapia de cara nova, por assim dizer, permite aos médicos usar doses de radiação maiores — e mais letais ao câncer —, já que os raios vão direto ao alvo com precisão absurda.
Aparecem também drogas que agem em tumores contra os quais os tratamentos convencionais falhavam. Algumas delas pertencem à novíssima geração de anticorpos monodonais. Seguindo a expertise do sistema imunológico humano, elas foram criadas para perseguir o tumor como se fosse um vírus ou algo assim. Ao alcançar o inimigo, logo se grudam nele — para impedir que cresça ou para bloquear estruturas importantes a sua sobrevivência. "Daqui para a frente, o caminho é selecionar um tratamento sob medida baseado na biologia molecular de cada tumor", afirma o cirurgião Ricardo Kroeff, diretor médico do Hospital Santa Rita, centro especializado em câncer da Santa Casa de Porto Alegre.
NA DÉCADA DE 1980
Na hora de aplicar a radioterapia convencional, o médico determinava um campo retangular. E a mesma dosagem de radiação era enviada para toda a área. Os efeitos colaterais eram muitos, e uma grande quantidade de tecidos sadios ficava prejudicada.
NA DÉCADA DE 1990
Com o aprimoramento dos exames por imagem, apareceu o que os médicos chamam de rádio tridimensional conformada. Os raios passaram a ser enviados levando em conta o formato do tumor, diminuindo o pedaço atingido na vizinhança sadia.
HOJE EM DIA
A técnica de ponta é a IMRT, que emite diferentes doses de radiação na direção de um tumor, de modo que ele concentre, de longe, a maior quantidade, preservando praticamente 100% as células sadias a seu redor. Em compensação, a radiação enviada diretamente às células malignas aumenta, fazendo crescer na mesma proporção as chances de bons resultados.
ESTAMOS MAIS VELHOS, TEMOS MAIS CÂNCER
Se sabemos cada vez mais sobre o câncer, porque o número de doentes não cai? Talvez essa seja a sua pergunta. A explicação mais simples é o envelhecimento da população, especialmente em países como o Brasil, onde a expectativa de vida passou a ser de 72,3 anos, contra os 62,6 anos da década de 1980. É o câncer, como se sabe, está estreitamente ligado ao envelhecimento das células. Há outros fatores, porém. "Metade dos tumores tem relação com o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo, que ainda estamos longe de erradicar", analisa o oncologista Sérgio Roithmann. A prevenção está em suas mãos.
Existe uma corrente que aposta nisto: o câncer como uma doença crônica. E seus seguidores acreditam na máxima de que, "se não dá para curar, pelo menos que dê para conviver". "Claro que, para alguns tumores, os avanços dos últimos anos representam uma solução", afirma a oncologista Maria del Pilar Estevez Diz, coordenadora de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. "Há duas décadas, oito em cada dez homens com câncer de testículo morriam. Hoje, mais de 90% dos casos têm cura. As chances de derrotar a doença são altas — em torno de 80% —, até mesmo quando ela já disparou a metástase, ou seja, começou a se espalhar", compara a médica.
Para outros tumores, a melhora da situação foi mais modesta. No caso de câncer colorretal, antes só metade dos pacientes sobrevivia mais de cinco anos. Hoje, são 65%. "Quando pensamos em câncer de pulmão, a sobrevida de cinco anos só era alcançada por 13% dos pacientes e agora 20% deles vivem mais do que esse período", exemplifica ainda o médico Sérgio Roithmann, do Rio Grande do Sul.
Segundo ele, o conhecimento sobre os elos entre a genética, o estilo de vida e a doença também está bastante disseminado entre a população. "Isso ajuda", acredita. "Quando falamos em câncer de pele — e um quarto dos tumores malígnos detectados no Brasil são desse tipo —, isso fica evidente. Os cuidados com a exposição solar há 25 anos eram pífios. Atualmente, são amplamente difundidos, e não só na praia e na piscina", diz ele. "Sem contar que as pessoas andam alertas sobre o papel da boa alimentação e da atividade física para prevenir diversos males — o câncer não está fora disso", conclui.
Para a médica Maria Del Pilar, o domínio de informações sobre o estilo de vida saudável não ajuda apenas na prevenção. "Isso também conta quando o tumor já se instalou", observa. "Ninguém mais discute que a participação ativa do paciente no combate ao câncer contribui para a vitória. Quando ele conhece o seu corpo e o que pode ajudá-lo a derrotar a doença, a evolução do quadro tende a ser mais favorável."
DIRETO AO PONTO
Os anticorpos monoclonais fazem parte de uma nova categoria de drogas chamadas genericamente de terapia-alvo. Elas são projetadas em laboratório para se ligar a estruturas específicas das células tumorais de forma a impedir que se proliferem. Cada anticorpo monoclonal é programado para uma função específica. Alguns foram bolados para bloquear, por exemplo, o fator de crescimento epitelial, molécula que estimula a reprodução das células cancerosas. Aliás existem drogas como essas aprovadas e em utilização em diversos hospitais do mundo, inclusive no Brasil. Entre os tipos de câncer tratatos estão o de mama, de pulmão, de intestino e de linfoma não-Hodgkin.
CAÇA AO TUMOR
O registro mais antigo do câncer são papiros egípcios datados de 1600 a. C., que relatam uma mastectomia e uma indicação de tratamento. Os antigos gregos também tentaram, sem sucesso, deter a doença. As batalhas, portanto, remontam à Antiguidade. Veja a seguir como se desenrolaram nos tempos mais recentes.
1982
Identificado o primeiro gene ligado ao câncer, chamado Rãs. É o prenúncio de descobertas relacionadas à genética para tratar a doença.
1986
Identificado outro gene, o HER2, ligado ao câncer de mama. A revelação levou ao desenvolvimento de um remédio aprovado em 1998.
1993
O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos confirma a importância da nutrição para a prevenção, recomendando a ingestão de frutas e vegetais para evitar tumores.
1994
Descoberto o gene BRCA1, um "supressor de tumores". Quando defeituoso, ele aumenta de três a sete vezes as chances de câncer de mama. No ano seguinte, seria descoberto outro gene parecido, o BRCA2.
1997
Aprovado pela FDA, nos Estados Unidos, o primeiro anticorpo monoclonal contra o câncer: o rituximab, usado para tratar um tipo de linfoma.
2001
As autoridades americanas aprovam um comprimido capaz de agir em proteínas envolvidas com o avanço da leucemia.
2004
Dois anticorpos monoclonais, o erbitux e o avastin, são aprovados pela FDA, nos Estados Unidos. É o início da era da terapia-alvo.
por TITO MONTENEGRO | fotos DERCÍLIO | design GUILHERME COLUGNATTI
Saúde! é vital. Outubro de 2008. Págs. 40 à 45.
Obesidade aumenta o risco de Câncer
Da BBC
Um estudo conduzido por cientistas americanos sugere que entre as mulheres que nunca se submeteram a tratamentos de reposição hormonal na menopausa, as obesas têm um risco maior de desenvolver câncer de ovário do que mulheres em seu peso normal.
O estudo do National Cancer Institute, publicado pela revista especializada CANCER, da American Cancer Society, acompanhou 94.525 mulheres americanas entre 50 e 71 anos de idade por um período de sete anos, indica que a obesidade pode contribuir para o desenvolvimento deste tipo de câncer por causa de um mecanismo hormonal.
O câncer de ovário é a doença ginecológica mais fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de apenas 37% das pacientes.
Estudos anteriores já haviam ligado a obesidade a outros tipos de câncer, mas pouco se sabe sobre a relação entre o excesso de peso e o risco de câncer de ovário.
Os pesquisadores registraram 303 casos de câncer durante o período do estudo e notaram que, entre as mulheres que não haviam feito terapia de reposição hormonal durante a menopausa, a obesidade estava associada a um risco quase 80% maior de desenvolver a doença.
Em contraste, não foi encontrada nenhuma ligação entre o excesso de peso e o risco de desenvolver câncer de ovário entre as mulheres que haviam feito a terapia de reposição hormonal.
Segundo o Doutor Michael F. Leitzmann, do National Cancer Institute, que liderou a pesquisa, o resultado mostra que a obesidade pode aumentar o risco de desenvolver câncer por causa de seus efeitos hormonais.
O excesso de peso nas mulheres em idade pós-menopausa provoca um aumento da produção de estrogênio que, por sua vez, pode estimular o crescimento de células do ovário e desempenhar um papel no desenvolvimento do câncer.
O estudo observou que a relação entre obesidade e aumento do risco ocorre em mulheres sem histórico de câncer de ovário na família, mas não é vista em mulheres com outros casos na família.
Segundo Leitzmann, as "relações observadas entre obesidade e risco de câncer de ovário têm relevância para programas de saúde pública com o objetivo de diminuir a obesidade na população".
Fonte: Globo.com www.g1.com.br
Estimativa 2008 - Incidência do Câncer no Brasil
A vigilância é um dos componentes fundamentais para o planejamento e monitoramento da efetividade de programas de controle de câncer bem como a avaliação de seu desempenho. Um sistema de vigilância estruturado fornece informações sobre a magnitude e o impacto do câncer, como também sobre o efeito das medidas de prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. Os registros de câncer (de base populacional e hospitalares) são parte deste sistema de vigilância.
Para o estabelecimento de medidas efetivas de controle do câncer fazem-se necessárias informações de qualidade sobre sua distribuição de incidência e mortalidade, o que possibilita melhor compreensão sobre a doença e seus determinantes; formulação de hipóteses causais; avaliação dos avanços tecnológicos aplicados à prevenção e tratamento, bem como a efetividade da atenção à saúde.
As informações sobre mortalidade por câncer, de abrangência nacional, têm sido amplamente utilizadas como alternativa viável frente à realidade das informações sobre incidência não serem representativas do país. No entanto, esta estratégia se mostra pouco capaz de permitir a real compreensão da magnitude do problema uma vez que existem diferenças importantes, entre os vários tipos de câncer, em função da letalidade e da sobrevida. Para os tumores de maior letalidade a mortalidade permite uma aproximação do que seria a incidência, o que não acontece com aqueles de melhor prognóstico como é o caso dos tumores de mama feminina e próstata.
Em 2005, de um total de 58 milhões de mortes ocorridas no mundo, o câncer foi responsável por 7,6 milhões, o que representou 13% de todas as mortes. Os principais tipos de câncer com maior mortalidade foram: pulmão (1,3 milhão); estômago (cerca de 1 milhão); fígado (662 mil); cólon (655 mil); e, mama (502 mil). Do total de óbitos por câncer ocorridos em 2005, mais de 70% ocorreram em países de média ou baixa renda (WHO, 2006). Estima-se que em 2020 o número de casos novos anuais seja da ordem de 15 milhões. Cerca de 60% destes novos casos ocorrerão em países em desenvolvimento. É também conhecido que pelo menos um terço dos casos novos de câncer que ocorrem anualmente no mundo poderiam ser prevenidos. Parkin e colaboradores (2001) estimaram para o ano de 2000 que o número de casos novos de câncer em todo o mundo seria maior que 10 milhões. Os tumores de pulmão (902 mil casos novos) e próstata (543 mil) seriam os mais freqüentes no sexo masculino, enquanto que no sexo feminino as maiores ocorrências seriam os tumores de mama (1 milhão de casos novos) e de colo do útero (471 mil).
No Brasil, as estimativas para o ano de 2008 e válidas também para o ano de 2009, apontam que ocorrerão 466.730 casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes, à exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, serão os cânceres de próstata e de pulmão no sexo masculino e os cânceres de mama e de colo do útero no sexo feminino, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada no mundo.
Em 2008 são esperados 231.860 casos novos para o sexo masculino e 234.870 para sexo feminino. Estima-se que o câncer de pele do tipo não melanoma (115 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (49 mil), mama feminina (49 mil), pulmão (27 mil), cólon e reto (27 mil), estômago (22 mil) e colo do útero (19 mil) (Figura 1).
Os tumores mais incidentes para o sexo masculino, (Tabela 4) serão devidos ao câncer de pele não melanoma (56 mil casos novos), próstata (49 mil), pulmão (18 mil), estômago (14 mil) e cólon e reto (12 mil). Para o sexo feminino (Tabela 5), destacam-se os tumores de pele não melanoma (59 mil casos novos), mama (49 mil), colo do útero (19 mil), cólon e reto (14 mil) e pulmão (9 mil).
A distribuição dos casos novos de câncer segundo localização primária é bem heterogênea entre estados e capitais do país; o que fica bem evidenciado ao observar-se a representação espacial das diferentes taxas brutas de incidência. As regiões Sul e Sudeste, de uma maneira geral, apresentam as maiores taxas, enquanto que as regiões Norte e Nordeste mostram as menores taxas. As taxas da região Centro-Oeste apresentam um padrão intermediário.
Diante deste cenário fica clara a necessidade de continuidade em investimentos no desenvolvimento de ações abrangentes para o controle do câncer, nos diferentes níveis de atuação, como: na promoção da saúde, na detecção precoce, na assistência aos pacientes, na vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social, na pesquisa e na gestão do SUS.
A publicação “Estimativa 2008: Incidência de Câncer no Brasil”, agora com atualização bienal, conserva seu objetivo de subsidiar gestores e planejadores na área da saúde com informações atualizadas sobre o número de casos novos esperados de câncer. Agradecemos a todos os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) com informações consolidadas que contribuíram para que esta análise se concretizasse e fosse conquistado o desejável acréscimo de qualidade e atualidade das informações.
Fonte: Inca
sábado, 11 de abril de 2009
O Papel da Fisioterapia no Controle da Dor Oncológica
A Fisioterapia oncológica
Comumente, na presença de dor oncológica, os pacientes reduzem a sua movimentação e sua atividade física como um todo, ocasionando um comprometimento gradual do condicionamento físico, da força muscular, da flexibilidade e da capacidade aeróbica, fatores esses que com freqüência levam o paciente à chamada síndrome da imobilização, a qual compromete a coordenação motora, reduz a amplitude de movimento articular e acarreta retrações tendíneas.
Assim como no pós-operatório, a cinesioterapia se torna um recurso de grande valia, visto que auxilia na restauração e na melhora do desempenho funcional dos segmentos acometidos, desenvolvendo propriocepção, o movimento, a força e o trofismo muscular, prevenindo a imobilidade no leito e devolvendo a amplitude de movimento articular
(Sampaio et al,1999).
Estimulação nervosa elétrica transcutânea - (TENS) e outros recursos eletroterapêuticos.
Segundo a Associação Internacional de cuidados paliativos e hospitalares, 2003(IAHPC) dentre as intervenções fisioterapêuticas para a dor, a eletroterapia traz rápidos resultados; todavia, o alívio é variável entre os pacientes. No entanto, não é possível tratar a dor oncológica apenas com a utilização de corrente analgésica, mas, de acordo com estudos, pode se diminuir de maneira significativa o uso de analgésicos e seus efeitos colaterais.
Outro estudo, utilizando TENS (Estimulação Elétrica Transcutânea), verificou que o uso desta corrente diminui em até 47% o uso de morfina comparado com o TENS placebo (não ligada), ocorrendo também diminuição da percepção da dor através da Escala Análoga Visual, associada à incidência de náuseas e prurido de forma significativa (HAMZA,1999).
O que determina a percepção individual de um estímulo doloroso é a "abertura" ou "fechamento" da comporta a esses estímulos. Como a condução elétrica da TENS ocorre através das grandes fibras mielínicas, as quais são altamente sensíveis à estimulação elétrica e de condução rápida, levando rapidamente a mensagem até a medula espinhal, o TENS pode propiciar um mecanismo que mantenha o portão fechado a esses estímulos. O mecanismo pelo qual é impedido esse trânsito ocorre através das fibras nociceptivas (condutoras de dor).
De acordo com Sampaio e colaboradores, quanto mais próximo da área afetada se puder aplicar a TENS, maior será a chance de inibir os estímulos nocivos. Esse processo de redução ou minimização da transmissão da dor é conhecido como neuromodulação. Portanto, esta corrente pode ser utilizada com segurança em pacientes oncológicos, todavia deverá ser aplicada onde a sensibilidade tátil estiver preservada e a pele estiver íntegra.
A estimulação elétrica é alcançada ligando a máquina de TENS a eletrodos, na pele dos pacientes, estimulando fibras mielínicas aferentes, o que reduz o impulso dos nociceptores à medula e ao cérebro ("gatecontrol").
Em pacientes com dor crônica, 70% respondem ao TENS, inicialmente. No entanto, apenas 30% ainda se beneficiam de sua eficácia, após um ano.
As indicações em Cuidados Paliativos são para aqueles pacientes com dor de leve a moderada intensidade, especificamente:
- dor em região de cabeça e pescoço;
- dor derivada de compressão ou invasão tumoral nervosa;
- nevralgia pós-herpética;
- dor óssea metastática
O uso da Corrente Interferencial é bem estabelecido para diminuição da dor, no entanto ainda não há consenso sobre qual variação da amplitude modulada de freqüência (AMF) é mais eficaz. Não foram encontradas diferenças na analgesia em grupos com AMF de 5, 40, 80, 120, 160, 200, 240 Hz. Talvez esta diferença esteja relacionada com as características individuais de tecidos da pele e músculos durante passagem da corrente, sendo que variações de lípides, água e íons interferem na geração da Corrente Interferencial, não sendo possível definir o quão é reprodutível o fenômeno no interior dos tecidos (JOHNSON,2003).
Outras modalidades de técnicas complementares para controle da dor podem ser utilizadas, como calor local, frio local, massagem, acupuntura e mesmo exercícios, encorajando o paciente a manter a atividade o maior tempo possível.
A acupuntura pode ser de grande ajuda em casos de dor devido a espasmo muscular, espasmo vesical e em casos de hiperestesia, disestesia e nevralgia pós-herpética, mas ainda há poucos estudos que avaliem a efetividade real desta modalidade, no controle da dor de câncer.
Autor: Daniel Xavier
IN: Fisioterapia oncológca no adulto.portaldaeducação.2008.
Texto na íntegra:http://www.webartigos.com/articles/16518/1/o-papel-da-fisioterapia-no-controle-da-dor-oncologica/pagina1.html