Câncer de pênis
Autora: Luciana Pereira de Alcântara
Melo
Tumor raro, com maior incidência em
homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está
relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene
íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio,
pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). O estreitamento do prepúcio é
um fator de predisposição ao câncer peniano. Estudos científicos também sugerem
a associação entre infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de
pênis. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer
que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Num estudo observacional e descritivo, realizado pelo
Núcleo de Pesquisa em Uro-Oncologia da Fundação de Centro de Controle de
Oncologia (FCECON), em Manaus, que objetivou pesquisar o perfil
clínico-epidemiológico e fatores de risco que influenciaram no surgimento de CP
em 34 homens atendidos naquela instituição, entre Janeiro de 2007 a novembro de 2012.
Dentre os resultados, destacamos uma maior frequência da neoplasia na faixa
etária entre 40-69 anos (68%), histórico de tabagismo (71%), presença de Fimose
(53%), antecedente de doenças sexualmente transmissíveis (42%) e baixo nível
escolar (56%). A origem étnica não foi associada a uma maior incidência. O
perfil desses pacientes foi compatível, portanto, com aquele descrito na
literatura.
Prevenção
Para prevenir o câncer de pênis é
necessário fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente após as
relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças desde cedo
os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias. A
cirurgia de fimose (quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e
impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro
fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de
internação. Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente
realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado
reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos
de higiene.
A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.
A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.
Sintomas
A manifestação clínica mais comum do
câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração
localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses
sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser uma indicação de
câncer no pênis. Nestes casos, é necessário consultar um especialista. Além da
tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode
ser sinal de progressão da doença (metástase).
Detecção precoce
Quando detectado inicialmente, o câncer
de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É importante, ao fazer a higiene
íntima, realizar o autoexame do pênis.
No autoexame, os homens devem estar
atentos aos seguintes sinais:
·
Perda de
pigmentação ou manchas esbranquiçadas;
·
Feridas e
caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e apresentem
secreções e mau cheiro;
·
Tumoração no
pênis e/ou na virilha (íngua);
·
Inflamações de
longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de
fimose.
Ao observar qualquer um desses sinais, é
necessário procurar um médico imediatamente.
Exame clínico
Os exames clínicos para a detecção do
câncer de pênis, entre eles a biópsia, só devem ser indicados e realizados por
profissionais de saúde.
Diagnóstico
Quando diagnosticado em estágio inicial,
o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, mais da metade
dos pacientes demoram até um ano após as primeiras lesões aparecem para
procurar o médico. Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da
presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque
a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), deverão ser avaliadas por
um médico, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos
tratamentos convencionais. Essas lesões deverão passar por biópsia
(retirada de um fragmento) para análise, quando será dado o diagnóstico final.
Tratamento
O tratamento depende da extensão local do
tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Vai
desde terapias tópicas (em estágios iniciais) até tratamento cirúrgico, seja a
penectomia parcial ou radical. Também podem ser utilizadas, em casos
específicos, a braquiterapia, a quimioterapia neoadjuvante e a quimioterapia
exclusiva, nos casos mais avançados. Os estudos que abordam o tratamento do
Câncer de Pênis são, em sua grande maioria, pequenos e não-randomizados, por se
tratar de uma patologia rara. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o
crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz
consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais
cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura.
Tratamento fisioterapêutico
A fisioterapia oncológica ou
oncofuncional tem como objetivo preservar, manter ou recuperar a integridade
cinético-funcional de órgãos e sistemas, assim como prevenir os distúrbios
causados pelo tratamento oncológico buscando o bem estar e a qualidade de vida
do paciente oncológico.
A radioterapia,
indicada tanto para o tratamento exclusivo da doença quanto para complementação
dos outros tratamentos, pode acarretar fibrose, levando à restrição de
movimento, edemas e disfunções ventilatórias, entre outras.
Diversos tipos de
quimioterápicos podem causar neuropatias periféricas, fibrose pulmonar e
miocardiopatias. O uso prolongado de corticóides pode resultar em quadros de
miopatia e osteoporose.
A cirurgia visa
não apenas a remoção do tumor, mas também dos tecidos sadios adjacentes, a
fim de evitar a permanência de doença residual macro ou microscópica. Tal fato
acarreta sequelas sensitivas, motoras, vasculares e respiratórias, dependendo
da área afetada.
Nos
atendimentos podem ser realizadas
técnicas para correção padrão respiratório, cinesioterapia ventilatória
com intuito de melhorar a expansibilidade torácica, cinesioterapia motora
global para reduzir edemas e diminuir os agravos de síndrome do imobilismo
prolongado no leito além de manter a integridade e mobilidade das estruturas
musculoesqueléticas.
Referencias Pesquisadas.
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Jose Nilson Araújo Bezerra, Kátia Luz Torres Silva. PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO
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REFERÊNCIA ONCOLÓGICA EM MANAUS. Revista Brasileira de Oncologia Clínica.
Vol.11, no 40 – abril/maio/junho, 2015. Disponível em: http://sboc.org.br/revista-sboc/pdfs/40/editorial.pdf
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Disponível em www.projectodiretrizes.org.br
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CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO,
TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em:
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Acesso em: 20/09/2016 às 16:39.
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