sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Câncer de Pênis


Câncer de pênis
 
Autora: Luciana Pereira de Alcântara Melo
Coordenador: Daniel Xavier
 
 

Tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). O estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer peniano. Estudos científicos também sugerem a associação entre infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de pênis. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

Num estudo observacional e descritivo, realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Uro-Oncologia da Fundação de Centro de Controle de Oncologia (FCECON), em Manaus, que objetivou pesquisar o perfil clínico-epidemiológico e fatores de risco que influenciaram no surgimento de CP em 34 homens atendidos naquela instituição, entre Janeiro de 2007 a novembro de 2012. Dentre os resultados, destacamos uma maior frequência da neoplasia na faixa etária entre 40-69 anos (68%), histórico de tabagismo (71%), presença de Fimose (53%), antecedente de doenças sexualmente transmissíveis (42%) e baixo nível escolar (56%). A origem étnica não foi associada a uma maior incidência. O perfil desses pacientes foi compatível, portanto, com aquele descrito na literatura.

Prevenção


Para prevenir o câncer de pênis é necessário fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias. A cirurgia de fimose (quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene.
A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.

Sintomas


A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser uma indicação de câncer no pênis. Nestes casos, é necessário consultar um especialista. Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).

Detecção precoce

Quando detectado inicialmente, o câncer de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É importante, ao fazer a higiene íntima, realizar o autoexame do pênis.

No autoexame, os homens devem estar atentos aos seguintes sinais:

·         Perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas;

·         Feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e apresentem secreções e mau cheiro;

·         Tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua);

·         Inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.

Ao observar qualquer um desses sinais, é necessário procurar um médico imediatamente.

Exame clínico

Os exames clínicos para a detecção do câncer de pênis, entre eles a biópsia, só devem ser indicados e realizados por profissionais de saúde.

Diagnóstico


Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demoram até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico. Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), deverão ser avaliadas por um médico, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos  convencionais. Essas lesões deverão passar por biópsia (retirada de um fragmento) para análise, quando será dado o diagnóstico final.

Tratamento


O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Vai desde terapias tópicas (em estágios iniciais) até tratamento cirúrgico, seja a penectomia parcial ou radical. Também podem ser utilizadas, em casos específicos, a braquiterapia, a quimioterapia neoadjuvante e a quimioterapia exclusiva, nos casos mais avançados. Os estudos que abordam o tratamento do Câncer de Pênis são, em sua grande maioria, pequenos e não-randomizados, por se tratar de uma patologia rara. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura.

Tratamento fisioterapêutico

A fisioterapia oncológica ou oncofuncional tem como objetivo preservar, manter ou recuperar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico buscando o bem estar e a qualidade de vida do paciente oncológico.

A radioterapia, indicada tanto para o tratamento exclusivo da doença quanto para complementação dos outros tratamentos, pode acarretar fibrose, levando à restrição de movimento, edemas e disfunções ventilatórias, entre outras.

Diversos tipos de quimioterápicos podem causar neuropatias periféricas, fibrose pulmonar e miocardiopatias. O uso prolongado de corticóides pode resultar em quadros de miopatia e osteoporose.

A cirurgia visa não apenas a remoção do tumor, mas também dos tecidos sadios adjacentes, a fim de evitar a permanência de doença residual macro ou microscópica. Tal fato acarreta sequelas sensitivas, motoras, vasculares e respiratórias, dependendo da área afetada.

Nos atendimentos podem ser realizadas  técnicas para correção padrão respiratório, cinesioterapia ventilatória com intuito de melhorar a expansibilidade torácica, cinesioterapia motora global para reduzir edemas e diminuir os agravos de síndrome do imobilismo prolongado no leito além de manter a integridade e mobilidade das estruturas musculoesqueléticas.

Referencias Pesquisadas.

DE PAULA, Adriano; NETTO, Joaquim. [et al]“ CARCINOMA EPIDERMÓIDE DO PÉNIS”. Disponível em www.inca.gov.br

Giuseppe Figliuolo, Samuel Nuno Pereira Lima, Sebastião Pinto da Costa, Jusimara Maia da Silva, Cristiano Silveira Paiva, Jose Nilson Araújo Bezerra, Kátia Luz Torres Silva. PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO ASSOCIADO A FATORES DE RISCO DE PACIENTES COM CÂNCER DE PÊNIS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA ONCOLÓGICA EM MANAUS. Revista Brasileira de Oncologia Clínica. Vol.11, no 40 – abril/maio/junho, 2015. Disponível em: http://sboc.org.br/revista-sboc/pdfs/40/editorial.pdf



R. Damião; Jr. Mattos [et al]. “CARCINOMA DO PÉNIS –PARTE 1”. Disponível em www.projectodiretrizes.org.br

SOUSA, Nádia Maria Rodrigues; MELO, Anairtes Martins de. INTERVENÇÃO FISIOTERÁPICA EM PACIENTE COM CÂNCER DE PÊNIS NO PÓS-OPERATÓRIO DE EMASCULAÇÃO: RELATO DE CASO.. In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: . Acesso em: 20/09/2016 às 16:39.

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