sexta-feira, 11 de setembro de 2020




Deambulação em pacientes pós operatório de câncer de pulmão



Entre os procedimentos cirúrgicos que estes pacientes passam, podemos citar alguns como:

  • Bulectomia;
  • Segmentectomia;
  • Lobectomia;
  • Pleurostomia;
  • Entre outros.

Muitos destes pacientes chegam para nós com um dreno de toráx oscilante e borbulhante, assim aprendemos à não realizarmos VNI em pacientes com essa apresentação clínica e não seria diferente em pós cirúrgicos pulmonares. 

E a deambulação onde entra?

A deambulação é extremamente importante para este grupo de pacientes e quanto mais precoce melhor. Devemos trabalhar com metas e nunca realizar sub-terapias, pois isso tende a expor o paciente a maiores complicações pulmonares (relacionada a não tratamento pela Fisioterapia) como:
  • Hipoxêmia;
  • Hipoventilação;
  • Atelectasias;
  • Hipersecreção;
  • TVP/TE;
  • Entre outras.
Devemos sempre realizar a periodização da terapia para estes pacientes com metas diárias de deambulação da seguinte maneira:
  • Escala de BORG para avaliação do esforço;
  • Velocidade média (km/h);
  • Associação distância-tempo (M/s);
  • Metragem percorrida (metros).
Qual a importância desta monitorização?

Está monitorização é extremamente importante para não gerar sub-terapias e conseguimos periodizar nosso atendimento  adequadamente, pois não temos vantagem por exemplo em uma deambulação no dia de hoje com 100 metros e amanhã 20 metros. Nós temos disponível hoje na literatura a seguinte recomendação da Royal College of Anaesthetists. Guidelines forpatients undergoing surgery as part of an Enhanced Recovery Programme (ERP) que é deambular 60 metros no primeiro dia, 80 no segundo e 100  no terceiro. Lembrando que essas são metas diárias.

Como podemos dividir nossa deambulação?

Em nosso serviço temos a seguinte divisão:
  • No primeiro dia objetivamos pelo menos 50 metros percorridos;
  • No segundo dia objetivamos pelo menos 100 metros percorridos;
  • No terceiro dia objetivamos pelo menos 250 metros percorridos;
Associado a terapia de deambulação podemos realizar também terapia com uso de pressão positiva, Flutter ou Shaker, entre outros recursos  que poderão  nos guiar para uma melhor evolução destes pacientes. Temos observado caminhadas muitos maiores que 50 metros já  no primeiro dia, isso fruto de um trabalho de conscientização aos pacientes durante o primeiro atendimento, onde nossos profissionais dão  toda a atenção necessária para o cliente e sua recuperação.

Ainda sabemos que este público tem um internação prolongada de até 8 à 9 dias, e a Fisioterapia é fator primordial para uma melhor evolução. Em nossa experiência clínica em um grande Hospital de São Paulo, temos objetivado a VNI e saída precoce do leito com monitorização da metragem deambulada para evitarmos as sub-terapias e conseguirmos otimizar a alta destes pacientes sem complicações pulmonares no percurso de sua estádia. 

Para finalizar o objetivo desta postagem não é ensinar e sim alertar a todos que devemos sempre monitorizar e estimular a deambulação precoce nestes pacientes. Temos que ter em mente alguns pontos para uma adequada terapia:
  • Avaliar adequadamente;
  • Prescrever a intensidade adequada da terapia;
  • Prescrever a frequência adequada da terapia;
  • Monitorizar a terapia;
  • E dar continuidade na periodização da terapia.



  • Fonte: https://ligadafisiointensiva.blogspot.com/

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