INSTITUTO
AMAZONENSE DE APRIMORAMENTO E ENSINO EM SAÚDE – IAPES
PÓS-GRADUAÇÃO
EM FISIOTERAPIA INTENSIVA ADULTO, PEDIÁTRICO E NEONATAL
Pós Graduanda: Lucimar Costa
Coordenador: Daniel Xavier
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
A síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA) é uma condição clínica comum de insuficiência
respiratória grave, marcado por lesão pulmonar aguda grave, devido a ruptura da
membrana alvéolo-capilar, levando a um edema rico em proteínas para dentro dos
alvéolos, que afeta pacientes clínicos, cirúrgicos, adultos e crianças.
O desenvolvimento da síndrome pode ser ocasionada por
fatores desencadeantes diretos ou primários e fatores desencadeantes indiretos.
Dentre os fatores diretos esta a pneumonia, aspiração de conteúdo gástrico,
contusão pulmonar e quase afogamento; já nos fatores indiretos estão presentes
a síndrome séptica e/ou choque séptico, múltiplas transfusões sanguíneas,
politraumatismo, pancreatite e embolia de líquido amniótico.
Os
critérios utilizados para o diagnóstico da SDRA é a presença de: pressão
parcial arterial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio < 200, lesão
pulmonar de instalação aguda, infiltrados pulmonares bilaterais, pressão de
oclusão da artéria pulmonar < 18 mmHg, ou ausência de evidência clínica de
hipertensão de átrio esquerdo.
O
quadro clínico da SDRA se desenvolve de 24 a 48 horas após a lesão ou doença
original, mas pode demorar 4 a 5 dias para ocorrer. Dentre as primeiras
manifestações clínicas está presente a insuficiência respiratória de inicio
agudo, hipoxemia refratária ao tratamento com oxigênio suplementar, dispneia,
tosse seca, taquipnéia, tiragem, uso da musculatura acessória, cianose e
estertores difusos. Nos achados radiológicos encontra-se infiltrados alveolares
bilaterais difusos, broncograma aéreo, podendo ocorrer ainda derrame pleural. Já
nos achados laboratoriais podemos evidenciar a leucocitose e hipoxemia
arterial. Nesta síndrome pode haver manifestações sistêmicas e falência de
órgãos, como, o sistema nervoso central, rins, fígado, sistema hematopoiético e
cardiovascular.
Conforme a sua gravidade a SDRA se classifica em: leve,
moderada e grave, onde a relação PaO²/FIO² de 201-300 com Peep/Cpap > 5
sugere SDRA leve, PaO²/FIO² de 101-200 com Peep/Cpap > 5 sugere SDRA moderada
e PaO²/FIO² de < 100 com Peep/Cpap > 5 sugere SDRA grave. Possui 3 fases:
fase exudativa que ocorre durante a primeira semana com inicio da insuficiência
respiratória aguda, edema alveolar, perda da barreira epitelial e alveolar e
passagem do liquido intersticial para o espaço alveolar; fase proliferativa
onde acontece a proliferação de pneumócitos do tipo II, fibrose em torno do
décimo dia, infiltração intersticial por miofibroblastos e deposito de
colágeno; fase fibrótica ocorre em pacientes com doenças prolongada, áreas
pulmonares densamente fibrosadas e condensadas e formação de sistos.
A
lesão pulmonar na síndrome do desconforto respiratório agudo é determinado como
dano alveolar difuso (DAD). Ocorre a lesão do epitélio alveolar e do endotélio
capilar, por mediadores pró-inflamatórios (citocinas: necrose tumoral alfa,
interleucina-1 e interleucina-8) que são liberados em resposta a grande
variedade de preceptores. Os pulmões são frágeis as lesões inflamatórias, como
consequência neutrófilos são liberados, tornando-se ativos, liberando
mediadores inflamatórios (oxidantes e proteases) que lesam diretamente o
epitélio alveolar e endotélio vascular propagando o processo inflamatório.
Desse modo as barreiras que impedem o edema alveolar são perdidas havendo o
escape de proteínas do espaço intravascular para o espaço intersticial,
alterando a integridade do sufactante, com lesão adicional ao tecido e colapso
alveolar. Como consequência as agressões pulmonares, alterações
histopatológicas se estabelecem como: diminuição da complacência pulmonar,
alteração da relação V/Q, extensas áreas de shunt e hipertensão pulmonar.
A
mortalidade varia de acordo com os fatores de risco que levaram ao
desenvolvimento da SDRA. Os pacientes que possuem um prognóstico mais favorável
são aqueles que a síndrome é causada por traumas, estes apresentam apenas discretas alterações da
função pulmonar e no decorrer do tempo, mostram-se assintomáticos, na maioria
dos casos. Contudo o risco é maior em pacientes que apresentam
gravidade da hipoxemia e fatores etiológicos como pneumonia, sepse e choque
circulatório.
O
tratamento baseia-se em medidas de suporte e tratamento dirigido para as causas
desencadeantes, como a necessidade de suporte ventilatório invasivo e o uso de
antibióticos em caso de quadros sépticos ou tratamento cirúrgico de focos
infecciosos abdominais respectivamente. O uso de aminas vasoativas é indicado
para estabilidade hemodinânica. Devem ser evitadas a hiperhidratação que pode
agravar o edema pulmonar e a hipoxemia.
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