sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Câncer Gástrico

              Câncer Gástrico

Priscila de Oliveira Paiva
fisiopriscilapaiva@yahoo.com.br
Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva
Instituto Amazonense de Aprimoramento e ensino em saúde-IAPES
Coordenador: Daniel Xavier (@intensivistaxavier)

O câncer Gástrico ou de estomago é a neoplasia maligna mais comum no mundo. No Brasil, a grande dificuldade é na detecção da neoplasia gástrica em seu estágio inicial. Isso se deve na maioria das vezes ao sistema único de saúde(SUS), possuir ações desestruturadas e que visem sempre o baixo custo, prejudicando o desenvolvimento de um programa de detecção adequado e que requer um custo mais elevado. Além da falta de Profissionais qualificados que também se torna um dado estatístico e equipamentos sofisticados que requerem manutenção constante e por falta delas também acaba por reduzir a vida útil desses equipamentos.

A Neoplasia Gástrica surge a partir de danos causados à mucosa gástrica por uma dieta rica em sal, nitratos, nitritos e, talvez, carboidratos. (ABREU, L.1997).
O crescimento de células anormais pode ocorrer em qualquer local de sua extensão. Grande parte desse tipo de tumor ocorre na camada mucosa (a camada de revestimento interna). Surge na forma de pequenas lesões com ulcerações (rompimento do tecido mucoso) - características de Tumores malignos.

Com a evolução do câncer, essas células anormais vão gradualmente substituindo o tecido normal do órgão, propagando-se para outras camadas do estômago e podendo acometer órgãos vizinhos (metástase).

         Segundos Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) A Neoplasia Gástrico é o quarto tipo de câncer mais comum no homem, ficando atrás da próstata, pulmão, colón/reto. Na mulher, é o quinto mais incidente, ficando atrás da mama, colo de útero, reto e pulmão;
Apresentam se predominantemente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos (INCA 2016).

Tipos de Neoplasias Gástricas

Adenocarcinoma: Responsável por 95% dos Tumores. É um tipo de câncer maligno de características secretórias. Se origina em tecido glandulares. É o 3° tumor maligno mais frequente depois do câncer de pulmão e da mama;
Subdivide-se em dois tipos:
 Intestinal: que é comum em pessoas mais velhas, negras e maior incidência no sexo masculino, com idade média aos 50 anos.
 Difuso: geralmente afeta pessoas mais jovens, e tem relação genética, sem distinção entre os sexos, apresentando pior           prognóstico. Em relação a localização anatômica;

Leiomiosarcoma
 Iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos. É um dos tumores benignos da musculatura lisa do estômago, geralmente localizados em qualquer órgão também. Sua incidência é baixa.

             3. Linfoma
Tem origem nos linfonodos (gânglios) por todo o corpo, principalmente no timo, baço, amídalas, medula óssea e tecidos linfáticos no intestino. Apresenta baixa incidência, em média 3% dos cânceres de estômago.
São divididos em subtipos complexos entre Linfoma de Hodgdkin e Linfoma Não Hodgkin.

O linfoma do estômago pode ser dividido em dois tipos:

Linfoma gástrico MALT É um tipo de linfoma associado a mucosa constituída por células pequenas e com baixo grau de malignidade.
            Linfoma de células grandes com alto grau de malignidade e de incidência rara (quando comparada com o Linfoma Gástrico MALT).

A alta taxa de mortalidade do Câncer Gástrico (mais de 80%) se deve ao fato de grande parte dos casos serem diagnosticados em fase tardia, quando a chance de cura é pequena;

De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), classifica as Nitrosaminas como sendo a substância de efeito carcinogênico para as quais há suficiente evidências através de estudos feitos em espécies de animais e que demonstram similaridades no metabolismo de humanos e roedores.

Segundo Dutra et al (2007), A formação das Nitrosaminas pode ocorrer como consequência de alguns hábitos, tais como fumar e mascar tabaco. Ingesta de água não tratada, artigos de borracha, cosméticos, agrotóxicos e outros. Mas sua maior incidência está no preparo da alimentação, o processamento dos alimentos influenciam na quantidade de nitrosaminas formadas.

A Bactéria Helicobacter pylori (H Pylori) também é indicada por alguns estudos como um elemento de risco bem estabelecido, mas não é causa suficiente para a propagação do câncer;

Segundo a Associação Brasileira de Câncer Gástrico, A H Pylori possui capacidade de sobreviver em um dos ambientes mais inóspitos do nosso organismo, o estômago, que apresenta um meio extremamente ácido, com um pH inferior a 4. A acidez do estômago é um dos mecanismos de defesa do nosso organismo contra as bactérias que são ingeridas junto aos alimentos;

A bactéria produz substâncias que neutralizam os ácidos, formando uma espécie de nuvem protetora ao seu redor, permitindo que a mesma se locomova dentro do estômago até encontrar um ponto para se fixar.

O H.pylori consegue ultrapassar a barreira de muco que o estômago possui para se proteger da própria acidez, aderindo-se à mucosa, onde a acidez é bem menos intensa. Portanto, além de produzir substâncias contra a acidez, o H.pylori consegue penetrar no estômago até locais onde o ambiente é menos agressivo. Causando lesões no estômago e no duodeno.

Sistema de estadiamento do Câncer Gástrico


 É um método utilizado para detectar o nível de comprometimento e o avanço do câncer. Chamado de sistema TNM da American Joint Committee on Cancer;

O sistema utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer: o próprio tumor, os linfonodos regionais ao redor do tumor, e se o tumor se espalhou para outras partes do corpo.

TNM é abreviatura de tumor (T), linfonodo (N) e metástase (M):
Tumor (T) - acompanhado de um número (0 a 4) é usado para descrever o tumor primário, particularmente o seu tamanho.
Linfonodo (N) - representa os linfonodos regionais, e também é atribuído a ele um número (0 a 3), que indica se a doença disseminou para os gânglios linfáticos.
Metástase (M)- indica se a doença se espalhou para outras partes do corpo.


Tratamento Cirurgico

Cirurgia é o tratamento mais comum para todos os estágios do câncer de estômago.
Subdivide se em:
Gastrectomia subtotal
Remoção de parte do estômago que contém o câncer, linfonodos próximos, tecidos ou órgãos que possam estar acometidos pelo tumor.
Gastrectomia total:
Remoção de todo o estômago, os linfonodos próximos, parte do esôfago, duodeno e outros tecidos próximos ao tumor. O baço pode ser removido.
O esôfago é ligado ao intestino delgado para que o paciente possa continuar a comer e engolir.
Se o tumor está obstruindo o estômago, mas o câncer não pode ser completamente removido por cirurgia, pode se realizar a colocação de uma prótese (um tubo fino e expansível), realizado através de endoscopia, a fim de manter uma passagem para o alimento.

Radioterapia

        É um tratamento que utiliza tipos de radiação para matar células cancerígenas ou impedi-las de crescer. Existem dois tipos de radioterapia.
        A terapia de radiação externa, a mais comum, utiliza uma máquina para enviar radiação para o câncer.
       Na terapia de radiação interna (braquiterapia) a substância radioativa é colocada diretamente em contato com o tecido tumoral.
Quimioterapia

Quimioterapia 

       É um tratamento de câncer que usa medicamentos (remédios) para parar o crescimento das células cancerosas, matá-las ou impedi-las de se dividir. Quando a quimioterapia é tomada via oral ou injetada numa veia ou músculo, os fármacos entram na corrente sanguínea e podem atingir as células cancerosas por todo o corpo (quimioterapia sistêmica).
      Quando a quimioterapia é colocada diretamente na coluna vertebral, um órgão ou uma cavidade do corpo, como o abdômen, as drogas afetam principalmente as células do câncer nessas áreas (quimioterapia regional). A forma como a quimioterapia é dada depende do tipo e estágio do câncer a ser tratado.

Tratamento Fisioterapêutico

A assistência fisioterapêutica ao paciente oncológico deve ter início tanto no Pré como no Pós operatório Imediato a fim de reduzir complicações futuras e evitar alterações decorrentes da Imobilização prolongada Durante o período de internação; O enfoque é prevenir, minimizar e tratar complicações respiratórias, motoras e circulatórias em todas as etapas da doença.
           A Avaliação Neurológica, Cardíaca e Respiratória do Paciente Crítico é primordial para que o Fisioterapeuta possa identificar possíveis complicações músculo esquelética, Respiratória e alterações hemodinâmica e traçar a melhor conduta e tratamento do paciente.
Indicação:
Recursos de Eletroterapia para alivio da dor e analgesia;
Exercícios de Cinesioterapia motora é indicado tanto no pré como no pós operatório (24h após p.o);
A Deambulação do Paciente Pós Neo Gástrica é Indicada após 24h de Pós Operatório desde que o paciente não apresente Intercorrências
Contra indicações
Destaca se aos Pacientes que se encontrem Hemodinamicamente instável;
Paciente neurológico;
Referindo dor ou Pouco colaborativo


Referências
            ABREU, E. A Prevenção primária e a detecção do câncer de estômago. Cadernos de saúde pública, v.13. Rio de Janeiro. 1997;
            Associação brasileira de câncer gástrico: www.abcg.org.br acesso em: 20.08.2016;
            Câncer de Estômago: Hospital de Câncer de Barretos. www.hcancerbarretos.com.br/cancer-de-estomago Acesso em: 20.08.2016;
             Câncer gástrico do estomago.www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/gastrico-do-estomago: acesso em 21.08.2016;
            DUTRA, C. Nitrosaminas Voláteis em Alimentos: Alimentos e Nutrição Araraquara. Vol. 18. N 1. 2007;
             Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva: www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/estomago/definição acesso em: 20.08.16;
SANTOS, J. Et al. Nutrição no Câncer: Câncer Gástrico. Revista 2015.
THOMAZINI, C.  Et al. Infecção por Helicobacter Pylori e Câncer Gástrico: Frequência de cepas patogênicas cagA e vacA em pacientes com câncer gástrico. J Bras. Patol. Med. Lab. V. 42. N 1. Rio de Janeiro. 2006.




quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

FISIOTERAPIA INTENSIVA APLICADA À ATELECTASIA

FISIOTERAPIA INTENSIVA APLICADA À ATELECTASIA

Juliana Neves Ribeirom
Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva
Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES
Coordenador: Daniel Xavier
www.fisioterapiamanaus.com.br

    Classificada como uma doença pulmonar restritiva, a Atelectasia segundo PRESTO, 2010. É caracterizada pelo colapso parcial ou total do pulmão, ocasionando perda de volume pulmonar. Esta pode afetar qualquer área das Vias Aéreas (VA) desde brônquios principais até as menores unidades do parênquima pulmonar, os alvéolos.

    Sua etiologia é ampla, uma vez que, vários fatores podem levar a atelectasias, dentre eles estão: Imobilidade no leito, administração excessiva de oxigênio, compressão tumoral, derrame pleural, pneumotórax, acúmulo de secreções espessas (rolhas), aspiração de corpos estranhos (principalmente em crianças), pós-operatório torácico ou abdômen superior (presença de dor, ou insegurança do paciente em respirar).

    Em casos de obstrução súbita de VA ou restrições pulmonares, por qualquer um dos itens citados acima, os alvéolos apresentação maior dificuldade em ser ventilado o que ocasionará a retração do pulmão, fato que pode ocorrer em poucas horas, agravando-se na presença de inflamação, sendo assim o processo patológico interfere diretamente na complacência pulmonar, alterando a mecânica respiratória do paciente. Em, alguns casos o pulmão não afetado realiza da tentativa de compensação parcial do volume corrente, porém em casos graves o colapso pode tornar-se extenso e alterar fisiologicamente o diafragma, realizando a elevação da hemicúpula diafragmática do lado comprometido, outras alterações também poderão ser notadas através de exames de imagem como o raio-X, por exemplo: o desvio do mediastino ipsilateral.
   
  

    A atelectasia pode ser subdividida em:

Atelectasia por Obstrução: à obstrução da passagem do fluxo na VA, pode ser ocasionada por: tumores, secreção, corpo estranho, ou qualquer outra causa que dificulte ou interrompa a entrada do ar, o gás presente nos alvéolos abaixo do local obstruído se difundirão para os capilares por diferença pressórica e em seguida entrarão em colapso (atelectasia);

Atelectasia de Absorção: à administração excessiva de O2 (acima de 50%) aumenta a chance de anormalidades no pulmão pela aceleração da difusão dos gases, a junção de uma obstrução da VA, redução de volume corrente e altas ofertas de O2 aceleram o mecanismo de atelectasia por absorção;

Atelectasia Passiva: possui estreita relação com a produção de surfactante, com a diminuição da tensão superficial alveolar, a capacidade residual funcional será consequentemente afetada o que pode culminar em quadros de atelectasia passiva, alguns fatores podem contribuir para este quadro: restrição ao leito, utilização de sedativos, SDRA, dor torácica e abdominal;

Atelectasia compressiva: ocorre o aumento da pressão pleural o que tende a gerar a redução do volume e o comprometimento da VA, algumas patologias colaboram para este mecanismo como: derrame pleural e pneumotórax.

A identificação do tipo de atelectasia e o tamanho da área comprometida são importantes, já que, em casos de grande extensão o paciente apresentará ausência total de ventilação que podem resultar em hipoxemia grave, esta ocorre pelo desequilíbrio da relação V/Q e pelo shunt. Como consequência a atelectasia pode gerar a instalação de Insuficiência Respiratória Aguda (IrespA) do tipo I (hipoxêmica), e podem ser refratárias ao uso de O2 como na SDRA.

    O tratamento fisioterapêutico deve ser especifico para cada tipo de atelectasia, traçando objetivos e condutas de acordo com a sintomatologia clinica apresentada pelo paciente, técnicas de Expansão pulmonar e higiene brônquica são comuns na maioria dos procedimentos adotados, a aplicação de pressão positiva através da ventilação mecânica invasiva possui grau de recomendação B, sendo comumente adotada principalmente em UTI. A ventilação mecânica não invasiva atua também no fornecimento de pressão positiva nas VA, através de modalidades como o CPAP e o BIPAP. Exercícios respiratórios ativos são extremamente benéficos, principalmente na fase inicial, como: sustentação inspiratória máxima, estímulos de tosse, entre outros.

É fundamental que o quadro clínico do paciente não seja agravado por negligência profissional, a avaliação do paciente deve ser minuciosa com o intuito de diagnosticar e reverter a patologia o mais breve possível, ter conhecimento de técnicas e ventilação mecânica fazem a diferença no sucesso do tratamento.

Referências:
CUNHA, C.S. TOLEDO, R.V. Atuação da fisioterapia na reversão de atelectasias: Um relato de caso na unidade de terapia intensiva. Cadernos UniFOA. 2007.
JERRE. G. et al. Fisioterapia no paciente sob ventilação mecânica. J. Bras. Pneumol. Vol. 33, São Paulo, 2007.
ABCMED, 2013. Atelectasia pulmonar: o que é isso?. Disponível em: . Acesso em: 24 nov. 2016.
;Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica. AMIB e SBPT, 2013.
PRESTO, B. Fisioterapia Respiratória. Rio de Janeiro:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

ASMA

ASMA



    Pós graduanda: MARIANA PARÁ
    Coordenador: Daniel Xavier @intensivistaxavier

É  uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo.

A asma incide em qualquer idade com predomínio na infância e adolescência, no entanto, ela  atinge 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As mulheres são as mais acometidas pela doença: cerca de 3,9 milhões delas afirmaram ter diagnóstico da enfermidade contra 2,4 milhões de homens, ou seja, prevalência de 39% a mais entre o sexo feminino.

A asma a inflamação brônquica, resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias, mediadores externos e células estruturais das vias aéreas. Ela está presente em todos os pacientes asmáticos, inclusive naqueles com asma de início recente, nas formas leves da doença e mesmo entre os assintomáticos.  A mucosa brônquica inflamada torna-se hiper-reativa a diversos estímulos, sejam eles alérgicos ou não.

Antes de falar sobre tratamento, é importante lembrar que a asma é uma doença variável, ela varia de asmático para asmático e varia também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. Por isso, o tratamento da asma deve ser individualizado, isto é, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro. Ou um mesmo tratamento pode ter sua dose modificada conforme a necessidade. Por isso, o tratamento deve ser orientado pelo médico.

A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação: (1) medicação chamada controladora ou de manutenção que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma e, (2) medicação de alívio ou de resgate que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma.

As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios. As principais medicações controladoras são os corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada. As medicações controladoras diminuem o risco de crises de asma e evitam a perda futura da  capacidade respiratória. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 
A Fisioterapia é um grande aliado no tratamento da asma, auxiliando na redução da intensidade e frequência dos episódios agudos através da busca do reequilíbrio físico e mental contribuindo para a sua recuperação e reabilitação.

A avaliação e o tratamento fisioterapêutico do paciente com asma é baseado na situação clínica do momento. Dentre os principais pontos a serem considerados na avaliação, devem-se determinar o padrão ventilatório e a expansibilidade torácica, investigar a presença ou acúmulo de secreções brônquicas, observar os distúrbios posturais e investigar a qualidade de vida. Com os dados clínicos, pode-se traçar um plano de tratamento adequado para cada paciente.

                                                                            Na UTI:
 
Segundo as DIRETRIZES BRASILEIRAS de VENTILAÇÃO MECÂNICA 2013 sugere que o ventilador mecânico utilize os seguintes parâmetros:
 Modalidade: PCV ou VCV;
  Volume corrente: 6 ml/kg peso predito (inicialmente);
  Pressão inspiratória máxima: < 50cmH2 O;
 Pressão de platô: < 35cmH2 O;
 Auto-PEEP: < 15cmH2 0
 Frequência respiratória: 8-12/min.
 Fluxo: necessário para manter tempo expiratório suficiente para terminar expiração; 60-100L/min (VCV); Livre (PCV)
 FiO2 : Necessário para manter SpO2 >92%; PaO2 >60mmHg
 PEEP: baixa (3-5cmH2 O); em casos selecionados e com monitorização adequada a PEEP pode ser usada em valores superiores pelo efeito mecânico em abrir as pequenas vias aéreas

                   MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE E REDUÇÃO DE HIPERINSUFLAÇÃO
 
Recomendação: Os pacientes asmáticos em ventilação mecânica devem ser monitorizados periodicamente com o objetivo de identificar hiperinsuflação alveolar (pressão de platô e a PEEP intrínseca) e cálculo da resistência de vias aéreas. A pressão de pico não é uma medida representativa de hiperinsuflação alveolar.

Recomendação: Utilizar VC de 5-6 ml/kg peso predito. Em casos de hiperinsuflação refratárias às medidas convencionais, considerar volumes inferiores a 5ml/Kg e f mais baixas (10-12 rpm) visando evitar hiperinsuflação alveolar. Esta estratégia poderá levar a hipercapnia, que deve ser monitorizada para se manter PaCO2 < 80 mmHg e pH > 7,20. (hipercapnia permissiva)
 Sugestão: Pode-se utilizar PEEP, como estratégia de redução da hiperinsuflação alveolar. Nesse caso, sugere-se ventilar o paciente em PCV com Pressão de Distensão≤ 15 cm H2 O. Ao se aumentar a PEEP, se ocorrer aumento do volume expiratório, isto sugere redução da hiperinsuflação alveolar ou desinsuflação.

 Recomendação: Monitorizar a mecânica ventilatória em caso de instabilidade hemodinâmica  visando identificar se há auto-PEEP, a fim de reajustar parâmetros para melhora da hemodinâmica.
  Recomendação: Solicitar radiografia de tórax em caso de instabilidade hemodinâmica , pelo risco de pneumotórax.
                                                               

 Recomendação: A retirada da ventilação deve ser iniciada tão logo haja controle do broncoespasmo e da hiperinsuflação alveolar.
 Sugestão: O paciente asmático pode ser extubado sob sedação leve.
 Sugestão: Em casos de dificuldade de progredir o desmame ventilatório, avaliar possibilidade de fraqueza da musculatura ventilatória por polineuropatia associada ao uso de corticoide e curare.
                                                                CONDUTAS:       
1. Manobras de Higiene Brônquica:
  -Drenagem Postural;
 -Percussão e Vibração ;

2. Terapia de Expansão Pulmonar:
 - CPAP/ Bilevel
3. Aspiração
                                                                Na Enfermaria:
  - Durante as crises é importante orientar postura adequada, técnica para respiração e, sobretudo tentar amenizar a ansiedade.
 -Durante a crise não se deve tentar modificar o ritmo respiratório ou aplicar técnicas para expectorar, pois existe o perigo de agravar o broncoespasmo.
-Imediatamente após a crise, quando há melhora do broncoespasmo, a tosse começa a ser produtiva. Logo, precisamos insistir no controle da respiração, diminuindo a frequência e prolongando o tempo expiratório. Devemos ainda, facilitar a eliminação de secreções e em alguns casos, massagem de relaxamento (cervical e cintura escapular) pode ajudar.
  - A Fisioterapia ainda poderá contar com recursos terapêuticos tais como, uso de pressão positiva (CPAP e Bilevel; ventilação não invasiva) e fluidificadores. Além disso, o posicionamento no leito, manobras de deslocamento brônquico e desinsuflativas são de vital importância.(Técnica de Expiração Forçada- TEF; flutter; Tosse Dirigida, Espirometria de Incentivo)
                                                                   Ambulatorial:
1.Terapias Posturais
     -Reeducação Postural Global (RPG)
     -Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA)
2. Treinamento Muscular Inspiratório (TMI)
Dentre as técnicas existentes, destacam-se a Inspiração com carga alinear pressórica (Inflex®e Pflex®) e a Inspiração com carga linear pressórica (Threshold®).
3. Orientar o paciente quanto a ansiedade.






















                                                                                                                        

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

ANALGESIA NA UTI



ANALGESIA NA UTI

 Pós graduanda em terapia intensiva: ERIKA SOUZA
Coordenador da pós graduação em terapia intensiva Iapes: Daniel Xavier (@intensivistaxavier).

A analgesia pode ser definida como o alivio ou supressão da dor (experiência sensorial e emocional desagradável) associada a lesão tecidual real ou potencial. Muitos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentam dor. A administração de analgésicos e sedativos é crucial para o conforto do paciente e para reduzir o estresse, bem como para prevenir o atraso na recuperação e desmame do ventilador.
Geralmente as grandes causas da dor em pacientes de UTI são: Aspiração traqueal, mudança de decúbito, curativo, tubo traqueal, trauma, lesão cirúrgica, queimadura, sonda nasogastrica, cateter centra e arterial, drenos, escaras, punção venosa ou arterial e faixas para restrição dos membros.
Os profissionais que atuam nesta área têm uma grande dificuldade em relação ao controle da dor. Uma vez que, na maioria dos casos, os pacientes se encontram sedados, dificultando assim a avaliação. As escalas de avaliação podem ajudar na eficácia desse processo, que por sua vez irão refletir nas intervenções.
Cada paciente tem sua particularidade, ou se encontra em níveis de consciência diferente, assim se vê a necessidade de aplicar a cada indivíduo uma escala de avaliação conforme sua capacidade de responder ao estímulo que se espera a partir do método escolhido. Verbalizando ou não, o paciente é o único que pode medir sua verdadeira dor, desse modo, entende-se que as escalas surgem com a finalidade de otimizar o processo de avaliação.
Existem várias escalas de avaliação para dor, porém a escala de dor Ramsey e Behavioral Pain Scale (BPS) é fácil de ser utilizada e é aplicável para avaliar a dor de pacientes sedados e/ou em ventilação mecânica.
Na terapia intensiva o uso da escala é limitada pelo fato de os pacientes geralmente estarem em grandes quantidades de sedativos que podem interferir na resposta do paciente. No entanto é possível que a dor se manifeste através de outras maneiras como por exemplo a elevação da pressão arterial.
Os métodos de analgesia podem agir em diferentes pontos das vias da dor, reduzindo a ativação de nociceptores ou passagem do estímulo, ativando as vias inibitórias e alterando a percepção da dor. Opioides, benzodiazepínicos e propofol são os medicamentos básicos para dar conforto ao paciente e facilitar a ventilação mecânica.
A Society of Critical Care Medicine publicou, em 2002, suas Diretrizes para sedação e analgesia em adultos em terapia intensiva. Entre suas recomendações, as diretrizes de 2002 estabeleceram um alvo de sedação que deveria ser reavaliado regularmente para cada paciente individualmente com o uso sistemático de uma escala validada de sedação. Quanto ao uso de sedativos, ela recomendava o uso de benzodiazepínicos como primeira escolha, especificamente do lorazepam. Segundo as diretrizes, deve ser utilizado midazolam para pacientes com agitação aguda e apenas por período curto de tempo (entre 48 e 72 horas). Após esse período, recomenda-se o uso de lorazepam para sedação endovenosa contínua ou intermitente. Foi sugerido o uso de propofol para pacientes neurocirúrgicos ou em outras situações em que fosse desejável um despertar rápido. A dexmedetomidina só foi rapidamente mencionada sem que se pudesse fazer qualquer recomendação para seu uso em razão de que, nessa ocasião, não havia estudos importantes em pacientes criticamente enfermos.
Já o eCASH (Early Comfort using Analgesia, minimal Sedatives and maximal Humane care, 2016) criado por um grupo de médicos intensivistas da universidade de Bruxelas desenvolveu diretrizes de abordagem integrada e adaptável de analgesia, sedação e cuidados, de início precoce no manejo de pacientes críticos e segue os seguintes princípios:
Ênfase na implementação precoce. O tempo de início do protocolo é o conceito central na abordagem, seguindo a máxima: “quanto mais cedo nos preocuparmos com a sedação, melhores serão os desfechos”;
Generalização: Trata-se de um protocolo aplicável a todos os pacientes críticos;
Promoção e facilitação do cuidado centrado no paciente.
Com a implementação do eCASH, se a analgesia e sedação leve não resultarem em um paciente calmo e cooperativo, a causa da falha deve ser identificada e corrigida, antes de considerarmos a sedação profunda.
Uma sedação leve e superficial passa pela escolha do sedativo. Cada vez mais os benzodiazepínicos estão sendo desencorajados como primeira linha de tratamento, devido ao seu efeito prolongado e capacidade de impregnação, sendo preferíveis sedativos de curta ação e de fácil titulação, como o propofol e a dexmedetomidina. A sedação utilizando a dexmedetomidina como primeira escolha, por exemplo, quando compara ao midazolam, revelou menor risco de delirium, menor tempo de ventilação mecânica e menor tempo de internação. Benzodiazepínicos podem ser reservados para indicações restritas, como: amnesia durante procedimentos; convulsões; agitação intratável; abstinência alcoólica; tratamento paliativo; e patologias graves do sistema nervoso central. Quanto utilizados, deve-se preferir seu uso intermitente do que por infusão contínua, o que parece estar associado a menor incidência de delirium.

Referências Bibliográficas:
http://pebmed.com.br/2016/05/30/ecash-atualizacao-analgesia-sedacao-conduta-medica-terapia-intensiva-2/ acesso em 19/01/17 ás 18:00.
Jean-Louis Vincent et al. Comfort and patient-centred care
without excessive sedation: the eCASH concept. Intensive Care Med (2016) 42:962–971. DOI: 10.1007/s00134-016-4297-4.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

ÍNDICE DE FALÊNCIA NA EXTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UMA UTI ONCOLÓGICA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: FATORES DETERMINANTES.



ÍNDICE DE FALÊNCIA NA EXTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UMA UTI ONCOLÓGICA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: FATORES DETERMINANTES.

Marcelo Lima da Silva1; Juliana de Oliveira Santos²; Minelvina Amorim²; Maria Dinorah Henrique dos Santos2; Daniel Salgado Xavier3.
¹Estudante do curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO;
E-mail: marcelolima199015@hotmail.com ²Pós graduados em Fisioterapia Intensiva – IAPES; ³Fisioterapeuta da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas – FCECON.

A ventilação mecânica (VM), a intubação e extubação são procedimentos rotineiros na unidade de tratamento intensivo e que exigem atenção especial da equipe interdisciplinar, uma vez que o seu manejo inadequado pode aumentar o tempo de internação, elevar os custos hospitalares e impactar diretamente sobre a mortalidade e morbidade em pacientes oncológicos. Justificativa: Necessidade de adequar a terapêutica índices preditivos para a extubação, reduzindo desta maneira a taxa de reintubação e com isso reduzir a taxa de mortalidade e morbidade dentro da Unidade de tratamento intensivo oncológico. Objetivos geral e específico: Identificar e analisar os índices de falência na extubação orotraqueal e fatores determinantes em uma UTI oncológica na Amazônia ocidental. Metodologia: O estudo foi descritivo, quantitativo, seguido de estudo de coorte prospectivo, onde foram realizados seis meses de levantamento e análise de dados. Resultado: Ao final do período de pesquisa os resultados puderam sugerir a utilização de índices preditivos como uma maneira de reduzir as taxas de reintubação e padronizar as condutas da equipe interdisciplinar, colaborando desta maneira para uma tomada de decisão mais segura no que tange a extubação oro traqueal. Conclusão: Diante do estudo e dos resultados obtidos, ficou evidente a eficácia do protocolo de desmame ventilatório (IDV) – Ferrari e Tadine em comparação ao não uso do mesmo no processo de extubação oro traqueal.
Palavras-chave: Unidades de Terapia Intensiva;Oncologia; Ventilação mecânica


Introdução
O diagnóstico de neoplasia parece ser um agravante para admissão do paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em estudo francês que avaliou a admissão de pacientes oncológicos na UTI, verificou-se que 49% são recusados por apresentarem a doença (THIERY, 2005; AMENDOLA et al, 2006).
No entanto, segundo Albergaria (2007) apud Xavier (2012), uma UTI de Hospital Oncológico guarda características próprias em relação às UTI’s gerais, pois permite admissão de pacientes que não teriam espaço em outras unidades por questões éticas e necessidade constante de rotatividade pela falta de vagas. Muitos dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) necessitam de suporte ventilatório.
A ventilação mecânica (VM) e intubação são procedimentos rotineiros em UTI’s. Mesmo assim, alguns estudos demonstraram que a ventilação mecânica (VM) oferece grandes riscos ao paciente, o que leva o aumento do tempo da mesma, maior tempo de internação, altos custos hospitalares, maior chance de traqueostomia e maiores riscos de morbimortalidade. (GONÇALVES et al, 2007; HAHN, 2011; SAVI, 2012).
Segundo Reis et al (2013) na maioria dos pacientes a retirada da ventilação mecânica (VM) ocorre com sucesso, mas uma proporção desses apresenta falência de extubação, ou seja, há necessidade de reintubação após 24-72 horas da retirada do tubo oro traqueal (TOT). Deste modo, é importante à utilização de protocolos desde o desmame até o momento da extubação, pois estes são elaborados para que o desmame da ventilação mecânica (VM) seja realizada de forma mais segura, eliminando os possíveis fatores que levariam a complicações e posteriormente a falha da extubação, evitando assim o aumento das morbimortalidades (PAREDES, 2013).
O Teste de Respiração Espontânea (TER) é utilizado para verificar a tolerância do paciente à respiração espontânea por 30 minutos a 2 horas. Pode ser realizado com a pressão de suporte (PS) de 6 a 7 cmH2O, em pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) de 5 cmH2O ou respiração espontânea por tubo T, recebendo apenas oxigênio (RIBEIRO et al, 2013).
O Índice de Desmame Ventilatório (IDV) Ferrari-Tadine (2004), tendo como base a análise multifatorial no desmame da ventilação mecânica (VM), mensurando, criteriosamente, os parâmetros: escala de Glasgow, volume corrente, fração inspiratória de oxigênio (FIO2), frequência respiratória, saturação de oxigênio (O2), pressão parcial de gás carbônico (PaCO2), pressão parcial de oxigênio (PaO2), pressão inspiratória máxima, pressão suporte e idade, dando uma pontuação de 1 a 3 para cada um, tem-se por fim uma pontuação, sendo enquadrada na Classe Pontuação Prognóstico, dividida em: Classe I, de 27-30 pontos, extubação indicada; Classe II, 23-26 pontos, extubação favorável; Classe III, 20-22 pontos, extubação desfavorável; e Classe IV, < 19, extubação contraindicada (RIKER & XAVIER, 2012). Objetivos geral e especifico: Identificar e analisar os índices de falência na extubação orotraqueal e fatores determinantes em uma UTI oncológica na Amazônia ocidental.

Metodologia

Estudo transversal, descritivo e prospectivo em seres humanos, onde o sujeito pesquisado foi acompanhado por um período de 48 horas incluindo aos fins de semana, tempo este que determinou o sucesso ou a falha no processo de extubação do tubo oro traqueal (TOT),foram incluídos no estudo, indivíduos em ventilação mecânica (VM) intubados com tubo oro traqueal (TOT) por tempo superior ou igual a 24 horas, submetidos ao processo de extubação após obtenção de sucesso no teste de respiração espontânea (TRE), depois do aval da equipe.
Foram excluídos indivíduos traqueostomizados, instáveis hemodinamicamente (clínica desfavorável), pacientes em desmame difícil, que foram submetidos ao índice de desmame ventilatório (IDV) e falharam durante o procedimento do mesmo. O local do estudo foi Fundação Cecon,a População do estudo foram os pacientes de ambos os sexos internados na uti da Fundação Cecon submetido a ventilação mecânica invasiva (VMI). Cálculo da amostra: O estudo foi dividido em duas partes: a primeira tratou da descrição pormenorizada através da coleta de dados; a segunda, apresentou as comparações entre as variáveis avaliadas e instrumentos aplicados, visando à generalização de resultados obtidos a partir de uma amostra, para a população em geral, quando possível.
Projeto aprovado conforme parecer: 47054215.5.0000.0004.

Resultados e Discussão
O projeto teve duração de onze meses 01.08.2015 a 31.07.2016, o número total de extubações foram de 89 pacientes, destes, 77 pacientes foram submetidos ao protocolo de desmame utilizando o (IDV) e extubados por fisioterapeutas e 12 pacientes foram extubados por outra categoria de profissional da área da saúde sem o uso do (IDV). dos 77 pacientes extubados por fisioterapeutas, 13 pacientes evoluíram com falha, ou seja, foi necessário reentubação dos mesmos no prazo de tempo inferior a 48 horas, tendo o sucesso em 64 pacientes. Os 12 pacientes extubados por outros profissionais da área de saúde sem o uso do (IDV), obtiveram 8 pacientes extubados com sucesso, tendo 4 pacientes que evoluíram com falha após a extubação.
Conclusão
Diante do estudo proposto e dos resultados obtidos, fica evidente a eficácia do protocolo de desmame ventilatório (IDV) – Ferrari e Tadine em comparação ao não uso do mesmo no processo de extubação oro traqueal.
Agradecimentos
Agradeço a Fapeam, que financiou essa pesquisa, ao Departamento de Ensino e Pesquisa da Fundação Cecon (DEP) que me suporte para terminar este trabalho, a Prof: Rachel Galli Especialista em Gerontologia e mestrando em Ciência da Educação. Doutora em Imunologia Básica e Aplicada Valquiria do Carmo Alves Martins e aos meus colaboradores.

Referências
1 THIERY, E.; AZOULAY, E.; DARMON, M., et al. Outcome of cancer patients considered for intensive care unit admission: A hospital wide prospective study. J Clin Oncol, 2005, v. 23, n.19, 4406-13.
2 GONÇALVES, J. Q. et al. Características do processo de desmame da ventilação mecânica em hospitais do Distrito Federal. Rev. bras. ter. intensiva, Mar 2007, vol.19, no.1, p.38-43.
3 ALBERGARIA, D. M. Perfil de clientes internados na unidade de terapia intensiva de um hospital oncológico. Revista Científica da Faminas. Muriaé; 2007; v.3, n.1, sup. 1, p.63.
4 HAHN, C. E. B. Índice de respiração rápida e superficial como preditor de sucesso de extubação da ventilação mecânica invasiva: avaliação em uma população geral de pacientes críticos e subdivididos em diferentes comorbidades. 2011. 67 f. [dissertação de mestrado]. Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2011.
5 SAVI, Augusto. Preditores de desmame da extubação. 2012. 115 f. [Tese de Doutorado]. Programa de Pós-graduação em Medicina: Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, 2012.
6 REIS, H. F. C. et al. A falência da extubação influencia desfechos clínicos e funcionais em pacientes com traumatismo cranioencefálico. J. bras. Pneumol., São Paulo ,  v. 39, n. 3, p. 330-338, Jun. 2013. Disponível em: . Acesso em: 27 Abr. 2015.
7 PAREDES, E. R.; NAVILLI JUNIOR, V.; OLIVEIRA, A. C. T. de. Protocolo de prevenção de falha de extubação como estratégia para evitar as complicações da reintubação precoce. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 10, n. 19, 2013.
8 RIBEIRO, S.; GONTIJO, V. P.; DIAS, K. S.; FERNANDES, C.; MECANICA, D. V. Falhas Terapêuticas e Desmame Prolongado. Profisio, v. 4, p. 11-38, 2013.
9 FERRARI, D.; TADINE, R. Índice de desmame ventilatório: IDV Ferrari-tadini. 2004. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2015.
10 RIKER, L. P. L, XAVIER L. Índices preditivos utilizados para o desmame ventilatório na Unidade de Terapia Intensiva (UTI): um estudo sistemático sobre Índice de Tobin e Índice de Desmame Ventilatório (IDV). 2012. Disponível em

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Fisioterapia Auxilia Mulheres nas Mudanças Corporais após Câncer de Mama

 Fisioterapia Auxilia Mulheres nas Mudanças Corporais após Câncer de Mama 

Autor: @intensivistaxavier


Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Amazonas, durante todo o ano de 2014, devem ser registrados 390 novos casos de câncer de mama, sendo a maioria na capital. O câncer de mama é a maior causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos.

A retirada da mama pode ser uma das opções de tratamento para mulheres vítimas de câncer de mama. Depois do procedimento, começa uma nova etapa para a paciente: a de recuperação dos movimentos, que nessa fase, encontra a fisioterapia como principal aliada para garantir a qualidade de vida.

De acordo com o fisioterapeuta doutor Daniel Xavier, a paciente submetida ao tratamento cirúrgico do câncer de mama terá que conviver com as mudanças de postura causadas pela retirada do seio, como dor e restrição ao movimentar o ombro, inchaço do braço (linfedema) e a falta de sensibilidade na parte superior e interna do braço.

“Após a cirurgia, a mulher passa a ter uma nova realidade de seu esquema corporal devido a importantes alterações que com frequência são geradas pela dor, fraqueza muscular e modificação na imagem corporal. A fisioterapia ajuda a mulher a enfrentar as mudanças causadas pela retirada do seio”, disse.

De modo geral, Daniel Xavier explica que o fisioterapeuta pode intervir desempenhando um papel importante na prevenção de sequelas, fazendo parte integrante da equipe multidisciplinar no acompanhamento da recuperação destas mulheres. “Atualmente, a fisioterapia está incluída no planejamento da assistência para a reabilitação física no período pré e pós-operatório do câncer de mama”, afirmou.

A mastectomia radical modificada, principalmente acompanhada de radioterapia, pode determinar complicações físicas, imediatas ou tardias, tais como limitação da amplitude de movimento (ADM) do ombro e do cotovelo, linfedema, fraqueza muscular, infecção e dor, que colocam em risco o desempenho das atividades de vida diária e dos papéis da mulher mastectomizada. “Com a fisioterapia, as mulheres são orientadas quanto à postura que irão adquirir no pós-cirúrgico e a importância da aderência à reabilitação”, ressaltou.

Para Daniel, quanto mais precoce forem orientados os exercícios, mais rapidamente a mulher responderá ao tratamento. “A amplitude de movimentos deve ser alcançada no menor espaço de tempo possível, levando-se sempre em conta as dificuldades individuais de cada paciente”, disse.

Ele destaca que as pacientes submetidas ao tratamento fisioterápico diminuem seu tempo de recuperação e retornam mais rapidamente às suas atividades cotidianas, ocupacionais e desportivas, readquirindo amplitude em seus movimentos, força, boa postura, coordenação, autoestima e, principalmente, minimizando as possíveis complicações pós-operatórias e aumentando a qualidade de vida.

“A fisioterapia desempenha um papel fundamental nesta nova etapa da vida da mulher operada, pois além de significar um conjunto de possibilidades terapêuticas físicas passíveis de intervir desde a mais precoce recuperação funcional, até a profilaxia das sequelas, além de diminuir o tempo de recuperação, com retorno mais rápido às atividades cotidianas e ocupacionais, colaborando com sua reintegração à sociedade, sem limitações funcionais”, afirmou.

Segundo caso mais comum no País

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.

No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.

www.fisioterapiamanaus.com.br


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Nova realidade: a fisioterapia no combate ao câncer

Nova realidade: a fisioterapia no combate ao câncer

Por: @intensivistaxavier


Após onze anos de experiência profissional presenciando muitas histórias tristes e outras vitoriosas, o médico oncologista Daniel Peixoto virou paciente. Em 2012, o doutor fez o exame que detectou câncer de bexiga. Autor de um livro referência na área – “O papel da fisioterapia no combate ao câncer” -, Daniel Xavier era um fumante incorrigível.

“Foi difícil. É sempre difícil para qualquer um. Nessa hora li meu livro. Foi valioso relembrar aqueles exemplos de superação, daqueles pacientes guerreiros que nunca reclamaram. Quando passamos por isso precisamos de uma força para suportar o baque”, revela o dr. Daniel.

De acordo com o site “Clube do livro”, a obra assinada pelo médico é o livro especializado mais vendido da atualidade. Daniel, 35, acredita que o sucesso do livro se deva a pouca literatura disponível na área, mas lembra que o mesmo não é destinado apenas aos especialistas. “É um livro de apoio para o acadêmico da área de Saúde, em especial os fisioterapeutas. Entretanto, tem uma linguagem relativamente simples. Quem está passando por esse problema agora compreende muito do conteúdo”, explica.

Crescimento

O número de pessoas com câncer cresce exponencialmente em todo o mundo. Para os especialistas, esse é um processo natural, primeiro pelo avanço da ciência que tornou possível detectar a doença com precisão, segundo porque hoje se vive mais, e o câncer é uma doença típica da velhice.
Para Daniel Xavier, existe um alarde a respeito da doença. “Tem muita coisa inverídica sobre o câncer. Virou o bicho papão da vez. Então, cuidado que o câncer vai te pegar! Não é por aí, só precisamos ter um modo de vida saudável, fazer os check-ups regularmente e nunca fumar”, recomenda.

Papel importante

Associar a doença à morte é uma idéia ultrapassada. Hoje, cura-se muito mais o câncer, principalmente quando o mesmo é detectado cedo. A nova realidade desafia a fisioterapia, que deve atuar desde o pré até o pós-operatório. O objetivo é manter, preservar e garantir a qualidade de vida dos pacientes. “Devemos capacitá-los para que sejam reinseridos no seu contexto de trabalho e social com o mínimo de limitações”, afirma o dr. Daniel.
Dona Maria das Graças precisou retirar a mama direita em 2011 por conta de um câncer. A aposentada acredita que sua fé foi fundamental para vencer a doença. Ela também reconhece que o trabalho do seu fisioterapeuta, que no caso também é seu genro, permitiu uma melhor qualidade de vida pós-cirurgia. “Eu fiz exercícios com o Alexandre (José Alexandre Almeida), também as massagens e hoje estou normal, não tenho restrições quanto aos meus movimentos. Posso fazer tudo que fazia antes da cirurgia”, garante dona Maria.

Números

2,2mil Casos de câncer em Manaus nos últimos dois anos, segundo a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Fcecon). Dr. Daniel Xavier, fisioterapeuta da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), diz que a doença desafia a fisioterapia, que deve estar no pré e no pós-operatório, sempre.

Fonte: A Crítica

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Câncer infantil: Fique atento aos sintomas


Câncer infantil: Fique atento aos sintomas

Por Daniel Xavier

@intensivistaxavier



Em 2008, a Lei nº 11.650 instituiu o dia 23 de Novembro como Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil. Entre os principais objetivos que culminaram na criação dessa data estão estímulo a ações educativas e preventivas associadas à doença, promoção de debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer.


É um tema importante a se abordar, pois os dados são preocupantes, mas mostram esperança. Segundo números divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima-se que 70% das crianças com câncer possam ser curadas quando ocorre o diagnóstico precoce.


A cada ano, são estimados mais de 9 mil novos casos de câncer infanto-juvenil, configurando a segunda causa de mortalidade proporcional entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. O mais importante a dizer sobre o assunto é que os pais devem estar atentos aos sintomas.


Além de atuar como voluntário no Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc) em Manaus, nos próximos meses também estarei desenvolvendo a pesquisa “A prática da atividade física e da reabilitação oncofuncional como parte integrante do processo de reinclusão social e incremento da qualidade de vida em crianças portadoras de neoplasias", que procura agregar duas das maiores áreas relacionada à saúde, reabilitação e ao bem estar: os fisioterapeutas oncofuncionais e os educadores físicos.


A fisioterapia é fundamental para o paciente infantil, pois melhora a capacidade de movimento das crianças. O trabalho ajuda para a retomada das atividades da vida diária deles, respeitando as dificuldades que eles ainda possuem por conta do tratamento.


É configurado como câncer infantil um grupo de doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, a qual pode ocorrer em qualquer local do organismo. Entre os tipos mais comuns da doença nessa faixa etária estão leucemia, tumores do sistema nervoso central e linfomas.


Enquanto nos adultos a doença afeta, em geral, as células do epitélio, que recobrem os diferentes órgãos (é o caso do câncer de mama e o de pulmão), nas crianças são mais comumente atacadas as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Além disso, enquanto em adultos a doença se relaciona com fatores externos, como, por exemplo, o fumo, nas crianças não existe essa evidência. Assim, a prevenção torna-se ainda mais complicada e o foco volta-se de vez para o diagnóstico precoce e o tratamento.


É importante, portanto, estar atento ao aparecimento de sintomas que podem ser sinais da doença. Quanto mais cedo for a procura pelo tratamento médico, maiores serão as chances de cura.


Procure um especialista caso seu filho apresente:
• Perda de peso;
• Manchas roxas e sangramento pelo corpo, sem machucados;
• Vômitos acompanhados de dor de cabeça, diminuição da visão ou perda de equilíbrio;
• Caroço em qualquer parte do corpo, principalmente na barriga;
• Palidez;
• Febre prolongada, sem causa identificada;
• Dores nos ossos e nas juntas, com ou sem inchaços;
• Crescimento do olho, podendo estar acompanhado de mancha roxa no local.


Lembre-se de que o tratamento do câncer começa com um diagnóstico correto. Ao avaliar o caso da criança, o médico solicitará os exames laboratoriais e de imagem necessários para avaliar o estado de saúde do paciente e identificar o problema.

O Site da Fisioterapia em Manaus