sexta-feira, 29 de julho de 2016

ÍNDICE DE FALÊNCIA NA EXTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UMA UTI ONCOLÓGICA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: FATORES DETERMINANTES.

ÍNDICE DE FALÊNCIA NA EXTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EM UMA UTI ONCOLÓGICA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: FATORES DETERMINANTES.

Marcelo Lima da Silva1; Juliana de Oliveira Santos²; Minelvina Amorim²; Maria Dinorah Henrique dos Santos2; Daniel  Xavier3.
¹Estudante do curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO;
E-mail: marcelolima199015@hotmail.com ²Pós graduados em Fisioterapia Intensiva – IAPES; ³Fisioterapeuta e pesquisador da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas – FCECON.


Resumo
A ventilação mecânica (VM), a intubação e extubação são procedimentos rotineiros em UTI que oferecem grandes riscos ao paciente, o que leva ao maior tempo de internação, altos custos hospitalares, maior chance de traqueostomia e maiores riscos de mortalidade, esses procedimentos podem cursar ao sucesso ou a falência na extubação. Justificativa: A Ventilação Mecânica (VM) é instrumento mais utilizado para suporte de vida em uma Unidade de Terapia Intensiva. Mesmo sendo uma intervenção de suma importância, pode gerar vários efeitos adversos, podendo elevar a morbimortalidade de pacientes graves, sendo assim, é necessário diminuir o tempo no qual o paciente está sob ventilação artificial invasiva, visando que mais precocemente a ventilação espontânea seja restituída. Objetivos geral e específico: Identificar e analisar os índices de falência na extubação orotraqueal e fatores determinantes em uma UTI oncológica na Amazônia ocidental. Metodologia: O estudo foi descritivo, quantitativo, seguido de estudo de coorte prospectivo, onde foram realizados seis meses de levantamento e análise de dados. O objetivo do estudo foi identificar e analisar os índices de falência na extubação orotraqueal em uma UTI Oncológica. Obter sua incidência e identificar os fatores associados a esta, é impactante na medida em que trouxer dados significativos no sentido de minimizar os riscos do processo de reintubação orotraqueal e reduzir o índice de pacientes criticamente enfermos internados na UTI, visando à prevenção das complicações da reintubação precoce. Resultado: Ao final do período de pesquisa os resultados puderam comprovar a eficácia surpreendente do (IDV) de Ferrari e Tadine. Conclusão: Diante do estudo e dos resultados obtidos, ficou evidente a eficácia do protocolo de desmame ventilatório (IDV) – Ferrari e Tadine em comparação ao não uso do mesmo no processo de extubação oro traqueal.
Palavras-chave: Unidades de Terapia Intensiva; Extubação; Respiração Artificial.

Introdução

O diagnóstico de neoplasia parece ser um agravante para admissão do paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em estudo francês que avaliou a admissão de pacientes oncológicos na UTI, verificou-se que 49% são recusados por apresentarem a doença (THIERY, 2005; AMENDOLA et al, 2006).
No entanto, segundo Albergaria (2007) apud Xavier (2012), uma UTI de Hospital Oncológico guarda características próprias em relação às UTI’s gerais, pois permite admissão de pacientes que não teriam espaço em outras unidades por questões éticas e necessidade constante de rotatividade pela falta de vagas. Muitos dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) necessitam de suporte ventilatório.
A ventilação mecânica (VM) e intubação são procedimentos rotineiros em UTI’s. Mesmo assim, alguns estudos demonstraram que a ventilação mecânica (VM) oferece grandes riscos ao paciente, o que leva o aumento do tempo da mesma, maior tempo de internação, altos custos hospitalares, maior chance de traqueostomia e maiores riscos de morbimortalidade. (GONÇALVES et al, 2007; HAHN, 2011; SAVI, 2012).
Segundo Reis et al (2013) na maioria dos pacientes a retirada da ventilação mecânica (VM) ocorre com sucesso, mas uma proporção desses apresenta falência de extubação, ou seja, há necessidade de reintubação após 24-72 horas da retirada do tubo oro traqueal (TOT). Deste modo, é importante à utilização de protocolos desde o desmame até o momento da extubação, pois estes são elaborados para que o desmame da ventilação mecânica (VM) seja realizada de forma mais segura, eliminando os possíveis fatores que levariam a complicações e posteriormente a falha da extubação, evitando assim o aumento das morbimortalidades (PAREDES, 2013).
O Teste de Respiração Espontânea (TER) é utilizado para verificar a tolerância do paciente à respiração espontânea por 30 minutos a 2 horas. Pode ser realizado com a pressão de suporte (PS) de 6 a 7 cmH2O, em pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) de 5 cmH2O ou respiração espontânea por tubo T, recebendo apenas oxigênio (RIBEIRO et al, 2013).
O Índice de Desmame Ventilatório (IDV) Ferrari-Tadine (2004), tendo como base a análise multifatorial no desmame da ventilação mecânica (VM), mensurando, criteriosamente, os parâmetros: escala de Glasgow, volume corrente, fração inspiratória de oxigênio (FIO2), frequência respiratória, saturação de oxigênio (O2), pressão parcial de gás carbônico (PaCO2), pressão parcial de oxigênio (PaO2), pressão inspiratória máxima, pressão suporte e idade, dando uma pontuação de 1 a 3 para cada um, tem-se por fim uma pontuação, sendo enquadrada na Classe Pontuação Prognóstico, dividida em: Classe I, de 27-30 pontos, extubação indicada; Classe II, 23-26 pontos, extubação favorável; Classe III, 20-22 pontos, extubação desfavorável; e Classe IV, < 19, extubação contraindicada (RIKER & XAVIER, 2012). Objetivos geral e especifico: Identificar e analisar os índices de falência na extubação orotraqueal e fatores determinantes em uma UTI oncológica na Amazônia ocidental.

Metodologia

Estudo transversal, descritivo e prospectivo em seres humanos, onde o sujeito pesquisado foi acompanhado por um período de 48 horas incluindo aos fins de semana, tempo este que determinou o sucesso ou a falha no processo de extubação do tubo oro traqueal (TOT),foram incluídos no estudo, indivíduos em ventilação mecânica (VM) intubados com tubo oro traqueal (TOT) por tempo superior ou igual a 24 horas, submetidos ao processo de extubação após obtenção de sucesso no teste de respiração espontânea (TRE), depois do aval da equipe.
Foram excluídos indivíduos traqueostomizados, instáveis hemodinamicamente (clínica desfavorável), pacientes em desmame difícil, que foram submetidos ao índice de desmame ventilatório (IDV) e falharam durante o procedimento do mesmo. O local do estudo foi Fundação Cecon,a População do estudo foram os pacientes de ambos os sexos internados na uti da Fundação Cecon submetido a ventilação mecânica invasiva (VMI). Cálculo da amostra: O estudo foi dividido em duas partes: a primeira tratou da descrição pormenorizada através da coleta de dados; a segunda, apresentou as comparações entre as variáveis avaliadas e instrumentos aplicados, visando à generalização de resultados obtidos a partir de uma amostra, para a população em geral, quando possível.
Projeto aprovado conforme parecer: 47054215.5.0000.0004.

Resultados e Discussão
O projeto teve duração de onze meses 01.08.2015 a 31.07.2016, o número total de extubações foram de 89 pacientes, destes, 77 pacientes foram submetidos ao protocolo de desmame utilizando o (IDV) e extubados por fisioterapeutas e 12 pacientes foram extubados por outra categoria de profissional da área da saúde sem o uso do (IDV). dos 77 pacientes extubados por fisioterapeutas, 13 pacientes evoluíram com falha, ou seja, foi necessário reentubação dos mesmos no prazo de tempo inferior a 48 horas, tendo o sucesso em 64 pacientes. Os 12 pacientes extubados por outros profissionais da área de saúde sem o uso do (IDV), obtiveram 8 pacientes extubados com sucesso, tendo 4 pacientes que evoluíram com falha após a extubação.
Conclusão

Diante do estudo proposto e dos resultados obtidos, fica evidente a eficácia do protocolo de desmame ventilatório (IDV) – Ferrari e Tadine em comparação ao não uso do mesmo no processo de extubação oro traqueal.

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