terça-feira, 31 de maio de 2016

Oxigenoterapia

Oxigenoterapia
Artigo por Daniel Salgado Xavier - quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Os fatores determinantes para a oferta de oxigênio as tecidos (DO²) são Hb= hemoglobina; PaO² = pressão parcial de oxigênio no sangue arterial; FC = frequência cardíaca; VS = volume sistólico; Q = debito cardíaco, CaO² = conteúdo arterial de oxigênio. O debito cardíaco é o produto da frequência cardíaca (FC) pelo volume sistólico (VS), e esse último é influenciado pela pré-carga, pela pós-carga e pela contratilidade do ventrículo esquerdo. O conteúdo arterial de oxigênio pode ser definido como a adição da quantidade de oxigênio (em mililitros) transportado pela hemoglobina com a quantidade de oxigênio (em mililitros) dissolvido no plasma.
Diversas situações como trauma extenso, anestesia, pós-operatórios, pneumopatias agudas ou crônicas e quadro de instabilidade hemodinâmica podem diminuir, de forma isolada ou simultânea tanto o conteúdo arterial de oxigênio quanto o débito cardíaco. Essas situações cursam com hipóxia tecidual levando a perda da integridade da membrana, alterações na homeostase do cálcio e nas atividades enzimáticas celulares. Dispnéia, taquicardia e alterações da função mental são exemplos de sinais e sintomas da hipóxia. No entanto, o nível de oxigenação tecidual requerido para prevenir lesões depende das circunstâncias e da duração da hipóxia.
Um recurso utilizado com o intuito de contribuir para uma oxigenação sistêmica correta e evitando os efeitos deletérios da hipóxia ao organismo é a oxigenoterapia. Essa tem como definição a oferta de oxigênio em porcentagens superiores àquela presente no ar ambiente (que é em torno de 21%).
Entretanto quando administrado em altas doses ou por um período prolongado de tempo o oxigênio pode causar lesão pulmonar e sistêmica por hiperóxia, ou seja, por excesso de oxigênio. As alterações alveolares e traqueobrônquicas causadas pelo oxigênio são designadas pelo termo toxicidade do oxigênio.

Extresse Oxidativo
Todos os órgãos corporais demonstram prejuízos quando expostos a altos níveis de oxigênio, porém, o pulmão é o órgão mais afetado, pois está diretamente exposto a maior pressão deste gás. Por ser preferencialmente distribuído para áreas pulmonares que apresentam melhor complacência, o oxigênio suplementar inspirado eleva o risco de lesões principalmente nessas regiões. Essas lesões pulmonares são causadas, sobretudo pelo aumento do estresse oxidativo advindo da hiperóxia.
O estresse oxidativo é definido como o excesso de radicais livres no organismo.

Atelectasia de Absorção
A utilização de altas FiO² promove depleção rápida dos níveis de nitrogênio (N²) do organismo, ocorrendo assim uma queda da concentração de nitrogênio no gás alveolar. Esse fenômeno pode gerar colapso pulmonar, pois o oxigênio se difunde rapidamente para o sangue e o alvéolo perde sua fonte de estabilização de forma que a pressão gasosa no interior do alvéolo cai progressivamente, resultando em colapso. Esse fenômeno é denominado atelectasia de absorção, e algumas situações específicas favorecem seu aparecimento como:

- Inspiração de altas FiO² : causa queda progressiva do nitrogênio (que é “um estabilizador” alveolar);

- Anormalidades do surfactante : promove o colapso alveolar;

- Existência de áreas com baixa V/Q: limita a reposição do oxigênio alveolar;

- Volume corrente baixo: reduz a ventilação alveolar.

Escolha Adequada da FiO²
Estudos demonstram que quanto mais próximo de 100% for a FiO² ofertada maior o risco da lesão. Os sintomas relatados são tosse e dor subesternal. Alterações espirométricas são observadas após 24h e diminuição da complacência estática após 48h de exposição a FiO² de 100%. No entanto longos períodos de exposição a FiO2 inferiores a 100% também provocam alterações como aumento do estresse oxidativo, do shunt pulmonar e da permeabilidade capilar com valores de FiO² entre 28 e 50%. Os efeitos indesejáveis do oxigênio podem ser evitados se os pacientes receberem a menor FiO² necessária para propiciar uma oxigenação tecidual adequada. Vários são os meios que podem ser utilizados como forma de diminuir as necessidades de FiO², tais como a utilização de níveis ótimos de pressão positiva expiratória final (PEEP), o recrutamento alveolar, a posição prona e otimização do débito cardíaco.

Sistema de Oxigenoterapia
O oxigênio pode ser ofertado para enriquecer a concentração do ar inspirado por meio de sistemas de baixo fluxo e de alto fluxo.

Sistemas de baixo Fluxo
Os sistemas de baixo fluxo dependem da existência de um reservatório anatômico (cavidade nasal e oral) ou artificial de oxigênio, do fluxo de gás fornecido, da frequência respiratória, do volume corrente e do volume minuto do paciente.

Cânulas Nasais
São confortáveis e permitem que o paciente possa falar, tossir e se alimentar durante o uso, podendo atingir FiO2 que varia entre 24 a 44% com fluxo de 1 a 6 L/min. O uso de fluxos superiores neste sistema, não é indicado devido risco de irritação local e dermatites. Além das cânulas nasais simples, dois outros tipos de cânulas tem sido preconizadas: As cânulas nasais com reservatório (projetadas para conservar oxigênio) e as cânulas tipo microfones.

Máscara Simples
Aumentam o reservatório artificial de oxigênio, permitindo uma maior inalação de gás na inspiração. Essas máscaras simples apresentam um reservatório de 100 a 200 mL de oxigênio, que permite obter uma FiO² de 40 a 60% com fluxos de 5 a 8 L/min. Fluxos inferiores a 5 L/min aumentam o risco de reinalação de CO² e deve ser evitado. As máscaras simples apresentam pequenos orifícios que permitem a entrada e saída de gases.

Máscaras com Reservatórios
São máscaras acopladas a uma bolsa inflável que armazenam oxigênio a 100% na expiração. Na inspiração o oxigênio é inalado do reservatório.

As máscaras podem apresentar sistema de reinalação parcial ou sem reinalação, devendo ser bem ajustada à face do paciente.

As máscaras com reinalação parcial permitem alcançar uma FiO² de 60 a 80% com fluxo de 7 a 10 L/min. O fluxo deve ser adequado para garantir que somente um terço da bolsa seja esvaziado durante a inspiração prevenindo acúmulo de CO² no sistema. As máscaras sem reinalação utilizam uma válvula unidirecional e devem receber fluxo suficiente para evitar o colapso da bolsa durante a inspiração, podendo atingir uma FiO² de 60 a 100%, dependendo do padrão ventilatório do paciente.

Tenda Facial
A tenda facial é também conhecida como máscara de macronebulização. Permite alcançar uma FiO² de 21 a 40% com fluxo de 6 a 15 L/min. É indicada principalmente para pacientes com trauma facial ou para aqueles que não toleram a máscara facial.

Colar de Traqueostomia
O colar de traqueostomia é também conhecido como máscara de traqueostomia. Permite alcançar uma FiO2 de 35 a 60% com fluxo de 6 a 15 L/min.

É indicado para pacientes traqueostomizados, sendo posicionado sobre a cânula de traqueostomia.

Sistema de Alto Fluxo
Máscara de Venturi

Esse tipo de máscara utiliza um alto fluxo de oxigênio, suficiente para exceder o pico de fluxo inspiratório do paciente. O ar ambiente é arrastado em volta do jato de oxigênio por orifícios laterais.

Essa máscara é utilizada quando se deseja uma concentração de oxigênio mais consistente e previsível, atingindo valores de FiO2 de 24 a 50% com fluxo de 5 a 12 L/min.

Ventilação não Invasiva com Pressão Positiva por Máscara
É uma modalidade de ventilação por máscara nasal ou facial que fornece um suporte pressórico ou volumétrico, podendo evitar a necessidade de intubação endotraqueal em alguns casos.

É indicada na síndromes hipoxêmicas como atelectasia, pneumonia, edema agudo de pulmão e na síndrome hipercápnica, como as exacerbações da DPOC.

Bibliografia
Rodrigues – Machado, Maria da Glória
Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabilitação – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

Fernando Sabia Tallo / Helio Penna Guimarães
Guia de ventilação mecânica para fisioterapia – São Paulo: Editora Atheneu, 2012

www.fisiodiarioblogspor.com.br
Acesso em 26/12/2012

www.pneumologia.facafisioterapia.com.br
Acesso em 26/12/2012

www.capscurso.com.br
Acesso em 26/12/2012



http://www.fisioterapiamanaus.com.br/index.php/artigos-publicados/295-oxigenoterapiahttp://www.fisioterapiamanaus.com.br/index.php/artigos-publicados/295-oxigenoterapia

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Como Funciona a Quimioterapia




quimioterapia, um dos alicerces no tratamento do câncer, consiste na utilização de medicamentos que atuam principalmente nas células malignas, com o objetivo de destruir 
ou inibir seu desenvolvimento. Tal modalidade terapêutica pode causar alguns efeitos colaterais no organismo, mas é fundamental para um tratamento oncológico mais eficaz.





http://www.accamargo.org.br/saude-prevencao/infograficos/como-funciona-a-quimioterapia/183/?utm_source=Facebook&utm_medium=Clique&utm_campaign=Info_quimioterapia

domingo, 29 de maio de 2016

Vivendo com o imperador de todos os males: Minha história contra o câncer.



O câncer
       O Câncer é uma doença solitária! segrega seu portador, de forma tão indelével que é , de fato, um divisor intransponível na vida do ser humano. Existe o indivíduo antes e o depois do câncer. Independente da forma com o qual é encarado, seja como uma experiência positiva, seja negativa, sua marca transpassa a carne! Ele fere a alma.
       Solitária mas libertadora, o câncer torna as grandes questões que permeiam o dia a dia das pessoas muito mais claras, pois pela primeira vez, efetivamente, experimenta-se a certeza de que a vida é efêmera e de que o amanhã pode não chegar. E isso de fato, é libertador! vive-se como se não houvesse o amanhã. Pode parecer piegas e um dito popular, mas as correntes são quebradas e se percebe quão mesquinhos foram nossos embates, sejam eles internos ou externos; quão desprezível foram nossas preocupações e quão irrelevante nossos problemas.
       Perto do final, alguns descobrem que nunca houvera, de fato,  uma força superior que julgasse nossas atitudes. Que nos tornamos apenas produto daquilo que escolhemos e do que plantamos; que a lei da ação e da reação é muito mais factível do que a existência de algo ou alguém, sentado do outro lado do tabuleiro a espera de um movimento da nossa parte, a fim de nos punir ou premiar. Na vida não há prêmios ou castigos! há apenas consequências. A vida é impessoal! nada contra você, pois, não é tão relevante assim, se mudarmos a escala de percepção, somos irrelevantes frente a imensidão do universo observável.
       No final só nós mesmos poderemos nos proteger de nossas próprias obsessões. Só nós decidiremos se pagaremos um preço alto demais por nossas escolhas. Acreditamos sermos redentores, vingadores, salvadores; Guerreamos contra àqueles que nos opõe e eles por sua vez, guerreiam contra nós. Sonhamos em deixar nossa marca no mundo. Enquanto damos nossas vidas em um evento que não será registrado em nenhum livro de história, tudo o que fazemos, tudo o que somos, começa e termina em nós mesmos
       O mais importante é encarar que o câncer, de forma alguma, é uma maldição ou um castigo, pois não é. Se assim fosse o que falar das crianças imaculadas que já na terna idade são assoladas por tal imperador? ou daqueles que de nenhuma maneira factível se expuseram aos riscos ambientais, químicos ou de qualquer outra espécie? Entretanto, aos que se expuseram de forma consciente ou não, aos males que podem desencadear o processo patológico, nem aí se trataria de maldição ou castigo; seria sim, consequência.

       Mas o paciente oncológico é estigmatizado e por vezes desprezados pela sociedade. Somos forjados por uma concepção de entes fortes, saudáveis e produtivos. Há algum tempo atrás, seríamos simplesmente abandonados a própria sorte em uma caverna qualquer. Evoluímos tanto desde aquelas remotas eras! ...
Autor: Daniel Xavier

FISIOTERAPIA EM ONCOLOGIA: TEXTO IMPACTANTE!



'Primeiro você irá descobrir... Será difícil, muito difícil. Você chorará, sentirá raiva de si mesmo, e não aceitará. Então você receberá a resposta... Será que vai ser benigno ou maligno? Tanto faz... Você ainda continuará sofrendo. Então virão as drogas, a conhecida quimioterapia... Seu cabelo irá cair, você sentirá náuseas e pensará em desistir. Então, a data da cirurgia vai estar marcada e você contará os segundos para tirar ‘aquilo’ de você. Sua cirurgia será um sucesso, ufa, uma notícia boa. Mas aí, Seu médico te visitará no leito e te dirá que, infelizmente, ainda não acabou: ''você terá que fazer umas sessões de radioterapia.'' Nossa! Mas, nessa altura do campeonato você estará forte, com muita garra e força de vontade! Então, finalmente, você terá vencido mais uma luta né? No entanto, você vai estar se sentindo preso, como se algo te impedisse de voltar à vida cotidiana. E é aí que eu entro em cena: você havia ficado muito tempo imobilizado. Além do mais, você estará com cicatrizes, com muitas aderências, e pouca amplitude de movimento. Então, eu realizarei o meu trabalho e você ficará praticamente como estava antes do CÂNCER. Bom, essa não será, necessariamente, a ordem dos fatores, e talvez você não necessite de alguns itens mencionados. Seu tratamento não será tão rápido e nem tão compreensível quanto esse texto, tenha certeza disso! Você estará com muitas complicações... Complicações psicológicas, físicas, financeiras... Ou não! Previna-se, você pode lutar contra o câncer sem ele estar na batalha. E ainda mais, você pode ajudar alguém que já está lutando, sabia? O mundo X 1 não é covardia, não! Lembre-se que o câncer não tem piedade! O câncer não conhece fronteiras, e todos nós devemos assumir a responsabilidade para enfrentar esta doença devastadora.’’ – Fisioterapeuta

04 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer! Não é uma data para ser comemorada, é uma data para chamar a sua atenção! Juntos, é possível!


Por: Angella Barros

sexta-feira, 27 de maio de 2016

A Unidade de Tratamento Intensiva Oncológica

A Unidade de Tratamento Intensiva Oncológica  

Autor: Daniel Xavier



A Fisioterapia dedicada ao paciente crítico tem seu início no mundo na década de 1950 com a crise da poliomielite. Inicialmente tinha seu enfoque na assistência ventilatória com manuseio dos ventiladores não invasivos chamados de pulmão de aço (Iron Lung). Após este período, vem sido incorporada ao atendimento dos pacientes principalmente no aspecto respiratório, a chamada fisioterapia pneumo-funcional, e a neurológica então neuro-funcional (FERRARI, 2005).

No ano de 2011 através da resolução COFFITO Nº 392, de 04 de outubro de 2011 - (DOU nº. 192, Seção 1, em 05/10/2011, página 160) - Reconhece a Fisioterapia em Terapia Intensiva como especialidade do profissional fisioterapeuta o que estabelece normas e diretrizes que nortearão a formação de profissionais habilitados e capacitados no manejo do paciente criticamente enfermo internado na UTI.

Nos últimos anos, avanços nos cuidados dos pacientes com câncer possibilitaram maior probabilidade de controle ou cura da doença. Entretanto, os usos de tratamentos quimioterápicos e cirúrgicos mais agressivos implicam diretamente na maior utilização de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Também, na última década, estudos têm demonstrado que os avanços recentes nos cuidados intensivos se traduziram na redução da mortalidade de pacientes críticos com câncer, mesmo em populações de maior risco como pacientes com sepse ou submetidos à ventilação mecânica (LARCHE, 2003).

Segundo ALBERGARIA, 2007 uma UTI de hospital oncológico guarda características próprias em relação às UTIs gerais, pois permite admissão de pacientes que não teriam espaço em outras unidades por questões éticas e necessidade constante de rotatividade pela falta de vagas.

Entretanto, ainda que o papel da fisioterapia intensiva atualmente esteja bem estabelecido dentro dos critérios de inclusão e atuação como componente da equipe interdisciplinar, o seu papel em áreas específicas como a prestação de serviços em uma UTI oncológica, carece de respaldo técnico-científico.

As particularidades inerentes a estes clientes como o caráter progressivo de suas disfunções clínicas, a mielossupressão, a maior predisposição às infecções das vias respiratórias, a caquexia, a plaquetopenia, as alterações cinético-funcionais provenientes da intervenção cirúrgica e das técnicas adjuvantes ao controle/combate da neoplasia, parecem em um primeiro momento contraindicar ou no mínimo tornar o processo fisioterapêutico menos atuante (XAVIER, 2010).

A intervenção fisioterapêutica em pacientes oncológicos é relativamente recente, a sua aceitação enquanto medida terapêutica efetiva ainda é controversa, na medida em que a existência do paradigma câncer-morte ainda impera e resiste na mentalidade e no manejo do cliente oncológico (XAVIER, 2010).

Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção terapêutica necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional permanente ou em longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo à independência funcional e para melhorar a sua qualidade de vida (ALBERGARIA, 2007).


A fisioterapia intensiva em oncologia apresenta um considerável leque de possibilidades terapêuticas para o manejo do paciente grave internado nas UTIs, entretanto, as indicações e contraindicações das manobras usuais, bem como seus objetivos terapêuticos, se mostram insuficientes como norteadores dos procedimentos e das condutas profissionais, principalmente ao estendermos a prestação de serviço ao cliente oncológico (XAVIER, 2010).

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Entrevista Dr Daniel Xavier para a revista do fisioterapeuta


Prof.Dr.DHc.Daniel Xavier
Post Doctor in Physiotherapy. Doutor Honorius Causa in Oncological Physiotherapy pela Logos University - Flórida/USA. Doutor "Honorius Causa" em Terapia Intensiva pela Associação Brasileira de Terapia Intensiva. Doutor em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva- IBRATI/SP PHD - Philosofiae Doctor in Physiotherapy - Logos university.Doutorando Estudos da criança pela UMINHO/Portugal. Master in Physiotherapy pela FCE - Universidade da Flórida.Mestre em Terapia intensiva pela IBRATI/SP. Master in Physiotherapy pela Logos University - Flórida/USA.Pós graduado em Fisioterapia em UTI pela Fundação A/C Camargo-Hospital do Câncer de São Paulo, pós-graduado em Neurologia pela UMESP, Fisioterapia Intensivista - SOBRATI/SP. Fisioterapeuta da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas(FCECON), atuando como responsável técnico da fisioterapia da UTI-Unidade de tratamento intensivo.Responsável pela implantação do centro de reabilitação em fisioterapia onco-funcional da Liga amazonense de combate ao câncer-LACC. Fisioterapeuta estatutário da SEMSA-Secretaria Municipal de Saúde, responsável técnico pelo serviço de fisioterapia da policlínica Dr. Comte Telles - SEMSA, responsável técnico pela implantação e atendimento fisioterapeutico oncopediátrico do GACC e foi chefe da seção de fisioterapia do HMAM-Hospital Militar de Área de Manaus do Ministério do Exército até Março de 2011 .Coordenador regional do curso de pós-graduação em fisioterapia intensiva. Preceptor de estágio da residência multiprofissional em saúde -Uniniltonlins/fundação de medicina tropical. Dono da empresa FISIOCURSOS/IAPES - Empresa de pós-graduação em fisioterapia e cursos de extensão e aprimoramento profissional. Membro ativo da ABFO - Associação Brasileira de Fisioterapia Onco-Fincional e da ABRAFI - Associação Brasileira de Fisioterapia Intensiva e atualmente Diretor Presidente da ASFIAM -Associação de fisioterapeutas do Amazonas. Colunista em diversos jornais e web sites de notícia do Amazonas: Colunista Mensal do JORNAL EM TEMPO , colunista do jornal A CRITICA online e colunista semanal do DIARIO DO AMAZONAS D24am e Jornal do Commércio de Manaus. Colunista do portal educação.Membro convidado para fazer parte do corpo editorial da REVISTA DO FISIOTERAPEUTA em Outubro de 2014, sob o ISSN 2358-9671


1 – RFISIO: Dr Daniel Xavier, o Senhor poderia nos contar um pouco da sua trajetória dentro da oncologia?
Minha história profissional praticamente está fundida com a oncologia, de forma que seria impossível falar sobre minha carreira, sem comentar acerca da minha vida dentro do âmbito da oncologia e mais especificamente, da reabilitação oncológica.
Logo após a faculdade, ingressei no programa de pós graduação em UTI oncológica pela Fundação A/C Camargo de São Paulo (Hospital do Câncer de São Paulo), em meados do ano 2000 e a partir de então, são 14 anos de assistência ao paciente oncológico, nas diversas linhas de ação que concernem à reabilitação oncológica.
Atualmente, sou o coordenador do serviço de fisioterapia da Unidade de tratamento intensivo da Fcecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas), o maior hospital assistencial ao paciente oncológico da Região Norte do País e desenvolvo algumas atividades em caráter voluntário junto ao GACC-Grupo de Apoio a Criança com Câncer do Amazonas, onde tive a enorme satisfação de ser o responsável pela implantação do serviço de fisioterapia em oncologia e junto ao GAMMA- Grupo de apoio às mulheres mastectomizadas do Amazonas. Tenho ainda, a imensa satisfação em participar de um grupo de pesquisa no qual sou responsável por duas linhas de pesquisa: Fisioterapia em oncologia e fisioterapia Intensiva.
2 – RFISIO: Dr Daniel, diante de mais de 14 anos trabalhando diretamente com pacientes oncológicos, quais foram as mudanças que o senhor pôde acompanhar em relação à fisioterapia em oncologia?
As mudanças foram incomensuráveis! Primeiro cito a criação da especialidade própria para a prestação de atendimento especializado a esta classe de pacientes, e tão bem representada pela ABFO- Associação Brasileira de Fisioterapia em oncologia; continuo com o grau de aceitação e de credibilidade que os profissionais habilitados em oncologia adquiriram junto aos seus pares, pacientes e a sociedade. E finalizo com o que julgo mais importante nesses longos anos de oncologia: O grau de expertise, de excelência e da capacitação que os fisioterapeutas especialistas em fisioterapia em oncologia alcançaram em um período tão curto de tempo, na minha opinião, esse desenvolvimento na melhoria da prestação de serviços a essa classe específica de pacientes, é de fato, um marco de relevância incontestável.
3 – RFISIO: Dr. Daniel, Qual é o papel da fisioterapia em oncologia? Visto que normalmente associamos o câncer com uma doença que invariavelmente termina na morte do paciente. O que a fisioterapia pode fazer nestas situações?
Bom, primeiramente aponto algo que é mais corriqueiro do que gostaríamos que fosse e que consiste justamente na necessidade de dissociação entre câncer/ morte. Com o desenvolvimento de novas tecnologias tanto na parte de tratamento e intervenção como na detecção precoce das neoplasias, o índice de mortalidade relacionado ao câncer, ainda mais quando nos referimos aos descobertos mais precocemente (baixo estadiamento), vem caindo exponencialmente com os anos e o número de “cânceres curáveis” são cada vez mais corriqueiros, a fisioterapia em oncologia, assume seu real papel.
Nosso principal trabalho vai além dos cuidados de atenção primária e secundária, que consiste em aspectos voltados a educação, informação e prevenção; A fisioterapia atua como protagonista na manutenção da funcionalidade, promoção da independência funcional e o que julgo fundamental: É a responsável direta pela reinserção desse paciente junto a sociedade e no retorno as suas atividades ocupacionais e laborais.
Hoje mais do que em qualquer outra época do passado, a fisioterapia é elemento crucial para a manutenção e incremento da qualidade de vida desses pacientes.
4 – RFISIO: Dr. Daniel, olhando um pouco sua história de vida, não podemos deixar de perguntar como foi ser diagnosticado em 2012, como portador de câncer maligno de bexiga?
Não direi que foi fácil, pois estaria mentindo, mas digo que recebi o diagnóstico com serenidade. Serenidade esta, tão comum, acredito eu, para aqueles que viveram intensamente a oncologia em seu dia a dia e acompanhou o seu desenvolvimento e suas possibilidades de bons prognósticos.
Fumante inveterado, não seguia as orientações que repassava aos meus pacientes e ainda mais os que recebiam alta da UTI. Lembro que sempre dizia: Não fumem mais! O processo que o senhor passou foi doloroso demais. E espero não mais o encontrar por aqui.
Mas como paciente oncológico, pude então vivenciar o outro lado da trincheira. E confesso que é muito difícil. A frieza dos profissionais, o tratamento adjuvante como a quimioterapia, as dores, os temores, a incerteza.
Posso dizer que o que vivenciei apesar de todos os males, serviu para me tornar um ser humano melhor e o mais importante, um profissional mais humano. Alguém ao lado de alguém quando já não há esperança, alguém para sorrir quando tudo se resume a lágrima e dor, enfim, um fisioterapeuta na concepção ampla da palavra.
Enquanto paciente tive a oportunidade de voltar a ser apenas um bom fisioterapeuta, um profissional diferente dos demais, um profissional que se alegra com as vitórias dos seus pacientes e chora diante de seus retrocessos e perdas. Com o câncer reaprendi a concepção da palavra FISIOTERAPIA, escondida há tempos, embaixo de uma carapaça invisível para não ver nem sentir o sofrimento alheio, justificada falsamente pela máscara chamada “profissionalismo”.
Daniel Xavier também é autor de dois livros na área de fisioterapia. Hands on: fisioterapia intensiva e Fisioterapia em oncologia para a graduação: A fisioterapia no combate ao câncer.
http://revistadofisioterapeuta.com.br/oncologia/

quarta-feira, 25 de maio de 2016

10 dicas para cuidar da pele durante a radioterapia.


Existe alguma imagem ou cheiro que imediatamente transporta a sua mente para qualquer coisa relacionada ao que você vivenciou com o câncer? Para mim, existe o cheiro do hidratante que me foi prescrito pelo médico enquanto realizava as sessões de radioterapia para o câncer de mama. É um cheiro doce e enjoativo que eu não gosto muito de lembrar, mas tenho que admitir que esse hidratante foi uma dádiva de Deus durante o tratamento.

Como todos os pacientes de câncer sabem, cuidar da pele durante a radioterapia é um enorme desafio. Você sente sua pele como uma casca bem fina e ainda tem que lidar com o fato de conseguir vestir sua roupa. O chuveiro é desconfortável, mas você precisa tomar banho. Você coça, mas nada alivia a coceira.
Se você também se sente como eu, provavelmente já ouviu alguns conselhos:
  • Use roupas folgadas.
  • Mantenha a pele hidratada. Mas, certifique-se de usar os produtos que seus médicos recomendam e não suas marcas favoritas de beleza!
  • Evite tomar banho em água muito quente ou muito fria. Prefira água morna.
  • Proteja sua pele do sol. Pense quão dolorosa pode ser uma queimadura solar na pele irradiada. Cubra-a! Use um chapéu. Fique na sombra.
  • De maneira alguma esfregue sua pele. Não é o momento para buchas e esfoliantes. E se você está fazendo radioterapia na região da cabeça e pescoço, acho que a última coisa que deseja é um tratamento facial.
  • Não use maquiagem, perfumes ou desodorantes nas áreas tratadas.
A maioria dos pontos acima são de senso comum, claro. Mas, aqui estão algumas que podem ajudar:
  • Se você não gosta dos produtos para pele que seu médico recomenda, peça para tentar algo diferente. Acredite, se eu tiver que fazer radioterapia novamente, não vou usar aquele hidratante assustadoramente doce!
  • Lembre-se de que realmente faz diferença a parte do seu corpo que está sendo tratada. Por exemplo, se a área irradiada é a boca ou cabeça, você provavelmente sentirá a boca seca e dor de garganta. Existem muitos tratamentos para isso, o mais simples é o gargarejo com bicarbonato de sódio (que também funciona com feridas na boca induzida pela químio). Se a irradiação for na região da pelve, o ideal é usar roupa intima de algodão.
  • A dica de banho morno? Aplica-se também para almofadas de aquecimento e bolsas de gelo. Não use-as na área afetada.
  • E enquanto se banha (em água morna), mantenha o sabonete longe da área afetada, a menos que você queira que sua pele fique como uma lixa.
Se apresentar reações mais intensas ou graves, entre em contato com seu médico imediatamente. Isso funcionou comigo, espero que funcione com você.


http://www.cuidebemdasuapele.com.br/2016/05/10-dicas-para-cuidar-da-pele-durante-a-radioterapia/?utm_source=facebook&utm_medium=post&utm_term=face_blogpele_10dicas_radioterapia&utm_content=face_imagem&utm_campaign=face_blogpele_10dicas_radioterapia

Mulheres que Lutaram contra o câncer de Mama.








Este é um texto de João Pessoa dedicado às Mulheres que Lutaram contra o câncer de Mama. É um texto lindíssimo !!!
Vale a pena a Leitura.

Hoje dedicamos esse texto a todas que estão na luta, as que venceram o câncer de mama e também em memória daquelas que partiram!


Não penses que me casei com o teu cabelo
Era comprido, negro, como o mármore mais lindo do Namibe.
Os teus seios onde me perdia tantas vezes
Eram firmes e sedutores mas também não me casei com eles.
Mesmo nos momentos em que vomitavas depois da quimioterapia.
Dos momentos de desânimo quando recusavas o tratamento.
Dos momentos de fragilidade em que me pedias para te abraçar,
E sussurrando ao ouvido que eu, "não podia amar uma mulher mutilada."
Pois é, meu Amor.
Não me casei com todos esses teus fantasmas!
Casei-me contigo! Com a tua coragem que me ajuda a vencer!
Com tua ternura que me ajuda a adormecer!
Com o teu Amor que me ajuda a viver!
Não mulher, és a mais linda das mulheres!
É a ti que Amo!



https://www.facebook.com/RECOMECAR.ASSOCIACAO/

segunda-feira, 23 de maio de 2016








Mensuração intra-cuff na UTI oncológica como método preventivo
ao desenvolvimento da pneumonia associada à ventilação
Medición intramanguito en la UTI oncológica como un método preventivo para el desarrollo de la neumonía asociada a la ventilación

Intra-cuff measurement in oncology ICU as a preventive method to the development of ventilator-associated pneumonia
 
*Fundação Centro Controle de Oncologia do Amazonas – FCECON
**Universidade Federal do amazonas – UFAM
***Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde – IAPES
(Brasil)
Daniel Salgado Xavier*
Rodrigo Valente Colares**
Daniel da Silva Glória***
Érika de Souza Barreto***
Marcela Lira***
 
 
 

Resumo

          Implementação da mensuração intra-cuff como rotina na Unidade de Terapia Intensiva oncológica como método preventivo ao desenvolvimento da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV). Metodologia: Estudo transversal descritivo, onde foi realizado três meses de levantamento de dados e análise de três meses anteriores. Resultados: A mensuração da pressão intra-cuff possui papel relevante na prevenção da PAV, por isso, é sugerido que tal procedimento seja adotado diariamente. Conclusão: A avaliação indica que tal monitorização precisa ser realizada diariamente.

          Unitermos: Unidade de Terapia Intensiva. Ventilação mecânica. Pneumonia associada à ventilação.

Abstract
          Measurement of implementation intracuff as routine in the Intensive Care Unit as cancer preventive method to the development of associated pneumonia (VAP). Methodology: Transversal descriptive study, which was conducted three months of data collection and analysis of the previous three months. Results: The measurement of intra-cuff pressure has an important role in the prevention of VAP, so it is suggested that such a procedure is adopted daily. Conclusion: The evaluation indicates that such monitoring must be performed daily.
          Keywords: Intensive Care Unit. Mechanical ventilation. Ventilator-associated pneumonia.

          Presenteado em II Bioergonomics – International Congress of Biomechanics and Ergonomics, do 4 ao 7 de junho em Manaus, Amazonas, Brasil.

Recepção: 08/06/2015 - Aceitação: 25/06/2015



1.     Introdução
    Pneumonia Associada à Ventilação ou "Inflamação parênquima pulmonar causada por agentes infecciosos após 48 a 72 de submetimento à ventilação mecânica" é caracterizada como mais freqüente infecção hospitalar em UTI's e segunda mais freqüente em hospitais de grande porte. Atualmente a insuflação do cuff é realizada com seringa com ar e análise da pressão por palpação simples, impossibilitando a exatidão quanto à pressão desejada. Os dados acerca da pressão intra-cuff ideal são controversos, entretanto a pressão interna deve estar abaixo da pressão de perfusão capilar, em torno de 18 a 25 mmHg, ou 25 a 35 cmH2O.
    Observa-se também que a média de pressões inadequadas entre os pacientes sofrem queda e chegam a se estabilizar após a quarta semana de aplicação da técnica. Com o aparelho, conseguimos identificar rapidamente uma prótese com o cuff apresentando vazamento de ar, algo que antes era apenas observado após alteração do quadro clínico do paciente, com foco infeccioso, fuga aérea de O2, etc. Foi observada uma evidência quanto à prevenção da PAV, tendo o paciente uma amostra de Aspirado Traqueal positiva para Pseudomonas multirresistente, destacando ser uma bactéria hospitalar, e o mesmo não desenvolveu a PAV. Casos como dilatação da parede traqueal foram observados, caracterizado por uma hiperinsuflação por um longo período, bem como altas pressões ao dia seguinte do ajuste, ou mesmo ausência de ajuste, resultado da falta de treinamento com a equipe técnica. Foi realizado um treinamento técnico com a equipe de profissionais e estudantes, tendo 20 participantes no total nas aulas teórica e prática. Foi observado que há um modelo de prótese que deve ser evitada, a chamada de ‘Tubo Aramado’, pois caso o paciente seja entubado de maneira inadequada não é possível ajustar a pressão interna, propiciando desconforto e graves riscos aos pacientes. Comparando com dados retroativos, houve excepcional queda da proporção de pacientes que desenvolveram PAV, caindo de 57% entre dezembro e fevereiro para 15% entre março e maio.
Objetivo geral
  • Realizar a mensuração e ajuste diários da pressa intra-cuff, com o intuito de reduzir a pneumonia associada à ventilação.
Objetivos específicos
  • Caracterizar a importância da mensuração diária da pressão intra-cuff na Unidade de Terapia Intensiva Oncológica;
  • Realizar o ajuste da pressão de forma coerente e fidedigna através da precisão do aparelho Cuffômetro;
  • Eliminar o procedimento de mensuração de forma empírica através da simples palpação;
  • Oferecer treinamento à equipe atuante na UTI, para que todos tenham aptidão de realizar a mensuração através do Cuffômetro.
  • Avaliar se houve diminuição do desenvolvimento de PAV, após a implementação do procedimento de cuffometria.
Hipóteses
  • Hipótese Anulidade - H0 mensuração e ajuste da pressão intra-cuff não diminuir o desenvolvimento da PAV.
  • Hipótese Alternativa - H1 mensuração e ajuste da pressão intra-cuff diminuir o desenvolvimento da PAV.
2.    Justificativa
    Segundo Marcucci (2005), um dos principais objetivos da ventilação mecânica é aliviar total ou parcialmente o trabalho respiratório do paciente, mas prolongando o tempo, a musculatura respiratória tende a enfraquecer tornando-o suscetível à Pneumonia Associada à Ventilação. Esta é caracterizada por diversas literaturas como a mais freqüente infecção nas UTI’s e segunda mais freqüente em hospitais de grande porte. Instaurar na rotina métodos preventivos tornam-se indispensáveis no controle dessas infecções. Esse evento é de grande interesse para a equipe de saúde e gestão, no que se refere ao menor tempo de internação relacionado à menor probabilidade do paciente desenvolver fraqueza na musculatura respiratória, menor a exposição do mesmo às infecções hospitalares e desta forma reduzir gastos com a hospitalização deste paciente.
3.    Metodologia
    Estudo Transversal Descritivo, sendo avaliados três meses de aplicação da técnica de cuffometria, comparando com três meses retroativos. Foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva – Adulto, da FCECON, totalizando 20 pacientes elegíveis ao presente estudo, baseando-se na quantidade de indivíduos do local de estudo e a rotatividade mensal analisada, no período de três meses, entre Mar/2014 e Mai/2014.

3.1.     Fatores de inclusão: Sujeitos submetidos à ventilação mecânica invasiva TOT e TQT, de ambos os sexos, a partir de 16 anos e 1 dia, necessitando de suporte avançado de vida na Unidade de Tratamento Intensivo – Adulto.
3.2.     Fatores de exclusão: Pacientes que por quaisquer circunstâncias se encontrem na UTI e não necessitem do suporte avançado à vida (IOT – Intubação Oro-Traqueal e Ventilação Mecânica) serão excluídos deste estudo.
3.3.     Instrumentos de avaliação: Cuffômetro marca VBM, modelo CE 0123, com graduação de 0 a 120 cmH2O.
3.4.     Momentos de avaliação: A mensuração da pressão intra-cuff ocorrerá durante a admissão do paciente sob tubo orotraqueal (TOT) ou traqueostomia (TQT) na UTI, após um processo de intubação emergencial, e diariamente no período matutino de segunda a sexta sempre tendo o Cuffômetro manuseado pelo mesmo avaliador em todos os sujeitos previamente selecionado dos critérios de inclusão do presente trabalho que terá duração de três (3) meses, de Março de 2014 à Maio de 2014.

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: Será aplicado a todos os pacientes que se encontrarem na UTI - Adulto, mesmo que não seja necessário o suporte avançado à vida, sendo este apresentado ao paciente ou responsável pelo mesmo, nos casos de invalidez, menoridade ou qualquer outro motivo que impossibilite o mesmo de expressar sua vontade. Desta maneira, todos os pacientes encontrados na UTI estarão previamente incluídos na pesquisa, mas apenas serão coletados dados se haja necessidade de suporte avançado à vida com uso de ventilador mecânico.
3.5.     Limitações: Caso haja baixa rotatividade, implicará na redução amostral da pesquisa.
4.    Resultados e discussão
    A avaliação dos dados indica que a monitorização da pressão intra-cuff precisa ser realizada diariamente, sendo observado que a pressão ideal deve estar entre 25 e 35 cmH2O, evitando a hipoinsuflação e hiperinsuflação, esta pressão está abaixo da pressão de perfusão capilar traqueal, conferindo segurança ao paciente. Os dados obtidos são também concisos quanto à metodologia aplicada e a encontrada como rotina na UTI, insuflação com seringa cheia de ar e palpação simples como aferidor da pressão, sendo a metodologia utilizando o cuffômetro exata e precisa, sendo mais segura ao paciente e prevenindo complicações evitáveis e previsíveis. Foi observado também que a média de pressões inadequadas entre os pacientes sofrem queda e chegam a se estabilizar após a quarta semana de aplicação da técnica. Também foi observada uma evidência quanto à prevenção da PAV, tendo o paciente uma amostra de Aspirado Traqueal positiva para Pseudomonas multirresistente, destacando ser uma bactéria hospitalar, e o mesmo não desenvolveu a PAV. Casos como dilatação da parede traqueal foram observados, caracterizado por uma hiperinsuflação por um longo período, bem como altas pressões ao dia seguinte do ajuste, ou mesmo ausência de ajuste, resultado da falta de treinamento com a equipe técnica. Foi realizado um treinamento técnico com a equipe de profissionais e estudantes, tendo 20 participantes no total nas aulas teórica e prática. Comparando com dados retroativos, houve excepcional queda da proporção de pacientes que desenvolveram PAV, caindo de 57% entre dezembro e fevereiro para 15% entre março e maio, dos casos positivos, pacientes que já estavam sob ventilação mecânica antes da aplicação da técnica estão incluídos.
5.    Conclusão
    Há a necessidade do monitoramento das pressões intra-cuff diariamente, em três períodos, recomendado ao amanhecer, após o almoço e ao anoitecer, tendo em vista que há diversos fatores que alteram a pressão interna. O método mostrou-se adequado à realidade do local de estudo e eficaz quanto ao objetivo principal, prevenir a Pneumonia Associada à Ventilação. Quanto à implementação deste procedimento à rotina, cabe a gestão da FCECON a aquisição do aparelho, cuffômetro, tendo em vista que houve treinamento técnico com profissionais da UTI e estudantes, bem como a equipe treinadora continua à disposição para novo treinamento caso necessário.
Bibliografia
  • Aires, M. M. (2008). Fisiologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Alverne, D. G. B.; Lino, J. A.; Assunção, M. S. C. et al. (2006). Avaliação do teste de tubo T como estratégia inicial de suspensão da ventilação mecânica. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 18, n. 2, p.121-125.
  • Azeredo, C. A. C. (1997). Bom senso em ventilação mecânica. Rio de Janeiro: Revinter.
  • David, C. et al. (2001). Ventilação mecânica: da fisiologia à prática clínica. Rio de Janeiro: Revinter.
  • Bizerril, D. O. (2008). Variações na mensuração dos Parâmetros de desmame da ventilação mecânica em hospitais da cidade de Fortaleza. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 20, n. 2, p.149-153.
  • Damasceno, M. P. C. D. et al. (2006). Ventilação mecânica no Brasil: aspectos epidemiológicos. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 18, n. 3, p.219-228.
  • Dourado, V. Z.; Antunes, L. C. O.; Carvalho, L. R.; Godoy, I. (2004). Influência de características gerais na qualidade de vida de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 30. n. 02. São Paulo, mar/abr.
  • Freitas, E. E. C.; David, C. M. N. (2006). Avaliação do sucesso do desmame da ventilação mecânica. Revista brasileira de terapia intensiva, v. 18, n. 4, p.351-359.
  • Hudak, C.M.; Gallo, B.M. (1997). Cuidados intensivos de enfermagem: uma abordagem holística. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
  • Knobel, E. (2006). Terapia Intensiva: enfermagem. São Paulo: Editora Atheneu.
  • Marcucci, F. C. I. (2005). O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos a pacientes com câncer. Revista Brasileira de Cancerologia.
  • Menna Barreto, S.S. (2001). Rotinas em Terapia Intensiva. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed.
  • Sarmento, G. J. V. (2009). Princípios e práticas de ventilação mecânica. Ed. 1, Barueri, SP: Editora Manole.


http://www.efdeportes.com/efd205/mensuracao-intra-cuff-na-uti-oncologica.htm

Exercícios Funcionais para Linfedema


Exercícios Funcionais para Linfedema



Imagine passar por um longo período de tratamento de câncer, incluindo cirurgia, remoção de gânglios linfáticos, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. O seu corpo sente-se como se estivesse estado em guerra, sob bombardeamentos constantes. Terminada esta fase, está na hora de recomeçar a sua vida e iniciar uma dieta balanceada e um programa de exercícios. Aí então, você percebe que seu braço ou sua perna está inchando e vem a pergunta: Será que estou com linfedema?

O que é um Linfedema?

O linfedema é a retenção localizada de fluídos, provocada por um bloqueio ou obstrução do sistema linfático.

Após a cirurgia de retirada dos linfonodos (gânglios), os pacientes evoluem, normalmente, com certo grau de edema, pois a capacidade de absorção do excesso de líquido fica reduzida. O inchaço ocorrido até os primeiros seis meses após a cirurgia é considerado como um edema agudo, sendo que este não é considerado linfedema (edema crônico).

Após a dissecção linfonodal, o sistema linfático buscará mecanismos de compensação na tentativa de suprir a ausência dos linfonodos retirados, adequando assim, a capacidade de transporte da linfa. Se esse mecanismo de compensação for insuficiente o linfedema poderá aparecer.

A principal causa do linfedema nos membros superiores pós-cirurgia para o tratamento do câncer é a retirada dos linfonodos axilares (gânglios); alguns fatores como a como a idade, sobrepeso ou obesidade, realização de radioterapia, complicações pós-operatórias, infecção e o nível da radicalidade da técnica cirúrgica são considerados fatores desencadeantes ou agravantes do linfedema. O mesmo vale para os membros inferiores, cirurgias pélvicas e/ou ginecológicas que exigem a retirada dos linfonodos inguinais, pélvicos e/ou paraaóticos (da virilha e do abdome), podem levar ao linfedema nas pernas ou do pube.

A frequência de linfedema pós-mastectomia descrita na literatura varia de 5,5% a 50%, diferença esta que depende de diversos fatores, como o critério de diagnóstico, tipo de cirurgia, uso de radioterapia e fisioterapia pós-operatória. A incidência média no Brasil, fica em torno de 40%.

O Papel do Fisioterapeuta

Para tratar o linfedema dispomos de alguns recursos. Se o linfedema for de menor grau, sem fibrose, podemos tratar somente com drenagem linfática, exercícios, máquina de drenagem linfática pneumática e uso de vestimentas elásticas.

Se for de um grau maior, com grande quantidade de líquido e presença de fibrose podemos tratar com a Fisioterapia complexa descongestiva ou terapia física complexa (TFC)

A TFC é composta por drenagem linfática manual especializada, cuidados de pele, compressão por enfaixamento multicamadas, pressoterapia e exercícios miolinfocinéticos. Estes cinco componentes devem ser realizados conjuntamente e eventualmente podem sofrer alguma modificação na sua aplicação dependendo do quadro clínico do paciente. Se realizados separadamente o resultado pode mostrar-se ineficaz.

Como é que o Exercício pode fazer a diferença?

Ao contrário do sistema circulatório, o sistema linfático não possui um bombeamento central como o coração; ele é estimulado pelas mudanças de pressão das contrações musculares ou da respiração profunda. A respiração profunda melhora o bombeamento nos vasos linfáticos profundo do tórax, que faz um efeito de vácuo nos vasos linfáticos; estimulando a drenagem linfática.

As contrações musculares realizadas em uma sequência específica (geralmente a partir das extremidades em direção ao tronco) podem aumentar o retorno linfático. Além disso, podem ser feitos exercícios para alongar os músculos. Exercícios que enfatizam a respiração profunda e flexibilidade tais como a Yoga e o Pilates, podem ser particularmente benéficos.

Vamos disponibilizar uma sequência de exercícios para você se basear e seguir passo a passo

Aquecimento

O aquecimento adequado prepara o corpo para o exercício. O aquecimento pode incluir:

  • Respiração profunda: puxe o ar fundo pelo nariz e solte pela boca várias vezes.
  • Rotações do pescoço: olhe de um lado para o outro.
  • Protração e retração dos ombros: leve os ombros para frente e para trás.
  • Rotação  dos ombros: desenhando círculos com os ombros nos sentido horário e anti horário


Exercício Aeróbico


É recomendado 20 a 30 minutos de exercício aeróbico, como caminhada, natação, hidroginástica ou dança, de 3 a 5 vezes por semana.


Treino de Força


O treino de força na área afetada antigamente era proibido. Hoje novos estudos mostram benefício da musculação e uso de carga progressiva no treino muscular para prevenir e tratar o linfedema. Tente fazer os exercícios com calma e siga as instruções abaixo:

  • Sempre inicie com aquecimento antes de começar o treino de força no lado afetado.
  • Observe a resposta ao exercício. Fique atenta a qualquer inchaço na área, o qual poderá indicar que a carga ou o número de repetições está muito alto, ajustando então o programa de acordo com essa resposta.
  • Use uma vestimenta de compressão (geralmente prescrita pelo fisioterapeuta).
  • Concentre-se nos músculos a serem trabalhado.
  • Para dar um descanso ao lado afetado, alterne os lados a cada série. Alterne também exercícios para os membros tronco superior e inferior ou treine em circuito, incluindo tanto o treino cardiovascular como o treino de força.
  • Planeje um programa para 2 a 3 vezes na semana. Comece devagar e vá progredindo gradualmente (ex. 1 série com carga de 0,5 kg ou 1 kg nos primeiros dias; 2 ou 3 séries nas semanas seguintes). 
  • Trabalhe os músculos dos dois lados do corpo. Proceda da maneira usual para treinar o membro não afetado.
  • Inclua exercícios de Pilates, os quais enfatizam musculatura profunda de postura e respiração enquanto realiza dos exercícios.


Exercícios para os braços


  • Segura a bola com as mãos na altura do peito e aperte a bola sustentando por 3 segundos e solte. Repita 10 vezes.
  • Com bastão, deitada ou sentada, eleve o bastão com os cotovelos esticados até acima da cabeça. Repita 10 vezes.
  • Segurando um par de pesinhos nas mão bilateralmente, faça a flexão do cotovelo para trabalhar o bíceps. Realize devagar a subida e descida e repita 10 vezes


Exercícios para as pernas


  • Fique nas pontas dos pés e sustente por 3 segundos. Repita 10 vezes.
  • Suba e desça escadas.
  • Ande em rampas devagar e contraindo bem as pernas.
  • Sentada ou deitada, segure uma bola entre os joelhos dobrados. Aperte a bola, sustente por 3 segundos e relaxe. Repita 10 vezes.


Flexibilidade


Exercícios de alongamento são sempre muito bons! Ajuda a relaxar e a soltar a musculatura.
Como o tecido cicatricial e o efeito da radioterapia nos tecidos continua a se formar durante anos após o seu termino, os alongamentos devem ser feitos com frequência.

Os alongamentos devem ser feitos lentamente e repetir de 3 a 10 vezes seguidas, com duração de 30 segundos cada postura de alongamento, várias vezes durante o dia.

Para os braços, fique de frente para uma parede e vá subindo os braços até ficarem esticados na parede com a axila mais próxima da parede possível.

Para as pernas, desça o tronco devagar, com joelhos esticados, e tente encostar as mãos no chão.

Fique atento, nem todos os exercícios dão certo para todas as pessoas. Faça devagar e no seu ritmo. Em caso de dúvida procure seu médico ou fisioterapeuta!

Artigo escrito por nossa colunista Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi


segunda-feira, 16 de maio de 2016

http://www.combateaocancer.com/em-20-anos-nao-existira-mais-quimioterapia-no-tratamento-do-cancer-de-acordo-com-especialistas/


Em 20 anos não existirá mais quimioterapia no tratamento do câncer, de acordo com especialistas







A notícia surge depois que a ciência descobriu terapias mais eficazes, graças a um projeto de primeiro mundo para encontrar os genes responsáveis por essa doença tão complexa. O estudo, que existe há quatro anos, está sendo executado por uma equipe de pesquisadores da Genomics England (do Ministério Britânico de Saúde), que vai trabalhar ao lado de pesquisadores de diversas universidades na Grã-Bretanha, como a Wellcome Trust, o Great Ormond Street Hospital e o UK’s Medical Research Council.

Alguns dos 75 mil voluntários de Londres, Cambridge e Newcastle com câncer e doenças raras oferecerão o seu material genético para sequenciamento e acompanhamento ao longo dos próximos anos. Tanto as suas células saudáveis quanto as afetadas pelo câncer terão mapeamento genético como parte do projeto, e seus parentes próximos também terão seus genomas sequenciados para comparação. “Daqui a 20 anos existirão terapias, em vez de quimioterapia, que serão abordagens muito mais direcionadas ao tratamento”, diz Jeremy Farrer, chefe da Wellcome Trust. “O entendimento do código genético dos humanos não só será fundamental para a medicina do futuro, como também é uma parte essencial da medicina atual. Na doença congênita rara, no câncer e nas infecções, percepções genômicas já estão transformando o diagnóstico e o tratamento dos pacientes”, completa.

A equipe espera que o projeto, com custo estimado em US$ 500 milhões, permita o desenvolvimento de novos tratamentos mais eficazes para o câncer e outras doenças. Esses novos tratamentos também devem ser menos invasivos do que a quimioterapia, causando, ainda, menos efeitos colaterais.
Créditos: Revista ABRALE.

O Site da Fisioterapia em Manaus